Jimmy Page se consolidou como um dos maiores guitarristas da história do rock. Fez história com o Led Zeppelin, além de ter construído carreira prévia como um requisitado músico de estúdio e integrado o Yardbirds. Após o fim da banda que o consagrou, ainda desenvolveu diversos projetos.
Um de seus destaques no instrumento que o tornou notório é a versatilidade. Além da guitarra, dominava o violão. Com ou sem palheta, dos dedilhados mais delicados aos riffs mais pesados, fazia bonito. E, claro, compôs solos históricos.
Mas qual seria o melhor solo gravado por Jimmy em toda a sua carreira? Cada fã pode ter uma escolha diferente, mas o próprio músico já deixou claro em entrevistas o seu predileto.
Em bate-papo com a revista Classic Rock (via Far Out Magazine) no ano de 2016, o guitarrista foi perguntado se considera “Stairway to Heaven” a dona do melhor solo de sua carreira. Sua resposta foi um sonoro “não” — ainda que seguido de um “mas ele é muito bom”.
O motivo para a recusa está na forma de criação daquela passagem musical. De acordo com Jimmy, o hit do álbum “Led Zeppelin IV” (1971) teve seu solo construído a partir da montagem de outros arranjos já existentes e devidamente colados para aquela ocasião. Ou seja: não é um solo 100% “puro”, por assim dizer.
“O solo de ‘Stairway to Heaven’ foi feito bem rapidamente. Na verdade, já existiam camadas de gravação por baixo. O ‘gargalo’ que você ouve estava ali antes do solo existir. Você salvava umas três faixas de gravação para montar solos de guitarra, então você poderia escolher os melhores trechos.”
O melhor solo de Jimmy Page
Ainda durante a mesma entrevista à Classic Rock, Jimmy Page revelou considerar que “Achilles Last Stand” traz seu melhor solo para o Led Zeppelin. A música faz parte do álbum “Presence”, lançado em 1976.
“Foi complicado, para dizer o mínimo, tentar replicar ‘Achilles’ depois – ou pelo menos obter algo naquele mesmo patamar em outras partes do disco.”
Em outra declaração, à Rolling Stone EUA no ano de 2007, o artista refletiu um pouco mais sobre o processo de criação daquele solo. Segundo ele, o arranjo que guiou a passagem musical surgiu em apenas uma noite.
“Os outros caras pensavam que eu havia enlouquecido ao ter aquela ideia. No fim, a coisa ficou mais clara. Era como uma pequena vinheta.”
Robert Plant adora a música
Em recente entrevista à Vulture, o vocalista do Led Zeppelin, Robert Plant, revelou ser um grande fã de “Achilles Last Stand”. Ele a escolheu como resposta para a seguinte pergunta: qual seria a canção do Led de mitologia mais forte.
“Pode não ser imediatamente reconhecível como tal, mas eu escolheria ‘Achilles Last Stand’. Grande parte da minha contribuição lírica e melódica estão envolvidas nessas canções de jornada. […] Passei algum tempo na Grécia, provavelmente cerca de seis ou sete meses, depois de um acidente de carro em 1975. Não conseguia andar. A letra dessa música em particular refere-se à necessidade absolutamente desesperada de sair da prisão, da cadeira de rodas ou de toda a síndrome de estar preso onde quer que eu esteja. Eu ansiava por voltar para as montanhas do Atlas, para o lugar onde havia consolo e alegria, mas ao mesmo tempo, aventura.”
Led Zeppelin e o álbum “Presence”
Todas as faixas de “Presence” são creditadas a Robert Plant e Jimmy Page, exceção a “Royal Orleans”, atribuída à banda toda. O grupo não se valeu de teclados durante as sessões, além de ter limitado bastante o uso de violões.
O álbum chegou ao primeiro lugar nos Estados Unidos e Inglaterra. Vendeu mais de 7 milhões de cópias em todo o mundo. Não houve turnê de divulgação. Apenas duas canções foram tocadas ao vivo pela banda: a própria “Achilles Last Stand” e “Nobody’s Fault But Mine”. Posteriormente, Page e Plant executariam “Tea for One” em seus shows como duo.
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