Durante a edição 2016 do evento anual conhecido como “Dimebash”, que celebra a vida e a obra do falecido guitarrista do Pantera, Dimebag Darrell, Phil Anselmo realizou um gesto de “Sieg Heil” – a saudação usada pelos nazistas. O vocalista proferiu também um grito de “white power” (“poder branco”), slogan de supremacia branca.
Com a repercussão do caso, o Down, supergrupo integrado pelo cantor, teve a participação em festivais cancelada. Artistas como Robb Flynn (Machine Head), Sebastian Bach (ex-Skid Row) e Scott Ian (Anthrax) também criticaram publicamente o vocalista.
Inicialmente, Anselmo disse que não iria se desculpar e ainda afirmou que estava sob efeito de “vinho branco”. Depois, tentou se redimir. Em vídeo, o cantor pediu desculpas pelas atitudes, as justificando como “piadas do backstage que acabaram indo para o palco”. Segundo a Rolling Stone Brasil, ele afirmou no registro:
“Estava no Dimebash, era extremamente tarde da noite, houve muita conversa entre eu e aqueles que amavam o Dime e muitas emoções rolaram, piadas do backstage acabaram indo para o palco. Foi feio, desnecessário e qualquer um que conhece minha natureza verdadeira sabe que não acredito em nada disso. Sou humano e… Peço 1000% de desculpas a qualquer um que tenha se ofendido com o que eu disse, sinto muito. Espero que vocês me deem outra chance para… apenas me deem outra chance porque amo todos vocês. Qualquer um que me conhece sabe que amo vocês.”
Aos poucos, o vocalista retomou suas atividades. Desde o final de 2022, ele tem excursionado pelo mundo com o tributo oficial ao Pantera, ao lado de Rex Brown (baixo), Zakk Wylde (guitarra) e Charlie Benante (bateria), apesar de apresentações terem sido suspensas em festivais na Alemanha em 2023.
De qualquer forma, Anselmo continua chateado pelo ocorrido de 2016. Ao menos, é o que garante Derek Engemann, colega de banda do vocalista no Philip H. Anselmo & The Illegals e Scour — e também responsável por substituir Brown durante apresentações da celebração ao Pantera no Brasil, em dezembro de 2022.
Durante participação no podcast John The Ninja, o baixista descreveu a situação como um “evento infeliz” e saiu em defesa do amigo. Segundo o músico, a saudação nazista e o slogan supremacista entoado por Anselmo foram frutos de uma provocação feita por homens na plateia e não representam os valores do cantor.
Conforme transcrição do Blabbermouth, ele disse:
“Foi um evento infeliz, para dizer o mínimo. O John Jarvis, do Scour, e eu estávamos lá no ‘Dimebash’ naquela noite. Estávamos nos bastidores, conversando e bebendo […]. O Phil entrou no final para tocar três músicas. Assim que ele subiu ao palco, um grupo de três caras começou a provocá-lo sem parar, gritando: ‘você é um racista’ e coisas do tipo […]. Eles não pararam de provocá-lo durante toda a apresentação. No final, ele simplesmente perdeu a paciência. Ele estava um pouco bêbado e fez a coisa mais ofensiva que poderia para aqueles caras. E eles estavam lá com a câmera pronta. Não foi algo que ele planejou, não era como se tivesse ódio no coração e tivesse decidido: ‘é isso que vou dizer hoje’. Foi mais como: ‘esses desgraçados estão me incomodando a noite inteira’, e ele só jogou gasolina na fogueira.”
Em seguida, Derek afirmou que Anselmo se sente “péssimo” pelo que aconteceu. Embora reconheça a gravidade da situação, o baixista também ressaltou que o colega “assumiu o erro” e se desculpou:
“Foi muito infeliz. Sei que ele se sente péssimo com isso. Provavelmente, também foi um pouco constrangedor para ele. Não foi a melhor coisa, mas o Phil assumiu o erro. Ele se desculpou. Isso não representa quem ele é. Já fiz várias turnês pelo mundo com ele e simplesmente isso não é quem ele é. Esse é meu irmão, nos conhecemos há 20 anos. Já moramos juntos e tudo mais […]. Não sei como explicar de outra forma, mas esse episódio não define o Phil. Foi um momento ruim.”
Controvérsias de Phil Anselmo
A ocasião do Dimebash não foi a única em que Phil Anselmo se envolveu em controvérsias do tipo. Há registros do cantor fazendo o mesmo em um show na Coreia do Sul em 2001, além de uma série de discursos pregando supremacia branca em diferentes momentos da carreira.
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