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O caos vivido pelo System of a Down na época de “Toxicity”, segundo Serj Tankian

Ambiente estressante, tumultos e problemas causados pelos atentados de 11 de setembro de 2001 marcaram a memória do vocalista

Segundo álbum de inéditas do System of a Down, “Toxicity” foi um sucesso absoluto. Chegou ao topo da Billboard 200 e vendeu mais de 12 milhões de cópias em todo o mundo.

Mesmo no Brasil, onde a música internacional raramente ganha alta repercussão em vendas, conquistou disco de ouro.

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Mesmo assim, o vocalista Serj Tankian não guarda as melhores memórias do período. Além de o ambiente interno na banda estar muito conturbado, os atentados de 11 de setembro de 2001, ocorridos uma semana após o lançamento, fizeram com que o clima se tornasse o pior possível, como o frontman lembrou ao Metal Injection.

“Sair em turnê na semana após o 11 de setembro por meses a fio por si só, mesmo se você não fosse uma banda política, era um desafio. Havia esse tipo de ameaça diária na TV, além dos alertas laranja, vermelho, todos aqueles diferentes calibres de ameaças de terrorismo e outras coisas. E, no entanto, também estávamos sendo ameaçados por muitos elementos por causa de nossa franqueza. Então foi um momento muito, muito difícil.”

Tumulto em show

Antes mesmo do álbum chegar às lojas o SOAD já havia passado por um momento difícil. O show gratuito que aconteceria em Los Angeles, dia 3 de setembro, não pôde ser realizado por conta da superlotação do espaço onde ocorreria. A situação levou a um tumulto.

“Eram muitas pessoas, os bombeiros impediram a realização e as pessoas reagiram brigando. Perdemos equipamentos, nossa equipe foi agredida, as ruas foram tomadas pela revolta e precisamos explicar tudo na mídia.”

Sendo assim, não é de se estranhar que as lembranças tenham se tornado amargas.

“Várias pessoas lembram de ‘Toxicity’ como nosso melhor disco, o que mais vendeu. E elas esperam que nós também tenhamos recordações positivas. Porém, foi uma época muito estressante. Parecia que eu nem era um músico fazendo seu trabalho. A emoção que prevalece é o risco que corremos.”

System of a Down e “Toxicity”

“Toxicity” trouxe a banda agregando ainda mais influências ao seu caldeirão sonoro, incluindo uso de instrumentos como cítara, banjo e piano. As letras contam com críticas a temas como encarceramento em massa, reducionismo científico, brutalidade policial, a guerra às drogas, investigações da CIA e maus tratos ao meio ambiente.

Mais de 30 canções foram trabalhadas, com 14 entrando no tracklist definitivo. Outras foram retrabalhadas em lançamentos posteriores. Primeiro single, “Chop Suey!” chegou a ter sua veiculação proibida nas rádios após os ataques terroristas. Algumas semanas depois, foi autorizada a rodar novamente.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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