Nos últimos anos, inúmeras novidades envolvendo os Beatles chegaram a público. Desde produções documentais, como a série de três episódios “The Beatles: Get Back” (2021), até a chamada “canção final” da banda, “Now and Then”. Há ainda quatro cinebiografias diferentes em produção, com o aval dos membros remanescentes e famílias.
Porém, Julian Lennon, filho mais velho do saudoso John Lennon com a primeira esposa Cynthia Powell, não necessariamente está incluído na tomada de decisões. O artista de 61 anos afirmou que não faz parte do “círculo interno” do Fab Four.
Ao The Guardian, o músico revelou que, de vez em quando, também é pego de surpresa pelos lançamentos relacionados ao grupo. Ele disse:
“[Os lançamentos dos Beatles] acabam sendo novidade para mim também na metade das vezes. Não faço parte do círculo interno dos Beatles — nunca fiz. Quando meu pai se afastou, eu tinha entre três e cinco anos. Ficou somente minha mãe [Cynthia Powell] e eu, e não tínhamos nada a ver com os Beatles ou com meu pai.”
Em seguida, Julian destacou que mantém uma boa relação com o irmão Sean Lennon, filho de Yoko Ono e ativamente presente na continuidade do legado do pai. Ainda assim, mesmo que seja informado do possível, os bastidores dos Beatles continuam “bem secretos”:
“Eu o visitava ocasionalmente, mas estávamos muito de fora. Sou grato por Sean [Lennon] e eu nos darmos tão bem — somos melhores amigos e ele me conta o que pode, mas as coisas no front dos Beatles são bem secretas. Prefiro me sentir empolgado e impressionado com o que eles fizeram e continuam fazendo. Como fã, sou tão curioso quanto qualquer outra pessoa, embora às vezes me pegue pensando: como é possível que exista mais um filme dos Beatles?”
Distância dos nomes dos Betales e de John Lennon
Anteriormente, Julian confessou que tentou manter certa distância dos nomes dos Beatles e de John Lennon. Porém, o artista não conseguiu fugir totalmente de suas origens. À Forbes em 2021, contou:
“Por muitos anos eu fugi de qualquer conexão com meu pai ou com os Beatles. Havia as conexões óbvias, mas para trilhar meu próprio caminho, eu precisava fazer isso. Era uma relação de amor e ódio, eu rejeitava tudo. Mas você nunca consegue realmente fugir disso. Então, é sobre aceitar e equilibrar tudo isso na vida.”
A relação de Sean e Julian Lennon
Filhos de mães diferentes, Julian e Sean Lennon são os únicos herdeiros de John Lennon. Por conta de como o pai estruturou a vida, os dois não conviveram muito na infância. Porém, foi inevitável que uma aproximação acontecesse com o passar do tempo – especialmente após a tragédia que se abateu sobre ambos no dia 8 de dezembro de 1980.
Durante entrevista à Esquire em dezembro de 2023, o mais velho desmistificou a ideia de que os dois vivem às turras. E aproveitou para citar um momento de apoio mútuo recente, ocorrido em 2021, durante a estreia do documentário “Get Back”, cobrindo as últimas sessões dos Beatles.
“Ele sentiu uma pressão avassaladora para comparecer à sessão de estreia. E eu particularmente não queria ir. Mas ele disse que se sentia obrigado a comparecer. Então, já que eu o amo tanto, disse: ‘Escute, vou com você. Enfrentaremos os demônios juntos’. E é engraçado porque sempre houve, especialmente na imprensa do Reino Unido, a história de que os filhos de Lennon não se davam bem. Nunca brigamos em nossa vida. É uma besteira.”
Ainda assim, Julian reconheceu que as coisas nem sempre foram fáceis entre ele e sua família, especialmente enquanto lidavam com o peso do legado do pai.
“Postei muitas fotos felizes de nós sem fazer nada além de sorrir, rir e agir como idiotas. Isso foi importante para mim, para a paz e para a família, porque houve atritos no passado entre todos, sem dúvidas. Mas estamos ficando mais velhos, perdemos pessoas e percebemos agora o que há de mais precioso na vida.”
Os sentimentos se estendem a todos os envolvidos na grande família Beatles.
“O amor por Sean, por Yoko [Ono], Stella [McCartney], Paul, Mary [McCartney], Dhani [Harrison] e Zak [Starkey] – é uma família grande, velha e estranha. Mas, como dizem, todas as famílias são sempre um pouco confusas.”
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