Lançado em 21 de setembro de 1993, “In Utero” foi o último álbum de inéditas do Nirvana. Após o estouro de “Nevermind”, muitos imaginavam que a banda se apegaria à fórmula para manter o sucesso conquistado. Pois Kurt Cobain fez o contrário e carregou o trabalho no experimentalismo e em sonoridades que fugiam do trivial e do radiofônico.
Hoje o disco possui uma base fiel de fãs que o considera melhor que o antecessor. Mas há alguém que não consegue escutá-lo, mesmo tendo participado das gravações. O baterista Dave Grohl explicou o motivo no livro “This is a Call: a vida e a música de Dave Grohl”.
“‘Nevermind’ e ‘In Utero’ são dois álbuns totalmente diferentes. ‘Nevermind’ foi intencional. Por mais que qualquer revisionista possa dizer que foi uma versão artificial do Nirvana, não foi: fomos lá para fazer aquele disco, ensaiamos horas e horas e horas, dia após dia, para chegar ao resultado. Mas ‘In Utero’ era diferente. Não houve nenhum processo laborioso, ele simplesmente saiu, como uma purga, puro e natural.”
E é justamente nessa crueza que o atual líder do Foo Fighters encontra seu maior obstáculo para com o disco.
“Por ser tão real e por ser uma representação tão precisa da banda na época, traz de volta outras memórias e meio que me dá arrepios. É engraçado: passo muito tempo planejando as coisas que estão por vir, não passo muito tempo pensando nas coisas que fiz. Mas ‘In Utero’, cara, que viagem. É definitivamente uma representação precisa da época. Ouço músicas no rádio de vez em quando e gosto da diferença sonora de ouvir ‘All Apologies’ ou ‘Heart-Shaped Box’ no meio de um monte de músicas modernas. Elas se destacam. Porém liricamente e conceitualmente não é algo que eu goste de revisitar com muita frequência.”
Ainda assim, Grohl enxerga qualidades no álbum.
“Talvez o que eu mais ame nele seja a urgência, o som de nós três em uma sala tocando.”
Nirvana e “In Utero”
Apesar da proposta anticomercial, “In Utero” chegou ao 1º lugar na parada americana. Até hoje, vendeu mais de 15 milhões de cópias em todo o mundo.
Pouco mais de meio ano após o disco chegar às lojas, Kurt Cobain cometeu suicídio e selou o desfecho da banda que mudou a cara do rock no início dos anos 1990.
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