John Lydon, vocalista do Public Image Ltd (PiL) e eterno Johnny Rotten do Sex Pistols, quer entrar no tradicional concurso europeu Eurovision para conscientizar as pessoas a respeito do Alzheimer. A esposa do cantor, Nora Forster, foi diagnosticada com a doença em 2018.
Para homenageá-la, ele compôs a música “Hawaii”, lançada em janeiro, que apresentará junto do PiL no programa “Late Late Show” no dia 3 de fevereiro. A banda concorre a uma vaga para representar a Irlanda na competição e, por isso, realizará tal performance.
A canção, “dedicada a todos que estão passando por momentos difíceis com a pessoa que mais gostam”, relembra uma viagem de férias do casal, juntos há 48 anos, para o Havaí, nos Estados Unidos. Lydon descreveu a ocasião como “a melhor semana das nossas vidas”.
Como explicou para o jornal The Guardian, seu principal objetivo ao cantar a faixa é espalhar uma mensagem importante.
“Estou fazendo isso para destacar a pura tortura que é ter a doença de Alzheimer. Ela é sempre varrida para debaixo do tapete, mas esperamos chegar a um estágio mais próximo de uma cura ao dar atenção para ela.”
O músico já tinha revelado que cuida de Forster em tempo integral e que não abandonaria a esposa, recusando-se a interná-la em uma clínica ou asilo. Ele abordou o assunto novamente:
“Mesmo na doença, ainda estamos descobrindo coisas novas e ótimas um sobre o outro. Com a doença de Alzheimer, nem sempre é possível formular palavras, mas a pessoa real continua lá. A coisa mais triste que você pode fazer é cortar laços.”
Pausa na carreira e retomada pontual
Diante da situação, John Lydon deu uma pausa em sua carreira musical, sendo “Hawaii” a primeira faixa inédita do Public Image Ltd em oito anos. O álbum de estúdio mais recente da banda, “What the World Needs Now…”, saiu em 2015.
Ainda sobre o Eurovision, o ex-vocalista do Sex Pistols admitiu que não ouvirá a inscrição dos outros concorrentes, para que isso não o atrapalhe. Também disse estar nervoso para cantar a música citada ao vivo.
“Eu vou ficar absolutamente aterrorizado e assustado com o palco e todo o resto. A percepção de quão grande é o público me paralisa.”
A opinião de John Lydon sobre o Eurovision
Apesar de querer fazer parte do famoso concurso que revelou o Måneskin em 2021, John Lydon não poupou críticas à competição. Em janeiro deste ano, durante uma conversa na rádio RTÉ Radio 1 (via Standard), ele mostrou gratidão pela oportunidade de concorrer a uma vaga, mas chamou as apresentações do Eurovision de “revoltantes”.
“É absolutamente horrível, as músicas, a coisa toda é revoltante para mim. Eu sou um compositor, me apresento ao vivo e esses shows parecem terrivelmente falsos para mim. Mas olha, vamos dar a chance do Eurovision de sair desse formato.”
O Eurovision teve sua primeira edição em 1956 e não parou desde então – exceto por 2020, devido à pandemia. Os países do Velho Continente – além da Austrália como convidada – enviam um representante cada, competindo com uma composição inédita. Cada nação tem direito a votar nas suas vizinhas. O melhor ranqueado vence.
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