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A simples razão que levou ao fim do Guns N’ Roses clássico, segundo ex-empresário

De acordo com Alan Niven, que trabalhou com a banda entre 1986 e 1991, motivo envolveu comportamento do vocalista Axl Rose

Após um período de auge, o Guns N’ Roses teve pouco a pouco a sua formação clássica desmanchada. Começou com a demissão do baterista Steven Adler em 1990. Depois, o guitarrista Izzy Stradlin deixou a banda em 1991. Por fim, o guitarrista Slash e o baixista Duff McKagan abandonaram o barco respectivamente em 1996 e 1997. 

Para um ex-empresário do grupo, o motivo pelo qual isso aconteceu é simples: Axl Rose queria controle de tudo. Durante participação no podcast Appetite for Distortion, Alan Niven, que trabalhou com os membros entre 1986 e 1991, mencionou tal comportamento do vocalista como justificativa. 

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Conforme transcrição do Ultimate Guitar, ele opinou: 

“Só existe um motivo para tudo isso: o Axl tomou controle de tudo. Minha alegria em fazer rock and roll basicamente chegou ao fim em setembro de 1986, quando assinei o contrato com o Guns N’ Roses. A partir dali, foi só pressão, ansiedade e estresse, o tempo todo.”

Para o profissional, o incômodo dos outros integrantes com o cantor ficou claro após uma declaração de Izzy enquanto estavam em Toronto, no Canadá, provavelmente durante a “Use Your Illusion Tour” em junho de 1991. Assim, relembrou:

“Estávamos em Toronto, no segundo ou terceiro dia da primeira turnê deles com The Cult. Eu só consegui ficar até o terceiro show e assim que larguei minhas malas na cama, ouvi batidas na porta. Fui atender e era o Izzy, ele parecia acabado. Passou por mim sem dizer nada, entrou no quarto e se jogou no sofá. Perguntei o que tinha acontecido e ele respondeu: ‘aquele filho da p#t@ faz a gente se sentir uma merda todo santo dia’. Essa é uma frase que eu nunca vou esquecer.”

É comum que Alan manifeste seu descontentamento com Axl. Conversando com a Classic Rock em 2022, o ex-empresário do GN’R citou algumas das atitudes do cantor que o causaram problemas quando conviviam um com o outro, incluindo discussões nos bastidores da turnê com o Aerosmith em 1988: 

“O Guns consumiu muita da minha energia. Tirei o Guns das ruas e os fiz lotar o Wembley. E não houve nenhuma gratidão por parte do Axl […]. Um exemplo: o Axl se recusou a fazer a turnê com o Aerosmith. Ele me mandou cancelar. Mas eu tinha assinado um contrato coletivo em nome do GN’R. Minha responsabilidade era com o grupo, com a entidade como um todo, não só com o vocalista. Me recusei a cancelar. Ele ficou furioso. Me baniu da turnê por três semanas, tempo suficiente pra todo mundo perceber que estava sendo um sucesso, o ponto alto da carreira da banda até então […]. Não tenho dúvidas de que ele foi um obstáculo em outros projetos também.”

A versão de Slash 

No passado, Slash afirmou que sua saída do Guns N’ Roses, em 1996, foi motivada pelas tentativas de controle por parte de Axl. Em sua autobiografia, lançada em 2007, o guitarrista relatou que ele e o baixista Duff McKagan precisaram assinar um contrato transferindo os direitos sobre o nome da banda para o vocalista.

“Quando me perguntam por que saí do Guns N’ Roses, ocorrem-me três motivos: primeiro, o fato de que durante aquela turnê quase nunca subíamos ao palco no horário; segundo, o cancelamento do shows sem razão alguma; e terceiro, o infame contrato concedendo a Axl o nome da banda caso rompêssemos. Aquele contrato foi um verdadeiro tapa na cara […]. Todas essas condições apontavam para uma situação em que a banda e tudo o que a cercava estavam dispostos de modo a ficar sob o controle de Axl. A começar pela questão do nome e passando para o fato de que ele queria cada músico sob um contrato que pudesse ser encerrado por mau comportamento […]. Aquela situação toda do contrato era a antítese do Guns N’ Roses, a meu ver. Tudo girou tanto em torno de Axl desejar o controle que o restante de nós se sentiu sufocado.”

Axl defendeu-se da acusação. Durante uma sessão de perguntas e respostas em 2008, compartilhada pelo Blabbermouth, o cantor admitiu a existência do contrato, mas destacou que os colegas concordaram com os termos propostos antes mesmo de documentá-los:

“Quando o Guns renegociou nosso contrato com a Geffen, eu incluí a cláusula sobre o nome como uma forma de me proteger, já que fui eu quem criou o nome e originalmente começou a banda com ele. Isso tinha mais a ver com a gestão do que com a banda em si, pois nosso então empresário estava sempre tentando convencer alguém a me demitir […]. A cláusula foi adicionada ao contrato e todos assinaram. Não foi algo escondido nas letras miúdas, etc., pois era necessário rubricar a seção confirmando que você havia reconhecido aquilo. Na época, eu não tinha noção sobre marcas registradas ou valor corporativo, nada disso. Tudo o que eu sabia era que fui eu quem sugeriu o nome e, desde o começo, todos concordaram que ele seria meu caso a banda se separasse — e agora isso estava documentado.”

Alan Niven e a demissão do Guns N’ Roses

De acordo com registros oficiais, Alan Niven acabou demitido após Axl Rose se recusar a completar os álbuns “Use Your Illusion” enquanto ele não fosse mandado embora. Apesar de todos os outros membros da banda terem discordado, a decisão foi tomada pelo vocalista de forma irrevogável.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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