Prestes a levar o projeto Sunday Lunch aos palcos, o guitarrista Robert Fripp deu a carreira do King Crimson por encerrada em declaração à Rolling Stone.
Rumores já pipocavam nos últimos meses, com os outros integrantes do grupo deixando claro que a palavra final dependia do seu líder. Pois ela está dada.
“Não há mais nenhum plano para a banda. Precisamos encarar a realidade da idade das pessoas envolvidas. Dois de nós já estão com 76, em breve serão três. Viajar por 8 semanas, fazendo apresentações de três horas e meia a esta altura é uma demanda complicada.
Levo 6 meses para me preparar. É como um atleta. As peças de guitarra do King Crimson para mim são as Olimpíadas de tocar guitarra. Realizar as proezas que eu fazia 40 ou 50 anos atrás é desgastante.”
Fripp ainda ressalta que a turnê de 2021 foi “logisticamente aterrorizante”. Com a pandemia ainda fora de controle em boa parte do mundo, a banda precisou adiantar US$ 2 milhões para hotéis, caminhões e equipamentos de turismo como garantia.
“Na época do lockdown, as pessoas que prestavam serviços estavam nervosas e queriam depósitos, de forma bastante razoável. Quando estivemos nos Estados Unidos, os estados da Flórida e do Texas não estavam dando a mínima para o Covid. Não havia qualquer medida de precaução. Não à toa, 40% dos novos surtos ocorreram nesses dois lugares. Se tivéssemos shows cancelados, teríamos falido.”
Só para evitar a Terceira Guerra
Sob este cenário, apenas algo muito sério tiraria o King Crimson de sua aposentadoria. A condição imposta por Robert Fripp é aquela que ninguém desejaria, exceto lunáticos.
“Se você perguntasse o que seria necessário para o King Crimson fazer uma grande turnê novamente, minha resposta rápida seria: se eu soubesse com certeza que a turnê do King Crimson era a única maneira de evitar a Terceira Guerra Mundial. Aí eu estaria fazendo ligações.”
Sendo assim, as últimas apresentações ocorreram no Japão, no final de 2021.
Sobre o King Crimson
O King Crimson sai de cena como uma das bandas mais influentes da história do rock progressivo. Robert Fripp foi o único membro presente em todas as formações.
O grupo tocou apenas uma vez no Brasil, se apresentando sozinho em São Paulo e na última noite da edição do Rock in Rio em 2019.
Sunday Lunch: Robert Fripp e Toyah Wilcox
Recentemente, Fripp e sua esposa Toyah Wilcox confirmaram que o Sunday Lunch realizará sua primeira turnê.
O projeto teve início durante a pandemia e se popularizou pela execução de covers que fugiam das expectativas de quem conhecia a longeva obra do músico. Os vídeos, publicados semanalmente, ganharam milhões de execuções no YouTube.
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