O trecho importante de “Bohemian Rhapsody” que o Queen quase perdeu

Enquanto banda trabalhava na parte em questão do clássico lançado em 1975, fita de gravação passou a se deteriorar

“Bohemian Rhapsody” é um dos maiores clássicos do Queen. Com quase seis minutos, a faixa lançada como parte do álbum “A Night at the Opera” (1975) não tem refrão e chama atenção pela estrutura nada convencional, que inclui até mesmo uma ópera. 

A parte entra logo após o solo de guitarra de Brian May. Em tal momento, o saudoso vocalista Freddie Mercury bombardeia o ouvinte com palavras exóticas, expressões em várias línguas e referências a obras eruditas, das quais ele era um conhecido admirador.

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Sem dúvida, o trecho é um dos mais emblemáticos e importantes da canção. Todavia, curiosamente, a banda quase o perdeu enquanto o gravava. 

Gillian G. Gaar, autora do recém-lançado livro “Queen & A Night at the Opera: 50 Years”, comentou o fato durante entrevista ao Booked on Rock Podcast. Segundo a escritora, o problema foi que os músicos fizeram tantos overdubs — técnica que consiste em adicionar novas camadas de áudio a uma gravação já existente — durante o processo que a fita com a qual trabalhavam passou a se deteriorar. 

Conforme transcrição da Ultimate Guitar, ela relembrou:

Julie Webb, uma jornalista do NME, disse que estava lá assistindo enquanto eles faziam alguns dos overdubs e comentou: ‘para cada ‘Galileo’ aparece na música, eles cantaram essa parte umas 120 vezes’. Ela os viu repetindo aquilo várias e várias vezes para acertar do jeito que queriam. Eles realmente estavam sobregravando tanto que a fita — porque eles estavam trabalhando com fita, não era digital — começou a se desgastar. E Brian disse que dava pra segurá-la contra a luz e meio que ver a luz passando através dela. Então, eles precisaram transferir tudo rapidamente para que todo aquele trabalho não se perdesse.”

Devido à quantidade de sobreposições, o produtor Roy Thomas Baker acredita que a qualidade de som acabou afetada. A respeito, Gillian afirmou: 

“Acho que foi o Roy quem disse: ‘Houve uma certa perda de som. Quando você coloca tanta coisa ali, não consegue ouvir tudo com clareza’. Então, ele sentia que a cada nova adição, as outras camadas se perdiam um pouco. Mas no geral, o som ficou ótimo. Quando eles ouviram a versão finalizada, todos ficaram simplesmente chocados com o que estavam ouvindo — como você pode imaginar, depois de tanto trabalho.”

O Queen criou “Bohemian Rhapsody” por três semanas, com Mercury guiando os outros membros. Ao longo do período, os integrantes gravaram vocais todos os dias, por 10 a 12 horas, para criar os overdubs.

Queen e “A Night at the Opera”

Lançado em novembro de 1975, “A Night at the Opera” é o quarto álbum de estúdio do Queen. Com músicas como “Bohemian Rhapsody”, “You’re My Best Friend” e “Love of My Life”, o disco foi responsável por fazer a banda estourar nos Estados Unidos.

A explosão de “Bohemian Rhapsody”, tocada a exaustão nas rádios, colaborou para que o projeto vendesse bem – e a estratégia de lançá-la como single foi bem ousada para a época, já que a faixa foge dos padrões de uma canção comercial. No livro “Queen: Complete Works”, de George Purvis, Brian May fez uma análise da situação na época do lançamento.

“Tínhamos confiança porque tínhamos um hit. Tínhamos quase que um desespero sobre nós também, porque estávamos totalmente falidos naquele ponto. Fizemos álbuns bem-sucedidos, mas não tivemos nenhum retorno financeiro. Se ‘A Night at the Opera’ não tivesse sido um grande sucesso, acho que teríamos desaparecido no oceano em algum lugar. Então fizemos esse disco sabendo que era vida ou morte. Cada um de nós, individualmente, queria alcançar nosso potencial enquanto compositores, produtores e tudo mais.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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