Na metade da década de 1980, o Pink Floyd se viu sem um de seus membros mais importantes. O baixista e vocalista Roger Waters deixou a banda para nunca mais voltar, mas o guitarrista e cantor David Gilmour e o baterista Nick Mason seguiram em frente.
Trouxeram o tecladista Richard Wright novamente e seguiram em frente, não demorando a lançar o álbum “A Momentary Lapse of Reason” (1987). Mas o grupo precisava de um baixista.
Para aquele disco, o escolhido para a função foi Tony Levin, ícone do rock progressivo que já tocou com King Crimson, Peter Gabriel, Liquid Tension Experiment, John Lennon, David Bowie, Stevie Nicks e muitos outros. O músico relembrou a parceria com o Pink Floyd em entrevista para a Vulture (via Ultimate Guitar):
“David Gilmour me pediu para tocar baixo no álbum depois da famosa saída de Roger Waters da banda, pensando que seria o fim deles. Eu não era parte de nenhuma das intrigas da banda e fiquei empolgado em entrar no mundo de tentar tocar apropriadamente num contexto do Pink Floyd, mas também ser eu mesmo de alguma forma.”
Pensando nessa identidade, Levin apareceu na sessão com seu famoso Chapman Stick, um instrumento que funciona como um baixo com muito mais cordas. O artista afirmou ter se dado bem com Gilmour e os outros envolvidos na produção do disco, na posição de músico contratado, mas também cometeu uma “gafe”:
“Me lembro de uma instância em que tive um longo improviso e toquei algumas notas extras. Não estou falando de um riff de baixo rápido aqui, foram só algumas notas. Depois do take, quando nos reunimos para ouvir, David sorriu para mim e disse: ‘Tony, no Pink Floyd você não toca essas notas extras até muito depois’. Eu tive a ideia certa, mas fiz rápido demais. Ele estava silenciosamente dizendo: ‘você não sabe disso, mas o resto de nós sabe’.”
Tony Levin não quis ficar no Pink Floyd
Terminada a gravação de “A Momentary Lapse of Reason”, Tony Levin recebeu o convite para cumprir, também, a turnê promocional. E recusou.
Naquele momento, o baixista pertencia à banda solo de Peter Gabriel, ex-vocalista do Genesis, e resolveu permanecer com o cantor. Sobre a escolha, ele afirma:
“Foi uma dessas grandes decisões em sua carreira, talvez a minha maior, na qual permaneci com Peter. Nunca me arrependi, mas tenho certeza que a trajetória de minha carreira teria sido diferente se eu tivesse passado o próximo ano e meio tocando com o Pink Floyd.”
Para a turnê, o Pink Floyd contou com Guy Pratt no baixo, músico que tem no currículo nomes como Madonna, Michael Jackson, Gary Moore e outros. Ele gravou ainda “The Division Bell” (1994) e seu subsequente disco de sobras, “The Endless River” (2014), além de integrar a banda solo de David Gilmour e o Nick Mason’s Saucerful of Secretes, comandado pelo baterista citado.
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E Guy Pratt também era o genro de Rick Wright.