Ao estourar entre o fim da década de 1980 e o início dos anos 1990, o grunge tornou-se um fenômeno. Impulsionado por nomes como Nirvana, Alice in Chains, Soundgarden e Pearl Jam, o movimento é até creditado por muitos como responsável pela decaída das bandas de hard rock à época, tamanho o seu impacto de transformação na indústria.
Para Jerry Cantrell, é possível que o mundo ainda presencie outra mobilização da mesma magnitude no rock. Segundo o guitarrista do Alice in Chains, independentemente do contexto, a música sempre estará em constante estado de mudança e sempre buscará pelo novo.
Primeiramente, o músico já tinha manifestado tal ponto de vista durante entrevista para Rick Beato no último mês de setembro. Agora, à All Music, tornou a falar sobre o assunto, explicando:
“Claro que [algo como o grunge] pode acontecer de novo. Porque já aconteceu uma vez. Tecnicamente, a música é uma coisa mutável, que deve quebrar regras. Existe o pensamento do tipo: ‘ok, esse estilo aqui já passou, agora a novidade é outra’. A vida é assim. A única constante é a mudança.”
Em seguida, o artista relembrou o período e a maneira com que a união de jovens músicos com o mesmo pensamento contribuiu para que o grunge ganhasse força. Como relatado, curiosamente, todos tinham idades parecidas, estavam em Seattle, nos Estados Unidos, e apoiavam um ao outro, colaborando para o sucesso:
“Eu fazia parte de uma geração — não apenas na minha cidade, em todo o mundo — de jovens artistas que estavam descobrindo algo novo. E mesmo que não estivéssemos todos trabalhando juntos, estávamos meio que conectados no sentido de gerar uma mudança. Era possível sentir isso. Todos nós éramos de uma geração que realmente prestava atenção nos novos artistas. Nós compartilhávamos a paixão pela música e todos amávamos o rock. Provavelmente estávamos na mesma faixa etária. Isso não costuma acontecer nessa proporção, muito menos na sua cidade natal.”
Então, mais uma vez, Cantrell retomou a ideia de que, como uma movimentação do tipo aconteceu no passado, seria “impossível” que não ocorresse novamente em grande escala no futuro. No entanto, ele também reconhece que, diante dos comportamentos atuais da sociedade, a maneira de perceber tal impacto poderia ser diferente:
“Mas o fato é que isso já aconteceu antes… E aconteceu antes de nós também e seria bem impossível se não acontecesse novamente. Geralmente, ocorre a cada três a cinco anos. Antes dos anos 90, a música estava sempre mudando. E acho que ainda continua mudando. Talvez seja mais difícil perceber e sentir [essa mudança] por causa da infinidade de coisas que são lançadas. Com a falta de apoio para desenvolver artistas e dar a oportunidade de lançarem três, quatro, cinco álbuns, talvez seja um pouco mais difícil para essas coisas acontecerem da maneira que geralmente acontecem. Mas está acontecendo agora. Depende se o mundo presta atenção ou não.”
Por fim, concluiu:
“Essa é a coisa legal sobre o rock: a música está sempre mudando, a vida está sempre mudando, os estilos estão sempre mudando. Se você presta atenção ou não, já é outra questão. Mas está sempre acontecendo.”
Jerry Cantrell no Brasil
Jerry Cantrell lançou o álbum “I Want Blood” no último dia 18 de outubro. O trabalho é o quarto de estúdio do artista fora do Alice in Chains. O tracklist reúne 9 faixas e participações de Duff McKagan (Guns N’ Roses), Mike Bordin (Faith No More), Robert Trujillo (Metallica), Greg Puciato (Better Lovers, ex-Dillinger Escape Plan), Gil Sharone (Team Sleep, Stolen Babies) e Lola Colette.
O guitarrista e vocalista veio ao Brasil pela primeira vez como artista solo no último dia 12 de novembro. A única apresentação no país aconteceu na Audio, em São Paulo. Clique aqui para saber como foi.
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