O seriado mexicano “Chaves” sempre foi uma pedra no sapato da Rede Globo, além de um coringa do SBT na busca por alavancar audiência. Mesmo sendo repetida à exaustão, a produção chegou até mesmo a vencer uma transmissão de Copa do Mundo – em 14 de junho de 2006, quando o episódio “O Aniversário do Quico” bateu a partida entre Tunísia e Arábia Saudita no Ibope.
Antes mesmo de isso acontecer, a emissora dos Marinho já havia tentado tirar as produções de Roberto Gómez Bolaños das mãos de Sílvio Santos. Quem confirma a história é Florinda Meza, viúva de Chespirito e intérprete da Dona Florinda. A declaração foi dada em entrevista à apresentadora Adela Micha.
“A Globo veio em 1996. Eles sabiam que em 2000 os direitos venceriam e falaram com Roberto. Ofereceram US$ 10 milhões por 10 anos. Era um valor altíssimo à época!”
Curiosamente, a ideia era comprar apenas os direitos literários sobre a obra, sem os episódios. Assim, adaptações poderiam ser feitas. Seria uma cartada após a perda de “Os Trapalhões”, programa encerrado um ano antes.
Mas Bolaños não aceitou, renovando com a Televisa quatro anos mais tarde pela metade do valor proposta pela Globo, como lembrou Florinda.
“Roberto não quis. Eles não queriam o material, somente os direitos literários para fazer novos programas. Mas Roberto era extremamente fiel à Televisa.”
O novo contrato com o conglomerado mexicano se extingiu em junho de 2020. Desde então, “Chaves”, “Chapolin” e todos os outros seriados de Chespirito saíram do ar em todo o mundo.
Roberto Gómez Bolaños faleceu aos 85 anos, em 28 de novembro de 2014, por conta de uma parada cardíaca.
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