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O melancólico fim do White Lion, explicado por Mike Tramp

Segundo o vocalista, "ninguém lutou" para que a banda continuasse quando decidiram encerrar as atividades em 1991

Mesmo com uma baixa de dois integrantes, o White Lion continuou na estrada em 1991. Com o objetivo de divulgar o disco “Mane Attraction” (1991), o vocalista Mike Tramp e o guitarrista Vito Bratta recrutaram o baixista Tommy “T-Bone” Caradonna e o baterista Jimmy DeGrasso para dar prosseguimento aos shows.

Contudo, a nova formação não durou muito tempo. Logo a banda encerrou as atividades de uma maneira um tanto quanto melancólica.

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Tramp relembrou o momento difícil durante entrevista ao MusicRadar. Segundo o cantor, os músicos começaram a excursionar pelos Estados Unidos quando perceberam, especificamente em Nova York, que a gravadora Atlantic Records já não queria mais trabalhar com eles.

Diante do descaso, decidiram então que a apresentação marcada em Boston para setembro seria a última não só da turnê, como do White Lion. Ao contrário do que imaginavam, porém, não houve nenhuma intervenção por parte de qualquer pessoa ligada à banda, com toda a gerência acatando facilmente a decisão. 

Nas palavras do artista, “ninguém lutou” pelo White Lion, banda que, curiosamente, iniciou carreira com um álbum de nome “Fight to Survive” (“lutar para sobreviver”, em tradução livre). Ele disse:

“Ninguém da gravadora apareceu no show [de Nova York]. […] Nunca, jamais conversamos sobre por que foi tão fácil acabar com a banda. E uma ligação tentando nos impedir nunca veio — nem da gravadora, nem dos empresários, nem da empresa de merchandise que um dia nos deu um milhão de dólares adiantado. Tínhamos uma grande banda. Tínhamos dois compositores que sabiam trabalhar juntos. Mas ninguém lutou pelo White Lion.”

Mike Tramp se sente responsável

Ao The Metalcast em 2023, o vocalista contou a mesma história e foi além. Conforme transcrição da Sleaze Roxx, o próprio confessou que sentiu-se o responsável pela desconsideração da gravadora e que, por isso, veio dele a iniciativa de acabar com o White Lion. 

“Jimmy DeGrasso e Tommy Caradonna entraram para a formação. Por um tempo, enquanto ensaiávamos, parecia que tínhamos nascido de novo. Então, saímos em turnê pelos Estados Unidos. Chegamos a Nova York, nossa cidade natal, com um show lotado. Ninguém da gravadora apareceu. Para mim, foi um sinal claro de que eles estavam procurando outros artistas. Eu assumi a responsabilidade, ficando realmente ofendido, e com tudo o que aconteceu, eu disse ao Vito que, quando tocássemos em Boston no dia 2 de setembro, seria nosso último show. Ele apenas olhou para mim e disse ‘ok’, e nunca mais falamos sobre isso por 25 anos.”

Mágoa com Vito Bratta

Tramp não esconde a mágoa por Vito não ter, ao menos, questionado sua atitude. Ao site Sea Of Tranquillity em 2014, como compartilhado pelo Blabbermouth, o cantor levantou a seguinte hipótese:

Fiquei meio chocado porque, para mim, parecia que Vito e eu ainda não tínhamos terminado de trabalhar juntos e fiquei surpreso por ele nunca ter se oposto quando eu disse ‘o White Lion acabou’. O problema é que ele simplesmente se rendeu e desistiu. Não estou dizendo que o White Lion teria continuado se ele e eu tivéssemos discordado nisso. Mas tenho certeza de que, se tivéssemos nos sentado, conversado, olhado de perto o cenário e resolvido o que deu errado, então talvez o White Lion ainda existisse como uma banda madura e musicalmente séria hoje.”

Sobre o White Lion

O White Lion despontou na onda do hard rock oitentista e emplacou alguns sucessos, especialmente com o álbum “Pride”. Lançado em 1987, o segundo disco do grupo vendeu mais de 2 milhões de cópias, impulsionado pelo sucesso da balada “When the Children Cry”.

O conjunto se dissolveu em 1992, com Mike Tramp desenvolvendo carreira solo e participando de outros projetos. Ele chegou a usar novamente o nome da banda por um breve período, mas mudou de ideia em respeito a Vito Bratta. O baixista James LoMenzo hoje toca no Megadeth e o baterista Greg D’Angelo administra um estúdio em Los Angeles.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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