Lançado em 22 de outubro de 1969, o segundo álbum de estúdio do Led Zeppelin entrou para a história do rock. Gravado durante a turnê de divulgação do disco de estreia, “Led Zeppelin II” consolidou a banda então em ascensão e serviu de inspiração para muitos outros artistas que vieram depois, com clássicos como “Whole Lotta Love”.
Jimmy Page define o trabalho como “extremo”. Durante entrevista à Mojo recentemente resgatada (via GuitarPlayer), o guitarrista descreveu o trabalho de tal maneira por acreditar que, desde o princípio, havia a ideia de que os músicos mostrassem os mais diferentes aspectos e habilidades presentes no grupo. Mencionando o processo de gravação, ele explicou:
“Procurávamos estúdios [para gravar] onde a acústica fosse muito boa ao tocar as músicas ao vivo. Eu queria que fosse algo bem extremo. Era isso que eu buscava: algo que mostrasse todos os pontos altos do que éramos capazes de fazer. Eu conseguia perceber a influência da acústica no jeito de tocar de John Bonham [baterista] e sabia que quanto mais focássemos nisso, melhor seria o som. Se você ouvir o álbum, consegue notar isso, e também percebe o caráter próprio dos estúdios naquela gravação.”
Para o membro, isso fica explícito em “Ramble On”, cuja sonoridade é orientada ao folk. Page exemplificou:
“Começou a ficar interessante a partir de ‘Ramble On’, porque você tinha o violão rolando, junto da bateria, do baixo e da guitarra; A questão era: ‘ok, a música vai começar com o violão ou com a guitarra?’. Hoje em dia, você poderia usar metrônomo e sobrepor os instrumentos facilmente, mas na época precisávamos planejar tudo com cuidado para que funcionasse.”
Jimmy Page e o foco no álbum
Segundo o guitarrista, outro aspecto que guiou a criação de “Led Zeppelin II” foi a percepção do ouvinte. Enquanto organizavam o material, os integrantes já pensavam na provável reação do público, querendo que os fãs ficassem entretidos com a ordem das faixas:
“Os singles eram para estações de rádio AM e não estávamos interessados nisso. Estávamos buscando espaço nas rádios FM, que tocavam lados inteiros de um álbum. Isso significava que, em alguns casos, eles tocavam suas músicas por 20 minutos. Foi assim que organizamos o álbum ‘II’, para garantir que os ouvintes não se entediassem. O álbum reflete a energia de estar na estrada.”
Ao conversar com a Rolling Stone em 1975, Page traçou uma comparação entre “Led Zeppelin I” (1969) e o segundo disco. Na ocasião, definiu o “Led Zeppelin II” como o responsável por construir a identidade do Zeppelin:
“Tudo se encaixou muito rápido. O álbum foi gravado pouco tempo depois da formação da banda. Nosso único ensaio foi uma turnê de duas semanas pela Escandinávia, que fizemos como os New Yardbirds. Voltamos direto às nossas raízes blues. Eu ainda tinha muitos riffs do Yardbirds guardados […]. No primeiro álbum, eu ainda era muito influenciado pelos primeiros dias da banda. Mas depois disso, no segundo disco, dá para ouvir claramente a identidade do grupo se formando.”
Sobre “Led Zeppelin II”
“Led Zeppelin II” fez mais sucesso que o primeiro álbum, com 3 milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos em 6 meses. Pouco mais de um mês após o lançamento, o disco chegou ao topo das paradas do país em questão, desbancando “Abbey Road” (1969), dos imponentes Beatles. Em 1999, estimava-se que “II” tivesse vendido mais de 12 milhões de cópias apenas em solo americano.
O sucesso se reproduziu, também, no Reino Unido. Nenhum single foi lançado para promover o álbum no país, somente nos Estados Unidos. A estratégia tinha o intuito de fazer o público britânico comprar o disco, sem “espalhar” as vendas para o compacto de divulgação.
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