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Mudhoney e Leave Me Out transformam Uberlândia em Seattle por uma noite


Mudhoney e Leave Me Out
Club Lounge, Uberlândia (MG) – 13/05/2014
Texto por Igor Miranda
Fotos por Felipe Flores (conheça o trabalho dele clicando aqui)
Parecia inimaginável receber o Mudhoney, uma das espinhas dorsais do Grunge no que tange a concepção e influência, em Uberlândia. A cidade, uma das maiores do interior do país, com mais de 600 mil habitantes, tem estrutura e relativo público para receber atrações de grande porte nacional e até médio porte internacional – como já recebeu Paul Di’Anno e Gilby Clarke, entre outros, no passado. Mas nem de longe é uma referência quando o assunto é esse.
Pois bem: aconteceu. O Mudhoney estava com uma apresentação confirmada na cidade, com abertura da banda local Leave Me Out. A grande expectativa para conferir o quarteto de Seattle fez com que o Club Lounge ficasse lotado, mesmo em uma noite de terça-feira.

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Um atraso desagradável, cujo motivo desconheço, antecedeu o início das apresentações. Programado para subir ao palco às 21h, o Leave Me Out só começou a tocar um pouco depois das 22h. O show, no entanto, estava impecável. O bom equipamento e ótima montagem de palco fez com que o quinteto soasse da forma que deve: pesado. Tudo soava perfeito.
O setlist, composto integralmente de canções autorais – a maioria presente no recente lançamento, “Endless Maze” -, assegurou uma ótima performance do grupo, que carrega muito da essência do famigerado Grunge, com flertes generosos ao heavy e doom metal – tal qual Alice In Chains, mas sem cópias ou inspirações exageradas. É uma banda pronta, cujo nome provavelmente será ouvido em várias regiões do undergroud brasileiro em pouco tempo.

O bom show do Leave Me Out serviu para deixar o público sedento por mais. A partir daí, a espera pelo Mudhoney parecia infinita. Ainda mais pelo atraso repassado por entreveros iniciais: pela programação, o grupo subiria ao palco às 23h, mas também só deu início ao repertório pouco depois de 0h. E, novamente, valeu a espera.
A abertura com “Slipping Away” foi morna, apesar da boa música. O palco parecia estar com alguns problemas de retorno, mas aparentemente logo foram corrigidos. O show começou mesmo com o clássico contemporâneo “I Like It Small”. O Club Lounge, pub de música eletrônica, se tornou um reduto do underground Rock n’ Roll por uma noite. Não só pela banda, como também pela plateia, que deu um show à parte. O pessoal cantou, pogou e moshou com gosto. “You Got It”, “Suck You Dry” e “F.D.K.” deram sequência com louvor e mantiveram a animação dos presentes no topo.

“1995” deu uma quebrada. A canção, tipicamente Stoner Rock, chama a atenção pelo peso e pela performance individual dos integrantes – todos estavam à vontade, mas especialmente o guitarrista Steve Turner. “In This Rubber Tomb”, um pouco mais rústica, manteve o público atento e animado, mas sem a quebradeira do início. Mas “Flat Out Fucked” voltou a escancarar algo que Mark Arm, vocalista e guitarrista, já disse anteriormente: o Mudhoney é basicamente uma banda de Punk Rock. Até porque o Grunge vai além de um rótulo engessado: é um movimento que agrega diversas vertentes.

A sequência arrastada de “Sweet Young Thing” e “Judgement, Rage, Retribution and Thyme” abriu alas para um dos momentos mais insanos do show: o clássico “Touch Me I’m Sick”, que fez com que cada presente ao menos fizesse um pouco de headbanging e entoasse o icônico refrão. A distinta “What To Do With The Neutral” e as roqueiras “I’m Now” e “The Final Course” novamente serviram de introdução para outro momento grandioso: a suja “The Open Mind”, com grande trabalho da cozinha de Dan Peters (bateria) e Guy Maddison (baixo).

“I Don’t Remember” destaca a qualidade do novo álbum, “Vanishing Point”, como todas as faixas do disco que foram tocadas no setlist – oito entre dez. “Next Time” retomou a perspectiva Stoner do grupo até o encerramento, com duas faixas do trabalho mais recente: “Chardonnay” e “The Only Son of the Widow from Nain”. Ovacionados pelo público, os membros do Mudhoney demonstrarm até um pouco de surpresa. Provavelmente, não esperavam que uma cidade do interior seriam tão interativos durante a performance deles.

O Mudhoney oferece um show muito divertido do início ao fim. Os caras têm a essência Rock n’ Roll ainda viva, tanto no palco quanto nas novas canções, de “Vanishing Point”. As guitarras distorcidas, o baixo pulsante e a bateria criativa deram a tônica da noite. Nada inventivo ou cheio de frescuras: é Rock n’ Roll.
Mudhoney é:
Mark Arm (vocal e guitarra)
Steve Turner (guitarra)
Dan Peters (bateria)

Guy Maddison (baixo)

Repertório:

01. Slipping Away
02. I Like It Small 
03. You Got It 
04. Suck You Dry 
05. F.D.K. (Fearless Doctor Killers) 
06. 1995 
07. In This Rubber Tomb 
08. Flat Out Fucked 
09. Sweet Young Thing (Ain’t Sweet No More) 
10. Judgement, Rage, Retribution and Thyme 
11. Touch Me I’m Sick 
12. What to Do With the Neutral 
13. I’m Now 
14. The Final Course 
15. The Open Mind 
16. I Don’t Remember You 
17. Next Time 
18. Chardonnay 
19. The Only Son of the Widow from Nain 

ESCOLHAS DO EDITOR
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Club Lounge, Uberlândia (MG) – 13/05/2014
Texto por Igor Miranda
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Parecia inimaginável receber o Mudhoney, uma das espinhas dorsais do Grunge no que tange a concepção e influência, em Uberlândia. A cidade, uma das maiores do interior do país, com mais de 600 mil habitantes, tem estrutura e relativo público para receber atrações de grande porte nacional e até médio porte internacional – como já recebeu Paul Di’Anno e Gilby Clarke, entre outros, no passado. Mas nem de longe é uma referência quando o assunto é esse.
Pois bem: aconteceu. O Mudhoney estava com uma apresentação confirmada na cidade, com abertura da banda local Leave Me Out. A grande expectativa para conferir o quarteto de Seattle fez com que o Club Lounge ficasse lotado, mesmo em uma noite de terça-feira.

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Um atraso desagradável, cujo motivo desconheço, antecedeu o início das apresentações. Programado para subir ao palco às 21h, o Leave Me Out só começou a tocar um pouco depois das 22h. O show, no entanto, estava impecável. O bom equipamento e ótima montagem de palco fez com que o quinteto soasse da forma que deve: pesado. Tudo soava perfeito.
O setlist, composto integralmente de canções autorais – a maioria presente no recente lançamento, “Endless Maze” -, assegurou uma ótima performance do grupo, que carrega muito da essência do famigerado Grunge, com flertes generosos ao heavy e doom metal – tal qual Alice In Chains, mas sem cópias ou inspirações exageradas. É uma banda pronta, cujo nome provavelmente será ouvido em várias regiões do undergroud brasileiro em pouco tempo.

O bom show do Leave Me Out serviu para deixar o público sedento por mais. A partir daí, a espera pelo Mudhoney parecia infinita. Ainda mais pelo atraso repassado por entreveros iniciais: pela programação, o grupo subiria ao palco às 23h, mas também só deu início ao repertório pouco depois de 0h. E, novamente, valeu a espera.
A abertura com “Slipping Away” foi morna, apesar da boa música. O palco parecia estar com alguns problemas de retorno, mas aparentemente logo foram corrigidos. O show começou mesmo com o clássico contemporâneo “I Like It Small”. O Club Lounge, pub de música eletrônica, se tornou um reduto do underground Rock n’ Roll por uma noite. Não só pela banda, como também pela plateia, que deu um show à parte. O pessoal cantou, pogou e moshou com gosto. “You Got It”, “Suck You Dry” e “F.D.K.” deram sequência com louvor e mantiveram a animação dos presentes no topo.

“1995” deu uma quebrada. A canção, tipicamente Stoner Rock, chama a atenção pelo peso e pela performance individual dos integrantes – todos estavam à vontade, mas especialmente o guitarrista Steve Turner. “In This Rubber Tomb”, um pouco mais rústica, manteve o público atento e animado, mas sem a quebradeira do início. Mas “Flat Out Fucked” voltou a escancarar algo que Mark Arm, vocalista e guitarrista, já disse anteriormente: o Mudhoney é basicamente uma banda de Punk Rock. Até porque o Grunge vai além de um rótulo engessado: é um movimento que agrega diversas vertentes.

A sequência arrastada de “Sweet Young Thing” e “Judgement, Rage, Retribution and Thyme” abriu alas para um dos momentos mais insanos do show: o clássico “Touch Me I’m Sick”, que fez com que cada presente ao menos fizesse um pouco de headbanging e entoasse o icônico refrão. A distinta “What To Do With The Neutral” e as roqueiras “I’m Now” e “The Final Course” novamente serviram de introdução para outro momento grandioso: a suja “The Open Mind”, com grande trabalho da cozinha de Dan Peters (bateria) e Guy Maddison (baixo).

“I Don’t Remember” destaca a qualidade do novo álbum, “Vanishing Point”, como todas as faixas do disco que foram tocadas no setlist – oito entre dez. “Next Time” retomou a perspectiva Stoner do grupo até o encerramento, com duas faixas do trabalho mais recente: “Chardonnay” e “The Only Son of the Widow from Nain”. Ovacionados pelo público, os membros do Mudhoney demonstrarm até um pouco de surpresa. Provavelmente, não esperavam que uma cidade do interior seriam tão interativos durante a performance deles.

O Mudhoney oferece um show muito divertido do início ao fim. Os caras têm a essência Rock n’ Roll ainda viva, tanto no palco quanto nas novas canções, de “Vanishing Point”. As guitarras distorcidas, o baixo pulsante e a bateria criativa deram a tônica da noite. Nada inventivo ou cheio de frescuras: é Rock n’ Roll.
Mudhoney é:
Mark Arm (vocal e guitarra)
Steve Turner (guitarra)
Dan Peters (bateria)

Guy Maddison (baixo)

Repertório:

01. Slipping Away
02. I Like It Small 
03. You Got It 
04. Suck You Dry 
05. F.D.K. (Fearless Doctor Killers) 
06. 1995 
07. In This Rubber Tomb 
08. Flat Out Fucked 
09. Sweet Young Thing (Ain’t Sweet No More) 
10. Judgement, Rage, Retribution and Thyme 
11. Touch Me I’m Sick 
12. What to Do With the Neutral 
13. I’m Now 
14. The Final Course 
15. The Open Mind 
16. I Don’t Remember You 
17. Next Time 
18. Chardonnay 
19. The Only Son of the Widow from Nain 

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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