Lemmy é chamado de nazista e ex-colegas saem em defesa nas redes

Phil Campbell e Slim Jim Phantom, parceiros do falecido frontman do Motörhead e The Head Cat, afirmam que músico era interessado por história

A paixão de Lemmy Kilmister por artefatos de guerra não era segredo para ninguém. O líder do Motörhead possuía vasta coleção, avaliada em cerca de US$ 250 mil – o que em valores corrigidos recentes ultrapassaria a casa dos 400 mil. Porém, também é fato que a preferência do músico era por artigos ligados ao exército nazista.

O próprio se justificou várias vezes, deixando claro que se tratava de mera questão estética, alegando que “os vilões sempre se vestiam melhor”. Mas o fato é que até hoje a situação gera polêmica.

- Advertisement -

No último fim de semana, um fã declarou no Twitter que Lemmy era “o melhor roqueiro da história, a despeito de suas tendências nazistas”. Foi o suficiente para que o guitarrista Phil Campbell, parceiro do baixista e vocalista por três décadas, se manifestasse em sua defesa.

“Para sua infomação, Lemmy NÃO tinha qualquer tendência nazista. Ele era um historiador.”

Slim Jim Phantom, baterista do Stray Cats e colega de Kilmister no projeto The Head Cat, endossou.

“Phil Campbell está 100% correto. Atesto seu pronunciamento.”

Leia também:  Korn, Gojira e Spiritbox anunciam turnê norte-americana na época do Knotfest Brasil

Problemas na Alemanha

Apesar das declarações, nem sempre a palavra de Lemmy Kilmister era o suficiente para mantê-lo longe dos problemas – especialmente na Alemanha, onde exibir qualquer símbolo nazista é crime.

Em 2008, durante uma turnê do Motörhead pela Europa, o músico foi indiciado pelo crime de apologia ao nazismo por conta da divulgação de um show em Aurich, na Alemanha. Na foto que promovia o evento, o artista aparecia usando um quepe da Schutzstaffel (SS), a divisão de elite das forças nazistas, com o conhecido símbolo de caveira conhecido como Totenkopf.

Frequentemente, o vocalista também aparecia usando a Eisernes Kreuz, ou Cruz de Ferro, seja estampada em seu baixo ou como um pingente. O emblema é mais antigo do que o nazismo na história da Alemanha, mas também era usado como condecoração pelas forças armadas de Hitler: militares de destaque recebiam-na como medalha de honra.

A defesa do frontman do Motörhead

Entre várias entrevistas, Lemmy concedeu uma ao New York Waste em 2007, onde ressaltou seu ponto de vista.

“Não coleciono apenas coisas nazistas, coleciono objetos de todos os países do Eixo. Também dos países que nem são mais mencionados como parte do Eixo, como Letônia, Lituânia, Estônia, Finlândia, Hungria. Desde o início dos tempos, os caras maus sempre têm os melhores uniformes. Napoleão, os Confederados, os Nazistas. Todos eles tinham uniformes incríveis. O uniforme da SS é brilhante! Eles eram os rockstars daquela época. O que fazer? São legais.”

Leia também:  João Vicenti, tecladista e gaiteiro do Nenhum de Nós, morre aos 58 anos

Sobre Lemmy Kilmister

Nascido em Stoke-On-Tent, Inglaterra, Ian Fraser Kilmister despontou em 1965 com o The Rockin’ Vickers. O grupo lançou três singles e se tornou a primeira banda britânica a excursionar pela Iugoslávia.

Seis anos depois – após ter trabalhado por um curto período como roadie de Jimi Hendrix –, se juntou ao Hawkwind. Mesmo sem experiência no baixo, assumiu o instrumento que o consagraria. Cantou no single mais bem-sucedido da banda, “Silver Machine”. Saiu em 1975.

A seguir, montou o Motörhead, que se tornaria seu grande trunfo. Na maior parte da carreira como power trio, o grupo se tornou o elo perdido do Rock pesado, agradando de punks a headbangers. Foram 22 álbuns de estúdio e mais de 15 milhões de discos vendidos em todo o mundo.

Morreu em 28 de dezembro de 2015, por conta de um câncer na próstata aliado a sérias condições cardíacas. Permaneceu no palco até 17 dias antes, quando se apresentou em Berlim, Alemanha.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioNotíciasLemmy é chamado de nazista e ex-colegas saem em defesa nas redes
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimas notícias

Curiosidades