A família Shelby realmente existiu? O que é real em “Peaky Blinders”

Série britânica aborda acontecimentos históricos e traz referências ligadas à realidade, mas também acrescenta muitas pitadas de ficção

Peaky Blinders”, uma das séries de TV mais populares dos últimos anos, concluiu sua sexta e última temporada. O show se passa no Reino Unido, anos após a Primeira Guerra Mundial, por volta de 1919, e explora as atividades criminosas da família Shelby, liderada por Thomas (Cillian Murphy)

Justamente por ter abordado alguns eventos históricos, muitos fãs sempre se perguntaram: afinal, o que foi baseado na realidade e o que era ficção no show? Dá para adiantar que há verdade na produção, mas muitos elementos também foram inventados para colaborar com a trama.

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Ficção em “Peaky Blinders”

De fato, existiu uma gangue no Reino Unido batizada com este mesmo nome – que, na realidade, era composta por gangues menores. No entanto, é importante ressaltar que existem várias diferenças em relação a versão televisiva.

A primeira delas é a época em que a gangue real existiu: ela surgiu no fim dos anos 1890, também em Birmingham, terra natal da família Shelby ficcional. Nessa época, a cidade estava mergulhada na pobreza por conta da revolução industrial, assim como várias outras localidades do Reino Unido.

Outro ponto é que, na vida real, não existia uma família por trás da gangue real. O grupo era composto em maioria por homens diversos que pertenciam à classe trabalhadora ou estavam desempregados na época. Ou seja: Thomas Shelby e seus familiares nunca existiram, para a tristeza de quem achava o contrário.

Alguns membros reais da gangue Peaky Blinders
Alguns membros reais da gangue Peaky Blinders

Acertos com a vida real

Por outro lado, há elementos do seriado que são retratados com fidelidade se comparados à história real. Um deles é que a Peaky Blinders verdadeira também incluía muitos adolescentes: seus integrantes mais jovens tinham em torno de 12 anos de idade.

Além disso, embora tivessem origem humilde, os criminosos tinham o costume de se vestir muito bem, da mesma forma que a família Shelby. Isso inclui até mesmo seus chapéus, que foram os responsáveis por fazer a gangue receber este nome. O único detalhe diferente nesse sentido é que não havia lâminas – consideradas “itens de luxo” à época – para atacar os oponentes.

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O historiador local Carl Chinn, neto de um antigo membro da gangue, confirmou esse fato em entrevista ao Birmingham Mail e ainda revelou qual era a arma preferida dos seus integrantes.

“A Peaky Blinders real usava armas fáceis de se manusear e que eram baratas. Então, eles usavam botas com pontas de metal, cassetetes de metal, facas, pontas de tijolos e pedras enroladas em guardanapos.

Mas a arma favorita deles, assim como as gangues de Manchester, eram seus cintos. Cintos grossos com fivelas pesadas. Eles costumavam enrolar seus cintos ao redor dos pulsos, às vezes nos dedos das mãos, e então afivelavam.”

Suposta foto de membros da gangue Peaky Blinders chegando a um evento esportivo
Suposta foto de membros da gangue Peaky Blinders chegando a um evento esportivo

Outra semelhança é que a gangue de verdade também era um tanto quanto violenta e se envolveu com vários roubos, golpes e esquemas ilegais de apostas.

A diferença para a versão televisiva é que muitos dos seus integrantes cometiam crimes mais por necessidade – afinal, eles pertenciam a classes inferiores – do que meramente por poder.

Fatos que reforçam isso incluem:

  • O primeiro relato de uma ação da gangue em um jornal, na qual apenas atacaram um homem que bebia em um pub;
  • A prisão de muitos dos seus integrantes por crimes de menor porte, como roubo de bicicletas.

E mais uma semelhança que podemos apontar é que tanto na realidade quanto na ficção: a gangue surgiu em uma área de Birmingham conhecida como Small Heath.

Thomas Shelby real?

Se há um integrante da gangue real que pode ser considerado seu Thomas Shelby, este alguém é Kevin Mooney. Seu nome verdadeiro era Thomas Gilbert e ele foi considerado por muitos o integrante mais poderoso e influente do grupo.

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É bem provável que ele tenha servido de inspiração para a criação do protagonista de “Peaky Blinders” – afinal, eles até compartilham o mesmo nome.

Kevin Mooney, ou Thomas Gilbert, liderança real da gangue Peaky Blinders
Kevin Mooney, ou Thomas Gilbert, liderança real da gangue Peaky Blinders

Outros integrantes conhecidos incluem David Taylor, Earnest Haynes, Harry Fowles e Stephen McNickle.

Já o membro Billy Kimber vale ser destacado: afinal, ganhou sua versão na série televisiva. Interpretado por Charlie Creed-Miles, ele foi um rival de Thomas Shelby no decorrer do show.

Na vida real, Billy deixou de ser um integrante da Peaky Blinders e criou a gangue rival conhecida como Birmingham Boys, que até o final década de 1910, acabou se tornando a maior da cidade britânica, decretando assim o fim do grupo que inspirou a criação da série.

Figuras históricas em “Peaky Blinders”

Vimos que muitas coisas abordadas em “Peaky Blinders” se inspiraram na realidade, enquanto outras, foram fruto da ficção. Mas se você tem um olhar bem atento, certamente notou que o show contou com a presença de algumas figuras conhecidas da vida real.

A mais famosa delas é Winston Churchill, o famoso primeiro-ministro britânico, que ocupou o cargo durante a Segunda Guerra Mundial. Em alguns momentos da série, ele chegou a interagir com Thomas Shelby e companhia.

Quem também foi retratado na série foi o famoso ator Charlie Chaplin. Sua única aparição ocorreu na segunda temporada do show. Até onde se sabe, o artista nasceu em um campo de ciganos justamente em Birmingham.

Outra figura que também existiu na vida real – apesar de ser pouco lembrada aqui no Brasil – é Oswald Mosley. Assim como “Peaky Blinders” abordou, o fascista foi o criador da União Britânica de Fascistas, que teve suas atividades suspensas após o início da Segunda Guerra.

Lady Mosley (mulher de Oswald Mosley), Jessie Eden (ativista comunista) e Darby Sabini (famoso criminoso da época) são outros nomes históricos que apareceram na produção.

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Augusto Ikeda
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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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