O Viper confirmou a entrada definitiva de Daniel Matos na banda. O irmão de Andre Matos, vocalista dos primeiros álbuns do grupo, assume a função de Pit Passarell, falecido no final do mês passado. Ele já vinha realizando os shows mais recentes como integrante convidado.
A informação foi transmitida em nota oficial nas redes sociais. Os músicos agradeceram a onda de carinho das últimas semanas, incluindo o apoio recebido durante recente apresentação na Colômbia, a primeira após a morte do colega.
Diz o comunicado:
“Quando Pit Passarell se sentiu mal e foi internado após uma apresentação em São Paulo, em 31 de agosto de 2024, o VIPER tinha três shows marcados nos meses seguintes.
O primeiro deles seria no Sesc Catanduva, em 12 de setembro.
Para cumprir o compromisso, convidamos um músico que faz parte da família VIPER há décadas: Dani Matos, nosso amigo de infância e irmão do Andre, primeiro vocalista do VIPER.
Apesar de excelente, foi um show sensível e difícil para todos nós.
Tocar o repertório do VIPER sem o Pit não é apenas uma questão musical, mas, principalmente, pessoal. Como tudo que envolve a banda, aliás.
Na sequência, em 28 de setembro, faríamos um show em Curitiba. A piora no estado de saúde do Pit nos fez adiar a apresentação – ele acabou falecendo um dia antes, em 27 de setembro.
A terceira data agendada era em 13 de outubro, no Grita Festival, na Colômbia.
Um show muito importante, que marcaria o retorno do VIPER aos palcos internacionais – e o primeiro após a morte do Pit.
Em sua homenagem tocamos todos com a famosa camiseta do Pit/Calvin – ele amava e se identificava com o personagem –, distribuímos palhetas e ouvimos o maravilhoso povo colombiano cantando ‘Olê, olê, olê, olé… Pit! Pit!’ Foi inesquecível por infinitas razões.
Após a apresentação, nos reunimos e, em um clima muito emocionante, convidamos oficialmente Dani Matos para entrar no VIPER.
Ele aceitou. Temos o orgulho e a honra de anunciar, portanto, que Dani Matos é o novo baixista do VIPER.
Bem-vindo, Dani!”
O Viper segue divulgando seu álbum mais recente, “Timeless” (2023). A formação é completa por Leandro Caçoilo (voz), Felipe Machado (guitarra), Kiko Shred (guitarra) e Guilherme Martin (bateria).
Pit Passarell e a história do Viper
Pedro Sérgio Murad Passarell nasceu em 11 de abril de 1968, em Buenos Aires, capital da Argentina. Mudou-se para o Brasil na infância e já na adolescência fundou o Viper ao lado do irmão, o guitarrista Yves Passarell, e dos amigos Andre Matos (voz), Felipe Machado (guitarra) e Marcos Kleine (bateria).
A vaga de baterista passou por vários músicos, incluindo Cássio Audi e Sergio Facci, nos anos em que os demais gravaram seus dois primeiros álbuns: “Soldiers of Sunrise” (1987) e “Theatre of Fate” (1989). Hoje considerados clássicos do heavy metal brasileiro, os discos obtiveram boa repercussão especialmente no Japão.
No início dos anos 1990, Matos decidiu sair do Viper, formando o Angra na sequência. Pit assumiu os vocais nesta nova fase, que trouxe ainda Renato Graccia na bateria. O período gerou os discos “Evolution” (1992), “Coma Rage” (1994) e “Tem Pra Todo Mundo” (1996), este último com letras em português e inclinado ao pop rock.
O grupo entrou em hiato ainda em 1996 e retornou em 2005, com Pit Passarell de volta somente ao baixo e Ricardo Bocci nos vocais, além de Guilherme Martin e Val Santos, membros rapidamente nos anos 1980, retornando à bateria e guitarra, respectivamente. Um novo hiato se deu após o álbum “All My Life” (2007) até uma reunião com Andre Matos entre 2012 e 2013. A partir de 2017, Leandro Caçoilo assume os vocais, em uma formação que gravou o disco “Timeless” (2023).
Paralelamente, Pit desenvolveu uma carreira solo que rendeu os álbuns “Pit Passarell and The Lucratives” (2008) e “Praticamente Nada” (2020). Também compôs músicas para o Capital Inicial, grupo do qual seu irmão, Yves, se tornou guitarrista a partir de 2001. Contribuiu com as faixas “O Mundo”, “Seus Olhos”, “Depois da Meia-Noite”, “Algum Dia” e “Instinto Selvagem”.
Pit Passarell faleceu em 27 de setembro de 2024, aos 56 anos. Ele teve uma breve luta contra um câncer no pâncreas.
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