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Entrevista: Deen Castronovo fala sobre The Dead Daisies e ‘Holy Ground’

Pude entrevistar o baterista Deen Castronovo pouco antes de sua saída do The Dead Daisies. A banda acabou de lançar seu mais novo álbum, 'Holy Ground', o primeiro com Glenn Hughes no vocal e baixo.

Deen Castronovo está muito entusiasmado com o The Dead Daisies. Ou, pelo menos, estava. O baterista anunciou sua saída da banda, no fim da última semana, devido a questões de saúde – ele precisará passar por uma cirurgia e será substituído por Tommy Clufetos (Ozzy Osbourne, Black Sabbath) nos vindouros shows.

A confirmação de que Deen Castronovo não faz mais parte do The Dead Daisies veio justo no período em que a banda lançou seu quinto álbum de estúdio, “Holy Ground”, sendo o primeiro com Glenn Hughes no vocal e baixo e o segundo com o próprio baterista na formação. O experiente Doug Aldrich e o líder David Lowy, ambos guitarristas, completam o supergrupo.

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Pude conversar com Deen no fim de novembro, dois meses antes de “Holy Ground” ser lançado. Nunca entrevistei alguém tão animado quanto o divertido baterista, que reagia a cada pergunta como se estivesse conduzindo uma plateia com vários fãs.

A empolgação se justifica: o novo álbum é muito bom (clique aqui para ler minha resenha) e Castronovo parece viver um ótimo momento. Não só tecnicamente, enquanto baterista e vocalista, como, também, em sua parte pessoal.

Em 2015, o músico foi preso por violência doméstica, o que lhe custou o trabalho de quase 20 anos junto ao Journey. Ele confessou o crime e foi condenado a 4 anos de liberdade condicional. Pagou pelo que fez e retomou a carreira com o projeto Revolution Saints, que já lançou três álbuns – mas está encerrado, segundo o próprio –, e o trabalho com o The Dead Daisies.

A chegada de Glenn Hughes à formação, substituindo o vocalista John Corabi e o baixista Marco Mendoza em uma tacada só, é, certamente, o ponto de partida para entender por que “Holy Ground” ficou tão bom. Castronovo comenta:

“Foi um recomeço. Quando nos juntamos pela primeira vez, em Los Angeles, iríamos apenas pegar algumas sobras e escolher uma para divulgar como prévia. Os caras acabaram compondo um monte de coisas – eu não componho, sou horrível nisso. Eles terminaram tudo até irmos a Paris (o álbum foi gravado no estúdio Le Fabrique, na França). Gravamos tudo sem distrações. Não tinha nem TV por lá, estávamos muito focados.”

The Dead Daisies e mudanças na formação

Antes de abordar “Holy Ground” e a nova fase do The Dead Daisies, Deen Castronovo falou sobre a mudança na formação da banda – que, de fato, é alterada com frequência, a ponto de seus cinco álbuns não repetirem a mesma escalação de músicos.

“John Corabi e Marco Mendoza queriam dar um tempo dos Daisies e fazer algo solo. Marco lançou seu álbum solo, ‘Viva La Rock’, e quer divulgar. John era a mesma situação: ele estava começando um novo disco e ele fez uma turnê tocando as músicas do álbum do Mötley Crüe de 1994. Eu mesmo substituí Brian Tichy e ele próprio foi quem me indicou, dizendo a Doug Aldrich: ‘ligue para Deen, ele não está trabalhando em nada no momento e ele ainda canta, é um adicional’.”

E por que, no fim das contas, o The Dead Daisies muda tanto a sua formação? O baterista, que ainda nem havia anunciado sua própria saída, deu uma boa resposta:

“Quando eu entrei, me falaram que não é um supergrupo em si, mas um coletivo. Pessoas entram e saem. Nós temos liberdade para trabalhar em outras coisas. No começo, havia três membros do Guns N’ Roses: Dizzy Reed (tecladista), Richard Fortus (guitarrista) e Frank Ferrer (baterista). Se o Guns N’ Roses diz que está saindo em turnê, eles não podem recusar. David Lowy entende isso, então, temos a liberdade de fazer outras coisas. E isso também é bom para David Lowy, pois ele gosta de tocar com caras diferentes, é divertido para ele.”

‘Holy Ground’ e Glenn Hughes

Foto: divulgação

As músicas presentes em “Holy Ground” trazem uma sonoridade ligeiramente distinta em comparação ao álbum anterior do The Dead Daisies, “Burn it Down” (2018) – que foi o primeiro com Deen Castronovo. O baterista explicou o que mudou, no que diz respeito ao seu instrumento, entre os dois álbuns.

“Quando Marco Mendoza estava na banda, ele tocava de uma forma mais ‘livre’ para mim, enquanto baterista. Eu podia encaixar mais linhas, de modo mais solto. Glenn Hughes é um grande fã de John Bonham (baterista do Led Zeppelin) e gosta daquele som grandioso de bateria, então, eu perguntei que tipo de som ele queria e ele só respondeu: ‘Bonzo’. Foi isso. Quando fizemos ensaios, eu via o pé de Glenn batendo no chão e dava para observar que ele queria algo assim. É fácil tocar com ele, pois ele é um monstro.”

Castronovo também citou que Marco Mendoza e Glenn Hughes foram dois dos três baixistas que ele se encaixou “de primeira” em toda a vida. O outro? Geezer Butler, com quem tocou brevemente na carreira solo de Ozzy Osbourne.

Fato é que a chegada de Hughes mudou a forma como o The Dead Daisies trabalhava sua criatividade, segundo Deen:

“Glenn Hughes trouxe essa pegada funky, R&B, de baixo, para a banda. E aí vem a voz dele, sabe? Ele tem seu próprio estilo. Você conhece a voz, o jeito dele, sabe? Assim que você ouve, você sabe que é ele.  Minha música favorita no álbum é ‘Like No Other’ (Bassline)’ (imita a música com a boca). Muito funky, muito legal. Ele definitivamente mudou o nosso som – e para melhor. Também adorei ‘Far Away’, você gostou dela? Eu amei, é uma canção muito linda.”

E como o músico definiria “Holy Ground”?

“É um álbum cru, sujo, tipicamente anos 70 e centrado nos riffs. Os riffs desse álbum são surreais, amo todos. E tem essa veia Deep Purple. É assim como eu descreveria: um rolo compressor dos anos 70, com Glenn na liderança.”

Fim do Revolution Saints

Outro projeto pelo qual Deen Castronovo tem se destacado nos últimos tempos é o Revolution Saints, supergrupo onde ele também assume os vocais. Ao lado dele, estão Jack Blades (Night Ranger) no baixo e co-vocal, Alessandro Del Vecchio nos teclados e seu próprio colega de Daisies, Doug Aldrich, na guitarra. Del Vecchio, vale lembrar, não é um integrante oficial, embora toque nas gravações.

Apostando em uma sonoridade mais melódica, no campo do AOR, o grupo já lançou três álbuns – o mais recente, “Rise”, é de 2020. Porém, praticamente em primeira mão, Castronovo revelou que o projeto encerrou suas atividades, ao menos por enquanto.

“Não podemos fazer mais o Revolution Saints. Doug e eu estamos fechados com os Daisies. Não temos tempo para outras coisas. Jack também está ocupado com o Night Ranger, então, decidimos parar com o Revolution Saints. Não acho que iremos fazer mais nada juntos, mas Doug e eu ainda estamos trabalhando juntos. O Revolution Saints acabou, mas adorei gravar os álbuns, foi a primeira vez em que fiz vocais principais, o que ainda é algo bem novo para mim. Foi uma ótima forma de pegar experiência como cantor.”

Viagens ao Brasil

Lembra quando foi mencionado, parágrafos atrás, que Deen Castronovo tocou com Geezer Butler na carreira solo de Ozzy Osbourne? Além de gravarem o álbum “Ozzmosis” (1995), os músicos se apresentaram juntos durante parte da turnê de divulgação – incluindo uma passagem pelo Brasil, também em 1995, para tocar no festival Monsters of Rock, com edições em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O baterista acabou retornando ao Brasil, em 2011, com o Journey, para show único na capital paulista. Porém, a visita de 1995 foi marcante por envolver a Cidade Maravilhosa. Deen gostou tanto do Cristo Redentor – a quem ele chama de “Big Jesus” – que convidou este humilde jornalista para visitar o ponto turístico com ele em sua próxima passagem por terras tupiniquins.

“Os shows com Ozzy foram inacreditáveis. Eu nunca tinha estado aí. Fomos ver o ‘Big Jesus’, sabe? Andei por lá, passeamos de trem pela maior parte do tempo porque minha mãe estava comigo e já era mais velha. Foi surreal, até hoje tenho fotos em que eu, minha mãe e meu técnico de bateria aparecemos com o ‘Big Jesus’. Amo seu país! Não pude ir ainda com o The Dead Daisies, era para irmos em 2020, mas a ideia é voltar quando pudermos. Vamos ao Cristo juntos e vamos arrumar algumas credenciais para você!”

Passagem pelo Hardline

O momento final da entrevista reservou uma lembrança curiosa para Deen Castronovo: sua passagem pelo Hardline, banda formada pelos irmãos Johnny (vocal) e Joey Gioeli (guitarra) no início dos anos 1990. A formação inicial também trazia o guitarrista Neal Schon, que, na época, namorava a irmã de Johnny e Joey, e o baixista Todd Jensen.

Juntos, os cinco músicos gravaram o álbum “Double Eclipse” (1992), que teria feito muito sucesso se fosse lançado uns 3 ou 4 anos antes. Como a recepção não foi das melhores, o grupo se desfez, retomando as atividades em 1999 apenas com Johnny Gioeli daquela primeira formação.

Décadas depois, já em 2017, Deen teve a oportunidade de trabalhar novamente com Johnny, no projeto Gioeli-Castronovo, onde ambos assumem os vocais. A parceria rendeu o álbum “Set the World on Fire” lançado em 2018.

“Tenho algumas lembranças da época do Hardline que nem posso contar (risos)! Johnny ainda soa o mesmo daqueles tempos, ele tem uma voz inacreditável e é um cara muito gentil, com um coração de ouro. É daqueles caras que se você fica sem conversar por 2, 3, 4 ou 19 anos, como foi nosso caso, ainda parece que nada mudou. Amo Johnny até a morte! Adoramos fazer o ‘Double Eclipse’ e eu posso te contar uma história… não, melhor não (risos), vamos deixar para depois.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Deen Castronovo está muito entusiasmado com o The Dead Daisies. Ou, pelo menos, estava. O baterista anunciou sua saída da banda, no fim da última semana, devido a questões de saúde – ele precisará passar por uma cirurgia e será substituído por Tommy Clufetos (Ozzy Osbourne, Black Sabbath) nos vindouros shows.

A confirmação de que Deen Castronovo não faz mais parte do The Dead Daisies veio justo no período em que a banda lançou seu quinto álbum de estúdio, “Holy Ground”, sendo o primeiro com Glenn Hughes no vocal e baixo e o segundo com o próprio baterista na formação. O experiente Doug Aldrich e o líder David Lowy, ambos guitarristas, completam o supergrupo.

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Pude conversar com Deen no fim de novembro, dois meses antes de “Holy Ground” ser lançado. Nunca entrevistei alguém tão animado quanto o divertido baterista, que reagia a cada pergunta como se estivesse conduzindo uma plateia com vários fãs.

A empolgação se justifica: o novo álbum é muito bom (clique aqui para ler minha resenha) e Castronovo parece viver um ótimo momento. Não só tecnicamente, enquanto baterista e vocalista, como, também, em sua parte pessoal.

Em 2015, o músico foi preso por violência doméstica, o que lhe custou o trabalho de quase 20 anos junto ao Journey. Ele confessou o crime e foi condenado a 4 anos de liberdade condicional. Pagou pelo que fez e retomou a carreira com o projeto Revolution Saints, que já lançou três álbuns – mas está encerrado, segundo o próprio –, e o trabalho com o The Dead Daisies.

A chegada de Glenn Hughes à formação, substituindo o vocalista John Corabi e o baixista Marco Mendoza em uma tacada só, é, certamente, o ponto de partida para entender por que “Holy Ground” ficou tão bom. Castronovo comenta:

“Foi um recomeço. Quando nos juntamos pela primeira vez, em Los Angeles, iríamos apenas pegar algumas sobras e escolher uma para divulgar como prévia. Os caras acabaram compondo um monte de coisas – eu não componho, sou horrível nisso. Eles terminaram tudo até irmos a Paris (o álbum foi gravado no estúdio Le Fabrique, na França). Gravamos tudo sem distrações. Não tinha nem TV por lá, estávamos muito focados.”

The Dead Daisies e mudanças na formação

Antes de abordar “Holy Ground” e a nova fase do The Dead Daisies, Deen Castronovo falou sobre a mudança na formação da banda – que, de fato, é alterada com frequência, a ponto de seus cinco álbuns não repetirem a mesma escalação de músicos.

“John Corabi e Marco Mendoza queriam dar um tempo dos Daisies e fazer algo solo. Marco lançou seu álbum solo, ‘Viva La Rock’, e quer divulgar. John era a mesma situação: ele estava começando um novo disco e ele fez uma turnê tocando as músicas do álbum do Mötley Crüe de 1994. Eu mesmo substituí Brian Tichy e ele próprio foi quem me indicou, dizendo a Doug Aldrich: ‘ligue para Deen, ele não está trabalhando em nada no momento e ele ainda canta, é um adicional’.”

E por que, no fim das contas, o The Dead Daisies muda tanto a sua formação? O baterista, que ainda nem havia anunciado sua própria saída, deu uma boa resposta:

“Quando eu entrei, me falaram que não é um supergrupo em si, mas um coletivo. Pessoas entram e saem. Nós temos liberdade para trabalhar em outras coisas. No começo, havia três membros do Guns N’ Roses: Dizzy Reed (tecladista), Richard Fortus (guitarrista) e Frank Ferrer (baterista). Se o Guns N’ Roses diz que está saindo em turnê, eles não podem recusar. David Lowy entende isso, então, temos a liberdade de fazer outras coisas. E isso também é bom para David Lowy, pois ele gosta de tocar com caras diferentes, é divertido para ele.”

‘Holy Ground’ e Glenn Hughes

Foto: divulgação

As músicas presentes em “Holy Ground” trazem uma sonoridade ligeiramente distinta em comparação ao álbum anterior do The Dead Daisies, “Burn it Down” (2018) – que foi o primeiro com Deen Castronovo. O baterista explicou o que mudou, no que diz respeito ao seu instrumento, entre os dois álbuns.

“Quando Marco Mendoza estava na banda, ele tocava de uma forma mais ‘livre’ para mim, enquanto baterista. Eu podia encaixar mais linhas, de modo mais solto. Glenn Hughes é um grande fã de John Bonham (baterista do Led Zeppelin) e gosta daquele som grandioso de bateria, então, eu perguntei que tipo de som ele queria e ele só respondeu: ‘Bonzo’. Foi isso. Quando fizemos ensaios, eu via o pé de Glenn batendo no chão e dava para observar que ele queria algo assim. É fácil tocar com ele, pois ele é um monstro.”

Castronovo também citou que Marco Mendoza e Glenn Hughes foram dois dos três baixistas que ele se encaixou “de primeira” em toda a vida. O outro? Geezer Butler, com quem tocou brevemente na carreira solo de Ozzy Osbourne.

Fato é que a chegada de Hughes mudou a forma como o The Dead Daisies trabalhava sua criatividade, segundo Deen:

“Glenn Hughes trouxe essa pegada funky, R&B, de baixo, para a banda. E aí vem a voz dele, sabe? Ele tem seu próprio estilo. Você conhece a voz, o jeito dele, sabe? Assim que você ouve, você sabe que é ele.  Minha música favorita no álbum é ‘Like No Other’ (Bassline)’ (imita a música com a boca). Muito funky, muito legal. Ele definitivamente mudou o nosso som – e para melhor. Também adorei ‘Far Away’, você gostou dela? Eu amei, é uma canção muito linda.”

E como o músico definiria “Holy Ground”?

“É um álbum cru, sujo, tipicamente anos 70 e centrado nos riffs. Os riffs desse álbum são surreais, amo todos. E tem essa veia Deep Purple. É assim como eu descreveria: um rolo compressor dos anos 70, com Glenn na liderança.”

Fim do Revolution Saints

Outro projeto pelo qual Deen Castronovo tem se destacado nos últimos tempos é o Revolution Saints, supergrupo onde ele também assume os vocais. Ao lado dele, estão Jack Blades (Night Ranger) no baixo e co-vocal, Alessandro Del Vecchio nos teclados e seu próprio colega de Daisies, Doug Aldrich, na guitarra. Del Vecchio, vale lembrar, não é um integrante oficial, embora toque nas gravações.

Apostando em uma sonoridade mais melódica, no campo do AOR, o grupo já lançou três álbuns – o mais recente, “Rise”, é de 2020. Porém, praticamente em primeira mão, Castronovo revelou que o projeto encerrou suas atividades, ao menos por enquanto.

“Não podemos fazer mais o Revolution Saints. Doug e eu estamos fechados com os Daisies. Não temos tempo para outras coisas. Jack também está ocupado com o Night Ranger, então, decidimos parar com o Revolution Saints. Não acho que iremos fazer mais nada juntos, mas Doug e eu ainda estamos trabalhando juntos. O Revolution Saints acabou, mas adorei gravar os álbuns, foi a primeira vez em que fiz vocais principais, o que ainda é algo bem novo para mim. Foi uma ótima forma de pegar experiência como cantor.”

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Lembra quando foi mencionado, parágrafos atrás, que Deen Castronovo tocou com Geezer Butler na carreira solo de Ozzy Osbourne? Além de gravarem o álbum “Ozzmosis” (1995), os músicos se apresentaram juntos durante parte da turnê de divulgação – incluindo uma passagem pelo Brasil, também em 1995, para tocar no festival Monsters of Rock, com edições em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O baterista acabou retornando ao Brasil, em 2011, com o Journey, para show único na capital paulista. Porém, a visita de 1995 foi marcante por envolver a Cidade Maravilhosa. Deen gostou tanto do Cristo Redentor – a quem ele chama de “Big Jesus” – que convidou este humilde jornalista para visitar o ponto turístico com ele em sua próxima passagem por terras tupiniquins.

“Os shows com Ozzy foram inacreditáveis. Eu nunca tinha estado aí. Fomos ver o ‘Big Jesus’, sabe? Andei por lá, passeamos de trem pela maior parte do tempo porque minha mãe estava comigo e já era mais velha. Foi surreal, até hoje tenho fotos em que eu, minha mãe e meu técnico de bateria aparecemos com o ‘Big Jesus’. Amo seu país! Não pude ir ainda com o The Dead Daisies, era para irmos em 2020, mas a ideia é voltar quando pudermos. Vamos ao Cristo juntos e vamos arrumar algumas credenciais para você!”

Passagem pelo Hardline

O momento final da entrevista reservou uma lembrança curiosa para Deen Castronovo: sua passagem pelo Hardline, banda formada pelos irmãos Johnny (vocal) e Joey Gioeli (guitarra) no início dos anos 1990. A formação inicial também trazia o guitarrista Neal Schon, que, na época, namorava a irmã de Johnny e Joey, e o baixista Todd Jensen.

Juntos, os cinco músicos gravaram o álbum “Double Eclipse” (1992), que teria feito muito sucesso se fosse lançado uns 3 ou 4 anos antes. Como a recepção não foi das melhores, o grupo se desfez, retomando as atividades em 1999 apenas com Johnny Gioeli daquela primeira formação.

Décadas depois, já em 2017, Deen teve a oportunidade de trabalhar novamente com Johnny, no projeto Gioeli-Castronovo, onde ambos assumem os vocais. A parceria rendeu o álbum “Set the World on Fire” lançado em 2018.

“Tenho algumas lembranças da época do Hardline que nem posso contar (risos)! Johnny ainda soa o mesmo daqueles tempos, ele tem uma voz inacreditável e é um cara muito gentil, com um coração de ouro. É daqueles caras que se você fica sem conversar por 2, 3, 4 ou 19 anos, como foi nosso caso, ainda parece que nada mudou. Amo Johnny até a morte! Adoramos fazer o ‘Double Eclipse’ e eu posso te contar uma história… não, melhor não (risos), vamos deixar para depois.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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