Além da renomada carreira musical, Lemmy Kilmister foi uma figura notória pela quantidade de drogas que consumiu durante a vida. O líder do Motörhead faz parte de uma pequena lista de consumidores de substâncias ilícitas que perduraram por um longo tempo, da qual também fazem parte nomes como Keith Richards, Ozzy Osbourne e Ace Frehley.
Porém, o vocalista e baixista não romantizou sua relação com os aditivos. Em entrevista à Classic Rock, em 2004, o músico contextualizou sua opinião sobre o uso.
“As drogas são muito subjetivas a partir das células cerebrais de quem vê. Quando eu estava crescendo, elas estavam em alta. Todo mundo as usava, então eu também. Fumava maconha e tomava ácido.
Mas havia uma grande inocência atrelada ao tema, já que ninguém havia morrido ainda. A heroína e os depressores não tinham aparecido. Os negócios também eram muito mais fáceis. Então veio o nascimento do traficante raivoso, com a arma no bolso. E foi isso que mudou tudo, pois passou a circular muito dinheiro.”
Repúdio à heroína
Em sua biografia “White Line Fever”, além de outras entrevistas, Lemmy sempre deixou claro seu desgosto para com a heroína. A droga vitimou sua namorada Sue, além de amigos próximos.
“Eu não aconselharia drogas a qualquer pessoa, nunca, de qualquer tipo. Se você acha que tem que experimentá-las, vá em frente. Não posso impedi-lo. Se está pensando sobre isso, você vai fazer de qualquer maneira. Mas as drogas são coisas muito poderosas. Não dá para usar uma vez e achar que as coisas voltarão ao que eram antes, porque elas vão mudar você. Às vezes para melhor, às vezes para pior. Principalmente para pior. Se você está enfiando agulhas em si mesmo, então isso é uma notícia muito ruim.”
Autoconhecimento
Lemmy advertia para que as pessoas praticassem o autoconhecimento antes de qualquer tentativa.
“Você deveria saber quem diabos você é antes de começar a usar drogas. Eu tinha 18, 20 anos antes de começar. Pelo menos tinha uma vaga ideia do que queria fazer com a vida e quem era. Algumas crianças acham que se tornam adultos aos 12 anos. Eu costumava dizer que casar era o único erro que não cometeria. Mas o outro seria enfiar agulhas em mim mesmo para ficar chapado.”
Sobre Lemmy Kilmister
Nascido no dia 24 de dezembro de 1945 em Stoke-On-Tent, Inglaterra, Ian Fraser Kilmister despontou em 1965 com o The Rockin’ Vickers. O grupo lançou três singles e se tornou a primeira banda britânica a excursionar pela Iugoslávia.
Seis anos depois, se juntou ao Hawkwind. Mesmo sem experiência no baixo, assumiu o instrumento que o consagraria. Cantou no single mais bem-sucedido da banda, “Silver Machine”. Saiu em 1975.
A seguir, montou o Motörhead, que se tornaria seu grande trunfo. Na maior parte da carreira como power trio, o grupo se tornou o elo perdido do rock pesado, agradando de punks a headbangers. Foram 22 álbuns de estúdio e mais de 15 milhões de discos vendidos em todo o mundo.
Também teve o projeto The Head Cat – inicialmente Lemmy, Slim Jim & Danny B – voltado ao rockabilly. 4 discos foram lançados.
Morreu em 28 de dezembro de 2015, por conta de um câncer na próstata aliado a sérias condições cardíacas. Permaneceu no palco até 17 dias antes, quando se apresentou com o Motörhead em Berlim, Alemanha.
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