Como o Deep Purple criou “Smoke on the Water”, segundo Ian Paice

Música lançada no álbum “Machine Head” (1972) se tornou o maior clássico da carreira da banda

“Smoke on the Water” é a música que define o Deep Purple. Sim, cada um tem sua preferência pessoal e ela recai sobre diferentes registros. Porém, nenhuma outra canção cria essa identificação imediata para com o ouvinte leigo.

Presente no álbum “Machine Head” (1972), a faixa faz referência a um incêndio ocorrido no Cassino de Montreux, na Suíça, servindo como uma história bem detalhada.

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Em entrevista ao Hangin’ & Bangin’: Artists On Lockdown, transcrita pelo Blabbermouth, o baterista Ian Paice deu mais detalhes sobre o processo de gravação.

“Quando começamos a gravar o álbum, o cassino já havia queimado. Era onde nos instalaríamos para gravar. Funky Claude, que dirigia o Festival de Montreux, disse: ‘olha, vocês podem usar este salão’. Então nós montamos o equipamento no salão de baile.

Ritchie (Blackmore, guitarrista) tinha esse riff e quis tentar fazer uma música. Eu disse, ‘vou fazer uma batida no chimbal e deixar rolar’. Montreux, naquela época do ano, meio que adormecia. Era um resort de verão, não havia esqui lá. E estava frio. Então, às 10 horas da noite, toda a vila dormia.”

Foi quando a banda decidiu mandar ver e os problemas com a lei começaram.

“O eco do salão era muito grande. Passou cerca de 10 minutos e veio a polícia. Vimos essas luzes azuis piscando perto da porta. Estávamos terminando um take. O produtor Martin Birch disse: ‘não deixem ninguém entrar’. Os roadies ficaram segurando a porta até terminarmos a tomada. Os policiais entraram e disseram: ‘chega, vocês não podem tocar mais nada’. Então tivemos que nos mudar novamente. E eventualmente fomos para o Grand Hotel, que estava fechado para o inverno.”

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“Smoke on the Water”, a esquecida

As sessões seguiram em frente. Mas a banda simplesmente esqueceu de “Smoke on the Water”.

“Quando terminamos, descobrimos que faltavam alguns minutos. O que tínhamos não era longo o suficiente para um álbum. Tínhamos uma faixa que poderia ter sido usada, ‘When a Blind Man Cries’. Mas era uma faixa mais lenta. Então pensamos, ‘E aquela que fizemos no salão de baile?’.

Não havia letra ainda, então Roger (Glover, baixista) olhou em seu caderno e constava suas impressões sobre o incêndio. Foi de onde veio o título. Eu disse: ‘por que não escrevemos uma música sobre a produção do disco?’. E foi assim que ‘Smoke on the Water’ acabou na tracklist. Caso contrário, teria se perdido na passagem de som.”

Deep Purple e “Machine Head”

Sexto trabalho de estúdio do Deep Purple, “Machine Head” é o mais bem-sucedido da história da banda. Chegou ao primeiro lugar nas paradas de sete países, entre Europa e América do Norte, além de figurar no top 10 de outros sete. Permaneceu 118 semanas na Billboard 200.

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“Smoke on the Water” chegou ao 4º lugar na Billboard Hot 100, parada americana de singles. No Reino Unido, curiosamente, não chegou a ser lançada no formato promocional de início, saindo apenas em 1977.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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