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O ícone do rock que admite não ter ouvido tanto Black Sabbath

"Achava 'Paranoid' ótima, mas eu não curtia muito essa pegada sombria", confessou o baixista em questão

A história do Deep Purple está ligada à trajetória do Black Sabbath. Ambas as bandas surgiram no fim da década de 1960, na Inglaterra, e tornaram-se ícones da cena musical. Entre 1982 e 1984, a conexão ficou maior quando Ian Gillan, consolidado como vocalista da primeira banda mencionada, tornou-se a voz do segundo grupo, substituindo o saudoso Ronnie James Dio. 

Apesar disso, um integrante do Purple não é necessariamente o maior fã do Sabbath: Roger Glover

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Ao canal Classic Album Review, o baixista revelou que não curtia a “pegada sombria” das canções de Ozzy Osbourne e companhia. Ainda assim, reconhece não só a força do clássico “Paranoid”, como a dos colegas num geral, cujo sucesso, em suas palavras, é “indiscutível”.

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Conforme transcrição da Blabbermouth, o músico disse:

“Eu amava o Led Zeppelin. Não ouvia muito Sabbath, mas gostava de ‘Paranoid’. Achava essa música ótima, mas eu não curtia muito essa pegada sombria. Mas o sucesso deles é indiscutível. É por isso que eles estão onde estão, porque alcançaram um público que nós não alcançamos. Todos nós tocamos em pontos que os outros não tocaram.”

O artista também aproveitou para destacar que nunca viu o Sabbath ou o Led Zeppelin como rivais. Ainda mais porque o trio, ainda que inseridos num contexto semelhante, era “muito diferentes”:

“Nunca vimos o Black Sabbath como rivais. Parece uma perda de tempo pensar assim. Mas certamente o Black Sabbath, o Purple e o Led Zeppelin sempre são colocados juntos como uma ‘trindade maldita’. É um grande elogio estar em uma companhia tão boa. Todos nós éramos muito diferentes, o que é ótimo. Mas não havia comparação.”

Numa entrevista concedida em 2017 ao programa de rádio Linea Rock, da Itália, o baixista confessou que nunca aprofundou-se na discografia do Sabbath. Mencionando novamente a admiração por “Paranoid”, afirmou na ocasião:

“Não sabia muito sobre o Black Sabbath quando eles surgiram. Só lembro que achei ‘Paranoid’ um ótimo single. Mas nunca observei seus discos profundamente. Já o Led Zeppelin eu ouvi pela primeira vez apenas algumas semanas antes de entrar no Deep Purple. O primeiro disco deles mudou meu modo de encarar a música. Adorei.”

A opinião de Ian Gillan

Durante entrevista ao The Sun em julho do ano passado, Ian Gillan comentou sobre o surgimento da chamada “trindade maldita”, a forma como o Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple eram referidos na época. Atribuindo a nomenclatura à imprensa, o vocalista disse:

“Assim como ‘sexo, drogas e rock and roll’, a ‘trindade maldita’ foi criada inteiramente por nossos bons amigos, os jornalistas de música. Nós os conhecíamos, bebíamos com eles e eles colocavam em palavras o que todos estavam fazendo: algo distintivo e identificável.”

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Para Gillan, a importância dos três está no fato de que essas bandas estavam colocando em ação o que havia sido construído pelo menos 10 anos antes, com os BeatlesRolling StonesCream e outros nomes. Mas entre eles, na opinião do vocalista, uma delas se sobressaiu: o Sabbath.

Ian afirmou, em uma visão interessante sobre o que viria nas décadas seguintes:

“Até certo ponto, o Sabbath era o mais importante porque sem eles, não haveria Seattle (o movimento grunge) ou o heavy metal. O que Tony (Iommi, guitarrista do Black Sabbath) estava fazendo naqueles primeiros dias era incrível. Era tão poderoso.”

Há quem considere que o Deep Purple, única das três ainda em atividade, tenha tido impacto ligeiramente menor que Black Sabbath e Led Zeppelin — ao menos em âmbito comercial. Isso foi mencionado a Ian Gillan em outra entrevista, para a Classic Rock, em 2020, mas o cantor não mostrou nenhum tipo de ressentimento pela “medalha de bronze”.

Ele explicou:

“Não, de jeito nenhum. Estou feliz que pessoas suficientes tenham gostado de nós naquela época para criar esse misticismo e longevidade, e que as pessoas ainda gostem de nós hoje. Você não pode fazer algo por mais de 50 anos a menos que esteja fazendo certo.”

Sobre Roger Glover

Nascido em Brecon, País de Gales, Roger David Glover começou a se envolver com música aos 13 anos. Sua primeira banda foi o Madisons, que se tornaria o Episode Six, onde conheceria o vocalista Ian Gillan.

Os dois seriam chamados pelo Deep Purple em 1969, dando início à formação mais bem-sucedida do grupo. Saiu em 1973, retornando em 1984 e permanecendo até hoje. Entre 1979 e 1983, reencontrou o guitarrista Ritchie Blackmore no Rainbow, gravando quatro álbuns de estúdio.

Desenvolveu uma carreira respeitável como produtor, trabalhando com artistas como Judas Priest, Nazareth, David Coverdale, Elf, Rory Gallagher e Status Quo, entre outros. Também possui uma carreira solo esporádica.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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