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As críticas de Abel Camargo, do Hibria, ao Angra e à revista Rock Brigade

Guitarrista disse que maior grupo brasileiro de power metal “nunca teve interesse em ajudar outras bandas” e que jornalistas da publicação responsável por lançá-la “fazia piadas” de artistas menores

Durante participação no Ibagenscast, o guitarrista Abel Camargo, do Hibria, foi perguntado sobre a nocividade do “Angraverso” para a cena metálica nacional. O músico reafirmou seu posicionamento, para surpresa dos entrevistadores, de forma enfática.

“O Angra nunca teve interesse em ajudar outras bandas. Essa é a realidade. Nunca teve e continua não tendo. Isso parte lá do início da banda, com seu empresário Antônio Pirani e a (revista) Rock Brigade.”

A relação entre a banda paulista e a revista sempre foi vista com ressalvas por conta da relação “patriarcal”. A situação ficou ainda mais evidente quando a formação clássica se separou e o Shaman – dissidência criada pelos membros que saíram – praticamente não aparecia em suas páginas.

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Rock Brigade “tirava o cara pra otário”

Abel também revelou que o Hibria sofreu com algumas críticas por parte da publicação na resenha de sua primeira demo, em 1997. A sessão da Rock Brigade tinha como característica depreciar o trabalho de quem enviava seu trabalho sem medir palavras quando não considerava a obra boa.

“Eu e o Iuri (Sanson, ex-vocalista do grupo) descemos na banca em frente ao curso de inglês que fazíamos em Porto Alegre. Folheamos a revista e tinha saído a crítica. Falavam bem dos guitarristas, da produção, até que veio o grand finale: ‘uma pena que o vocalista desafina sem dó’. Olhei pro Iuri, ele me olhando e perguntando ‘sério?’ e eu disse que sim. A gente se olhava e se perguntava pra quê, qual era a moral dos caras?

Sei que não estava perfeito, mas era bem produzido, é o melhor que a gente pôde fazer. Tem que contextualizar a época, era 1996, 97. Os vocais têm reparos sim, eu sei disso, o Iuri sabe disso, a banda sabe disso, a gente lançou o melhor possível. Agora, tu dizer que o cara desafinou sem dó é tirar o cara pra otário, entende? É fazer piadas. Você pode colocar tipo ‘o vocal tem potencial’ ou algo assim, alguma coisa que incentive as pessoas. Se não tivéssemos um bom relacionamento é algo que poderia destruir a banda.”

Sobre o Hibria

Abel Camargo é o único membro original que ainda faz parte do Hibria. Recentemente, a banda lançou o álbum “Me7amorphosis”. Sétimo trabalho de estúdio do grupo gaúcho, marcou as estreias de Victor Emeka (vocal), Bruno Godinho (guitarra), Thiago Baumgarten (baixo) e Otávio Quiroga (bateria).

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

2 COMENTÁRIOS

  1. Olha, se você lia a revista naquela época e mandou uma demo para ser resenhada, então sabia que poderia acontecer isso. A gente lia resenha para ver esses esculachos. Era a especialidade dos caras. Tanto era um ambiente escroto que a sessão de cartas da revista virou um campo de Guerra tão violento que tiveram que encerrar as discussões. Eles viviam desse posicionamento, então acho muita ingenuidade dos caras quererem insntivo dos redatores da revista.

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