Ao longo dos anos, Yngwie Malmsteen diz ter recebido convites para tocar em inúmeras bandas. Além de ter passado pelo Steeler e pelo Alcatrazz, o guitarrista sueco revelou que também foi sondado para tocar no Kiss, UFO e até mesmo no grupo de David Lee Roth – composto em sua formação clássica por Steve Vai (guitarra), Billy Sheehan (baixo) e Gregg Bissonette (bateria).
Segundo o músico, a proposta aconteceu por volta de 1985, após abrir a turnê “Fly on the Wall” do AC/DC. Como explicado, o vocalista do Van Halen ia aos seus shows “o tempo todo” e os dois saíam juntos com frequência, o que naturalmente levou à ideia.
No entanto, Malmsteen optou por não juntar-se a Diamond Dave porque achava que estava em um bom momento na carreira solo. Ao canal da Guitar Player, de acordo com transcrição do Blabbermouth, o guitarrista recentemente contou:
“Fui convidado para entrar na banda do Dave [Lee] Roth. O que aconteceu foi que ele estava saindo, ou já tinha saído, do Van Halen, e eu estava fazendo uma grande turnê americana com o AC/DC. E logo depois disso, fiz minha própria turnê pelos Estados Unidos com uma banda chamada Talas como banda de abertura, que era a banda do Billy Sheehan. E o Dave ia aos shows o tempo todo. Além disso, a gente também saía junto. Teria sido algo incrível, mas acho que… ele obviamente chamou o Billy Sheehan também e o Billy aceitou. Não foi algo oficial, nem nada do tipo, mas estava bem claro o que ele queria. E, na época, eu pensava: ‘ah, não, estou indo bem assim’.”
Essa não foi a primeira vez que Malmsteen abordou o assunto. Durante entrevista ao site Metal Talk em 2021, o artista relembrou o fato e trouxe outra justificativa para a recusa – da qual admitiu ter se arrependido: o fato de ainda ser muito jovem à época. Ele detalhou:
“Foi uma loucura. Recebi uma proposta para entrar na banda do David Lee Roth logo depois que ele saiu do Van Halen. Fiquei muito, muito honrado com isso. Fiz uma turnê naquele ano, em 1985, e ele ia aos meus shows o tempo todo! Ele é muito esperto. Achava que precisava de um guitarrista incrível, porque o Eddie é o rei de tudo. Na época, o Billy Sheehan era o ato de abertura da minha turnê, e ele também convidou o Billy para entrar na banda – e, obviamente, ele aceitou. Pensando bem agora, talvez eu devesse ter aceitado também, teria sido divertido. Mas eu estava indo muito bem, e tinha apenas 21 anos.”
Sobre o guitarrista
Nascido Lars Johan Yngve Lannerbäck na Suécia em 30 de junho de 1963, Yngwie Malmsteen pegou um violão pela primeira vez aos 7 anos de idade, no dia em que Jimi Hendrix morreu, e ganhou sua primeira guitarra aos 9, de presente do irmão.
Largou a escola aos 15 e conseguiu um emprego consertando guitarras em uma loja de música em Estocolmo. Enquanto trabalhava lá, ele teve a ideia de escalopar braços de guitarra — modificação que torna as técnicas de vibrato e bending mais fáceis e que se tornaria marca registrada de seus instrumentos.
No final da adolescência, cada vez mais frustrado com a cena musical sueca, Malmsteen se viu num beco sem saída: suas composições, por melhores que fossem, não despertavam o interesse de nenhuma gravadora local por não serem “comerciais” o suficiente.
Sabe-se lá como, uma demo atravessou o oceano. Mike Varney, chefe da Shrapnel Records na Califórnia, ouviu e ficou impressionado com o estilo de tocar do jovem. Ele entrou em contato e pediu que Yngwie fosse aos Estados Unidos para gravar um álbum pela sua gravadora.
Malmsteen foi de mala e cuia para Los Angeles, onde se juntou ao Steeler. Ele gravou um álbum homônimo (1983) com a banda antes de unir forças com o veterano ex-vocalista do Rainbow Graham Bonnet no Alcatrazz, registrando “No Parole from Rock ‘n’ Roll” (1983) e o ao vivo “Live Sentence” (1984).
Cansado do expediente de compor em parceria com terceiros, ele saiu do Alcatrazz e pôs na rua o Yngwie J. Malmsteen’s Rising Force, nome sob o qual começou a gravar uma série de álbuns, alguns dos quais obteriam status de clássico não apenas no reino da guitarra, mas no hard e metal como um todo, como “Rising Force” (1984), “Trilogy” (1986) e “Odyssey” (1988).
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