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Por que a Haim é renegada pela comunidade rock, segundo as integrantes

Banda formada por irmãs acredita que paixão por se movimentar e dançar no palco afaste o público tradicional do gênero

Desde 2007, a Haim está na estrada. Ao longo dos anos, a banda de sonoridade orientada ao pop/indie rock lançou três álbuns de estúdio bem-sucedidos e está prestes a disponibilizar o quarto disco, “I Quit”, no dia 20 de junho. 

Além disso, o grupo vem excursionando com turnês próprias desde a “Days Are Gone Tour”, iniciada em 2013. Ainda, abriu para grandes nomes como Julian Casablancas, The Killers, Kings of Leon e Red Hot Chili Peppers.

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No entanto, mesmo com tal currículo de peso, as integrantes sentem que são renegadas pela comunidade rock. Recentemente, o assunto surgiu durante entrevista à revista GQ

Um dos motivos levantados pelas próprias é o jeito como se comportam no palco. Segundo Danielle, ela e as irmãs “amam” se movimentar e dançar enquanto estão performando, o que sente que não é levado a sério pelo público mais tradicional do gênero — apesar de nomes como Talking Heads e Prince terem feito o mesmo. Alana ainda complementou:

“A comunidade rock encara isso como uma fraqueza. Não sei por quê. Adoramos dançar e fazer as pessoas rirem e por algum motivo isso é inaceitável.”

Este, então, destacou que, normalmente, os comentários negativos são feitos pelos homens. E estendem-se até mesmo à maneira que as musicistas tocam. Rebatendo especificamente a acusação de que usam playback porque os instrumentos não estão conectados aos amplificadores com cabos, ela afirmou: 

“É sempre um cara. Mano, estamos usando sistema wireless [sem fio]. Você é um idiota do car#lh0?”

Haim e o machismo no rock

No passado, a Haim discutiu a questão em entrevista ao jornal The Guardian. Especificamente em relação à falta de apoio das rádios voltadas ao rock, Danielle mencionou o machismo explícito:

“Com certeza houve um tempo em que queríamos estar nas rádios de rock e eles diziam que não éramos rock o suficiente. Isso foi como um tapa na cara, especialmente quando essas rádios tocam tantas bandas que fazem a mesma coisa que nós, mas são homens.”

Já Alana trouxe como justificativa o espiríto “divertido” inerente à banda, o qual, ao seu ver, outros nomes do rock não encaram com a visão correta:

“O que as bandas de rock não entendem sobre nós é que zombamos de nós mesmas. Adoramos nos divertir, mas às vezes isso faz as pessoas pensarem que não levamos a música a sério.”

Para a banda, é claro como os homens no rock recebem um tratamento diferente das mulheres em geral. Nas palavras de Danielle, enquanto que elas foram julgadas tanto pela dança quanto por não colocarem muitos solos de guitarra nos dois primeiros discos “Days Are Gone” (2013) e “Something to Tell You” (2017), grupos masculinos não enfrentaram uma rejeição semelhante quando fizeram o mesmo. 

À Elle UK (via Rolling Stone Brasil), a integrante disparou:

“Em nossos dois primeiros discos, não há muitos solos de guitarra. E dançamos em nossos videoclipes, porque amamos dançar. Mas algumas pessoas descartam isso e chegam a dizer: ‘oh, eles não tocam seus próprios instrumentos’. Só gostamos de nos mexer. Algumas bandas masculinas podem se safar dançando e não colocando solos de guitarra em seus álbuns e ainda são consideradas uma banda de rock. Nós não. A partir de nosso terceiro álbum, ficamos um pouco mais conscientes disso.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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