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O último show e a morte de Elvis Presley

Cantor faleceu em 16 de agosto de 1977, menos de dois meses após seu último show, realizado em Indianapolis, nos Estados Unidos

Muitos mitos cercam a morte do rei do rock’n’roll, Elvis Presley. Ele estaria pesando perto de 400 quilos, comendo quantidades de comida exorbitantes todos os dias? Ou será que ele não morreu? Será que tudo era uma farsa e o artista esteja vivendo até hoje sob uma identidade falsa, ou na custódia de alienígenas?

É comum querer acreditar nessas teorias porque a morte nunca é glamurosa. Não foi exceção para Elvis, que nos deixou em 16 de agosto de 1977, aos 42 anos de idade.

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A derradeira performance

Elvis Presley finalizou sua 32ª turnê em Indianapolis, Estados Unidos, em uma apresentação na Market Square Arena, no dia 26 de junho de 1977. Mesmo durante os altos e baixos dos anos 70, as tours ainda eram constantes para o cantor.

A máquina não parava mesmo com sua saúde em declínio, como o tecladista Tony Brown detalhou a Peter Guralnick no livro “Careless Love: The Unnmaking of Elvis Presley” sobre um episódio em 1973:

“Ele caiu para fora da limusine, de joelhos. Pessoas correram para ajudar, mas ele as rechaçou tipo: ‘não me ajudem’. Ele subiu no palco e segurou o microfone pelos primeiros 30 minutos como se fosse um poste. Todo mundo estava olhando um pro outro tipo: ‘a turnê vai acontecer?’”

Não só ocorreu como turnês subsequentes mantiveram a mesma regularidade, ainda que o cantor em 1977 estivesse num estado deplorável, descrito por Tony Scherman para a American Heritage:

“Presley havia se tornado uma caricatura grotesca de seu ‘eu’ passado, que era enérgico e esguio. Morbidamente obeso e cuja mente anuviada pelos fármacos que consumia diariamente, ele mal era capaz de aguentar seus shows abreviados.”

Naquela noite, o rei tocou por 80 minutos, e até as resenhas mais positivas mencionavam esse histórico, como a de Rita Rose para o Indianapolis Star:

“A pergunta que não quer calar, será que ele perdeu peso? Em seu último show aqui, quase dois anos atrás, Elvis estava acima do peso, doente e propenso a dar uma performance letárgica. No que as luzes da Arena baixaram depois do intervalo, dava pra sentir um apelo silencioso ecoando pela plateia: por favor, Elvis, não esteja gordo.”

A resenha de Rose foi positiva, apesar de concentrar em seu peso. O contrário não pode ser dito sobre o texto de Zach Dunkin, do Indianapolis News. O jornalista criticou todos os aspectos do espetáculo, desafiando Presley a se esforçar mais pelo público.

Após o show em Indianapolis, Elvis deu uma pausa nas turnês. Infelizmente, ele não voltaria deste hiato.

A morte de Elvis Presley

No dia 1º de agosto de 1977, foi lançado o livro “Elvis: What Happened?”. O livro era co-escrito por três guarda costas demitidos por Elvis Presley no ano anterior – incluindo Red West, que estava a serviço dele desde os anos 1950.

O material continha detalhes sórdidos sobre os abusos de drogas cometidos pelo cantor. Apesar de tentar acabar com a publicação através de subornos à editora, o lançamento aconteceu.

Duas semanas depois, em 16 de agosto, era para Elvis pegar um voo de Memphis para começar outra turnê. Contudo, naquela tarde, o corpo do cantor foi encontrado por sua namorada, Ginger Alden.

No livro “Elvis & Ginger: Elvis Presley’s Fiancée and Last Love Finally Tells her Story”, ela detalha a cena:

“Elvis parecia como que se seu corpo tivesse congelado na posição sentada enquanto usava o vaso e então havia caído para frente naquela posição, diretamente em frente a ela… Era claro que, do momento que algo o acometeu até o momento que ele acertou o chão, Elvis não havia se mexido.”

Elvis Presley estava morto.

Fatos e teorias

Um dos primos do artista, Billy Mann, aceitou 18 mil dólares para fotografar secretamente o corpo para o National Enquirer, que ainda ofereceu 105 mil dólares para Ginger Alden contar sua história, mas acabou pagando menos quando Alden quebrou o acordo de exclusividade. Apesar de estar noiva de Presley na época de sua morte, ela foi deixada de fora do testamento.

Durante o velório do cantor, um carro se chocou com os portões de Graceland, matando duas mulheres e ferindo gravemente uma terceira. Mais de 80 mil pessoas seguiram o cortejo até o cemitério, onde Elvis foi enterrado ao lado da mãe.

Ao longo dos anos, muitas teorias se formaram acerca da causa da morte do cantor. Sabe-se porém que ele sofria de hipertensão, dano hepático e problemas no cólon. Também tinha um coração maior que o normal.

Apesar da quantidade enorme de remédios tarja preta presentes no sistema, um legista testemunhou no julgamento do médico particular de Elvis, Dr. George Nichopoulos, que mesmo sem os remédios no sistema, o cantor ainda assim teria morrido.

Outros médicos desde então categorizam o vício em remédios do rei como uma causa da morte a longo prazo, visto que muitos dos problemas de saúde do cantor foram criados ou exacerbados pelo uso dessas drogas.

Fato é que Elvis continua morto. Vítima de seus próprios excessos, por mais que não se alinhassem com o mito.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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