Måneskin estreia em São Paulo com show eletrizante e sensual; veja como foi

Performance vibrante transbordou carisma e talento por parte da banda italiana em sua estreia na capital paulista

Exatas 24 horas depois de se apresentar no Palco Mundo do Rock in Rio, onde dividiu o espaço com CPM 22, The Offspring e Guns N’ Roses, o Måneskin realizou um show à parte na última sexta-feira (9), no Espaço Unimed, em São Paulo.

Composto por Damiano David (voz), Thomas Raggi (guitarra), Victoria De Angelis (baixo) e Ethan Torchio (bateria), o grupo italiano ganhou popularidade depois de suas conquistas na versão local do reality de calouros “X Factor”, no Festival de Sanremo e no concurso Eurovision – este último com o hit “Zitti e Buoni”. Mas foi a viralização no TikTok com o cover “Beggin’” (The Four Seasons) que fez a banda ficar conhecida ao redor do mundo.

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*Fotos de Gustavo Diakov / Sonoridade Underground

Fãs ansiosos

Em São Paulo, a fila de fãs para pegar um bom lugar na casa se formou cerca de 4 horas antes do show, dominando um quarteirão inteiro. Por volta das 21h, o público, já dentro do Espaço Unimed, gritava ansioso o nome da banda a cada movimento da produção, que acertava os últimos detalhes no palco.

Ainda na espera da entrada do Måneskin, vinham da plateia coros de “Vamo, car#lho, p#rra”, em menção aos palavrões aprendidos por Damiano e mencionados por ele na apresentação do Rock in Rio. O público continuou os gritos com “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c#” e “Victoria gostosa”.

Dentre a plateia, era possível encontrar desde crianças nos ombros dos pais a adultos e adolescentes – estes, como esperado, eram a maioria. Alguns estrangeiros, incluindo italianos, também vieram prestigiar os músicos. O visual do público era inspirado no estilo glam rock sexy do Måneskin, cheio de brilhos, mas fãs com faixas e camisetas do grupo também marcaram presença.

“Oi, São Paulo! Vamo, car#lho!”

Com um pequeno atraso de 20 minutos, o Måneskin subiu ao palco, às 22h20, começando com a recepção calorosa de Damiano durante a música de abertura “Zitti e Buoni”: “Oi, São Paulo! Vamo, car#lho! Ponham as mãos pra cima!” (esta última dita em inglês).

Com muitos gritos histéricos, o público cantou a primeira música toda junto com a banda, pulando e registrando tudo em seus celulares. Na sequência, veio “In nome del padre”, com Damiano pedindo para a plateia fazer barulho – ainda mais, pois a animação da galera não parava, com as palmas e pulos durante a canção toda.

A apresentação contou com um palco simples, sem cenografia e pirotecnia. Havia apenas uma iluminação branca, o que deixou toda a atenção voltada para a performance emblemática dos italianos. Com suas coreografias e figurinos provocantes característicos, o Måneskin levou os fãs à loucura. Se faltou algo? Apenas as famosas estrelinhas nos mamilos de Victoria, que ficaram de fora de seu figurino desta vez.

Dando continuidade ao repertório, chegou a vez do single “Mammamia” que fez Damiano se emocionar ao ouvir o coro ainda mais alto na parte “‘cause I’m italiano” e mandar um beijo caloroso para os fãs. Ao finalizar a canção, o vocalista disse que aquela era a plateia mais barulhenta que ele já havia visto. “Eu nunca tinha deixado de ouvir minha própria voz, mas eu não me importo, pois a ouço muitas e muitas vezes – prefiro a de vocês”, disse.

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Apesar da gritaria do público, nas primeiras músicas o som do microfone estava um pouco baixo. Ainda bem que a melhora chegou logo no número seguinte, “La paura del buio”. Damiano, então, pôde soltar mais seus vocais roucos que os fãs tanto amam.

“Beggin’”, mas não só

O show se desenrolou com a música mais conhecida da noite: o cover “Beggin’”, que, claro, foi cantada junto pelos fãs aos pulos. No entanto, foi a seguinte que trouxe mais emoção ao show: a melancólica “Coraline”, uma das favoritas do público que acompanhou num belo coro, repleto de palmas. Era tanto sentimento que Damiano distribuiu garrafas d’água aos presentes.

E a empolgação não parou por aí: o Måneskin mandou “Close to the Top”, com direito a Damiano dar uma reboladinha para a plateia e Victoria De Angelis descer do palco para tocar na grade da pista VIP. Na faixa seguinte, “Supermodel”, foi a vez do vocalista mergulhar na multidão.

Em “For Your Love”, a baixista foi à frente para fazer seu solo de joelhos, enquanto o cantor brincou com a iluminação e jogou água na cabeça de Thomas Raggi, que desceu do palco todo molhado para tocar no espaço em frente à plateia.

Depois de tocarem a pesada “Touch Me” com uma mescla de “My Generation” (The Who), o público começou a gritar: “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c#”. Damiano perguntou se a reação seria contra o presidente e logo se rendeu ao coro, o reproduzindo.

Empolgação até demais

Em “I Wanna Be Your Slave”, Damiano David tirou a camisa e ficou tão empolgado que errou a entrada da música, precisando recomeçar. A banda compensaria posteriormente no bis tocando o hit novamente. Para não perder a animação, o cantor fez a brincadeira de pedir para a plateia abrir espaço, ficar de joelhos e levantar pulando.

Outro momento vibrante veio em “I Wanna Be Your Dog”, cover dos Stooges, com Victoria descendo novamente para tocar na grade da pista, perto dos fãs. No entanto, desta vez, ela vai para a saída lateral da plateia, entrando no meio da multidão. Nessa hora, a baixista chegou a passar inclusive por mim, que, claro, a cumprimentei.

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Depois da emocionante performance de Victoria, vem mais um momento inusitado: Ethan Torchio começou a solar na bateria em ritmo de escola de samba. Damiano, então anunciou que seria tocada a última música da noite. Um grupo de fãs é chamado para o palco e todos dançam junto do grupo em “Lividi Sui Gomiti”, finalizada com Ethan jogando baquetas para a plateia.

Bis e saldo final

O que seria a “última” da noite, na verdade, apenas abriu brecha para um pequeno intervalo antecedendo o bis. Um solo de guitarra de Thomas que deu entrada para “Le parole lontane”, com os fãs acompanhando junto a música toda. Damiano até deixou o refrão por conta da plateia. Ao final, o vocalista agradeceu em português: “Obrigado, São Paulo”.

Chegou, então, a hora de repetir “I Wanna Be Your Slave” – agora, sem erros, como mencionado anteriormente. Damiano fez a mesma brincadeira de pedir para o público abrir espaço, ficar de joelhos e levantar saltando. Assim, então, foi concluído o eletrizante show do Måneskin, com o agradecimento do cantor: “Thank you! We love you, p#rra! Vamo, car#lho!”

Além de uma performance impressionante no palco, o Måneskin caprichou na escolha do repertório, que trouxe o álbum “Teatro d’ira: Vol. 1” (2020) na íntegra junto de faixas do disco anterior, “Il ballo della vita” (2018) e alguns covers.

Os vocais roucos de Damiano, toda a intensidade e carisma de Victoria, os solos vibrantes de Raggi e o som pesado da bateria de Torchio comprovaram que a banda manda muito bem ao vivo. Sensual, vibrante e cheio de interação com os fãs, o show na capital paulista ficará para a história do grupo.

*Fotos de Gustavo Diakov / Sonoridade Underground

Måneskin – ao vivo em São Paulo

  • Local: Espaço das Américas
  • Data: 9 de setembro de 2022
  • Turnê: Loud Kids Tour

Repertório:

  1. Zitti e buoni
  2. In nome del padre
  3. MAMMAMIA
  4. La paura del buio
  5. Beggin’ (cover do The Four Seasons)
  6. Coraline
  7. Close to the Top
  8. Supermodel
  9. For your love
  10. Touch Me (com referência a “My Generation”, do The Who)
  11. I Wanna Be Your Slave
  12. I Wanna Be Your Dog (cover do The Stooges)
  13. Lividi sui gomiti
    Bis:
  14. Le parole lontane
  15. I Wanna Be Your Slave (reprise)

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Juliana Tancler
Juliana Tanclerhttps://igormiranda.com.br/
Juliana Tancler é Relações Públicas graduada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e pós-graduada em Comunicação e Marketing pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM). Atua na área de Comunicação há mais de 13 anos. É colaboradora do site do jornalista Igor Miranda, para o qual produz matérias, artigos e resenhas sobre o mundo do jornalismo musical.

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