Fernanda Lira costuma expor com frequência as situações que enfrenta com haters nas redes sociais. Ao longo dos últimos anos, a vocalista e baixista revelou ter sido alvo de críticas pesadas por motivos diversos — desde ter chorado em um show da cantora Beyoncé até pelas mudanças no corpo.
Por mais que não se cale diante dos comentários, a artista confessa que tem dificuldade em lidar com todo o ódio recebido na internet. Ao mencionar o tópico durante entrevista ao canal L’Ma3adine – The Metalheads (via Whiplash), ela trouxe o seguinte relato:
“Eu recebo muito ódio na internet. Se começasse a contar o tipo de ódio que recebo, você não acreditaria. Acho que é algo com que ainda tenho dificuldade em lidar, porque tem muitas pessoas dizendo coisas horríveis sobre mim e são pessoas que não me conhecem. Não estou dizendo que sou um anjo, mas definitivamente não sou a pessoa horrível que pintam que sou.”
Lira chorou em certos casos e desabafou a respeito com pessoas próximas. Com o tempo, porém, a artista chegou à conclusão do motivo por trás de tantos ataques: sua autenticidade.
“Quando meus amigos conversam comigo sobre isso, quando eu desabafo sobre isso, todos dizem tipo: ‘você recebe ódio porque é autêntica, porque você está sendo você mesma’. E tantas vezes eu me lembro de chorar no meu quarto, pensando: ‘por que estou recebendo tanto ódio por ser eu mesma?’.”
“Capitalismo quer que você seja gado”
Segundo Lira, o hate é fruto do capitalismo e da configuração da sociedade presa aos estereótipos. Sendo assim, apesar das consequências difíceis, a cantora enxerga a própria postura com orgulho:
“Não falo para criar polêmica. Falo porque isso sou eu. É como me sinto, é minha personalidade. Se minha personalidade está fazendo as pessoas sentirem algo a meu respeito, tem algo aí. Sei que hoje vivemos em uma sociedade com medo de autenticidade. A sociedade, o capitalismo, tudo que comanda o mundo agora quer que você seja gado, que vai tolerar tudo e vai seguir todas as regras e todos os estereótipos. Se, no meu caso, sou odiada ou chamada de poser por ser quem sou, e sou alguém que desafia estereótipos, o sistema e as normas, então estou feliz em ser eu mesma.”
Um dos piores hates
Ao Metalks no ano passado, Fernanda exemplificou a questão citando um dos hates mais sem noção que já havia visto, envolvendo sua paixão pela Beyoncé e o fato de ser uma mulher na cena do metal. Como transcrito também pelo Whiplash, a frontwoman contou:
“Um amigo meu, que também faz parte de uma banda de metal, veio falar comigo visivelmente abalado. Ele disse: ‘cara, vi um post humilhando você, e fiquei tão mal, sinto muito’. Então eu pedi para ele me mostrar. Quando vi, acabei rindo, porque era tão absurdo o que estava escrito. Nós, que já estamos mais calejados com essas coisas, não nos deixamos abalar tanto. No post, havia uma foto minha e um comentário que dizia algo assim, tentando traduzir do inglês: ‘’Infelizmente, a maioria das mulheres não tem testosterona suficiente para se imergir verdadeiramente no mundo do metal. O estrogênio diminui a raiva e aumenta as emoções e instintos maternais. É por isso que a maioria das mulheres prefere gêneros como baladas e músicas pop de artistas como Beyoncé e Taylor Swift. Mulheres, parem de fingir […]’. O post continuava com uma linguagem muito ofensiva e ainda mencionou meu nome, dizendo: ‘Fernanda Lira é uma lição para todos nós. Não existe algo como uma mulher metaleira. Se elas se mostram dessa maneira, é apenas por dinheiro ou atenção. Por trás, elas vão aos shows da Beyoncé. Nunca confiem em uma mulher’.”
Crypta atualmente
A Crypta terminou recentemente uma turnê pelos Estados Unidos e iniciou mais shows pela América Latina. O Brasil ficou com três datas do giro, que ainda passará por Uruguai, Argentina, Chile, Colômbia e México.
Atualmente, a banda é formada de modo oficial por Fernanda Lira (vocal e baixo), Luana Dametto (bateria) e Tainá Bergamaschi (guitarra), desde a saída de Jéssica di Falchi (guitarra), em março deste ano. O trio vem testando novas integrantes a cada turnê antes de escolher uma integrante definitiva.
Os primeiros shows sem Jéssica foram feitos com Helena Nagagata. Na excursão norte-americana recém-completada, quem assumiu a vaga foi Victoria Villarreal (Bow Before None, Syrebris).
Confira as datas da turnê da Crypta no Brasil:
- 05/12 – Belo Horizonte, MG (Mister Rock)
- 06/12 – Brasília, DF (Toinha)
- 07/12 – Belém, PA (Botequim)
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