Jéssica di Falchi falou pela primeira vez sobre sua saída da Crypta. Durante uma live do canal Bandmade, do qual agora faz parte, a guitarrista explicou as razões para ter deixado a banda.
Conforme transcrição da Roadie Crew, Jéssica reforçou algo que os fãs já sabiam: death metal, gênero praticado pela banda, não é bem a sua praia. Antes de se juntar a Fernanda Lira (voz e baixo), Luana Dametto (bateria) e Tainá Bergamaschi (guitarra), ela havia feito carreira em projetos de som mais melódico, com destaque às colaborações com o baterista Aquiles Priester (W.A.S.P., ex-Angra).
Ela disse:
“Sempre fui muito clara que death metal nunca foi o meu ‘rolê’, nunca escondi isso. Na época que aceitei o convite de entrar na Crypta, fazia muito sentido, porque, mesmo sendo death metal, death metal é um subgênero do metal – e eu sou uma guitarrista de metal. […] Achei que, conforme o tempo fosse passando, eu ia me sentir parte disso.”
Além da menor identificação com o subgênero musical, Jéssica di Falchi disse que não se sentia pertencente ao grupo. Ela contou:
“Entrei na banda, ela já existia, só que o tempo foi passando e eu percebi que, na verdade, cada vez menos eu me sentia parte disso. Nunca me senti parte da banda. Conforme o tempo foi passando, as coisas não foram melhorando. Muitas coisas foram acontecendo também, até que chegou um ponto em que eu pensei: ‘Pô, estou me dedicando 101% da minha vida a uma banda que não é minha, e aparentemente esse sentimento nunca vai mudar dentro de mim’.”
Embora goste de fazer turnês, a musicista aponta ter deixado de “fazer muita coisa” para si, pois faltava tempo, devido à extensa agenda de shows da Crypta. Com desejo de trabalhar com outras pessoas, ela decidiu sair.
“Chegou um momento em que eu falei: ‘Tá, quero, preciso sair. Quero tocar com outras pessoas. Se me surgir a oportunidade de tocar outros estilos que façam sentido para mim, eu quero’. Acho que a vida é isso: um eterno aprendizado. E acho que estou na minha fase mais madura, tanto pessoalmente quanto profissionalmente falando.”
Pelas redes sociais, integrantes da Crypta têm dito que a substituta de Jéssica não será escolhida de imediato. Diferentes guitarristas passarão pelo posto e realizarão turnês até que a banda decida por uma opção definitiva. Um dos nomes especulados é o de Helena Nagagata, conhecida por seu trabalho solo e pela colaboração com o projeto Shamangra.
Próximo álbum da Crypta
Apesar da saída de Jéssica di Falchi, a Crypta mantém o planejamento de lançar um novo álbum. Fernanda Lira comentou sobre os próximos passos de sua banda em entrevista a este que vos escreve a Rolling Stone Brasil, realizada antes do anúncio do rompimento com a guitarrista. Inicialmente, ela diz:
“Acabamos de sair de uma turnê onde, em um ano, fizemos 138 shows, passando por três turnês na Europa, duas nos Estados Unidos, turnê no Brasil. Então, decidimos pisar no freio. Faremos só umas quatro turnês [risos]. Mas vamos passar mais tempo em casa, porque estamos compondo o nosso terceiro disco.”
Sobre o álbum, Fernanda revelou poucas informações, mas o suficiente para mostrar que o processo está em andamento. A artista disse:
“É um disco conceitual. Já estou com o conceito pronto na cabeça. Já iniciamos o processo de composição, está engatinhando, mas vai desembocar logo mais. Tivemos uma reunião que direcionaram algumas coisas e estamos muito empolgadas. Acreditamos muito nesse disco. Nossas ideias estão borbulhando.”
Na sequência, ela deu uma ideia de quando teremos novidades da Crypta. O ano de 2025 deve ser focado em outros projetos e na produção do disco. Além disso, mais shows devem acontecer.
“Ano que vem, lançamento de disco. Iremos produzir com calma e deve sair na segunda metade de 2026. Trabalhamos com gravadora e eles têm um processo interno deles também. Mas estamos a todo vapor.”
A frontwoman garante que as atividades paralelas não são um sinal de que a banda deixou de ser prioridade. Para Fernanda, a Crypta deve voltar mais forte do que nunca.
“Todas temos outros projetos, mas não significa que a Crypta será deixada de lado, nem que não está legal. É que precisamos dar vazão a tudo que passa nas nossas cabeças. Acho que isso dá gás para a própria Crypta. Sempre acreditei que outros projetos dão um sopro de ar fresco para trazer outras dinâmicas.”
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