Rick Rubin usava disco do Metallica para mostrar ao Slayer o que não fazer

Produtor utilizou tática durante a criação do álbum "Reign in Blood", que marcou início de sua parceria com a banda

O lendário produtor Rick Rubin firmou uma longa parceria com o Slayer. Depois de comandar a banda no bem-sucedido álbum Reign in Blood (1986), ambos continuaram colaborando posteriormente. 

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Logo no início, o profissional ensinou uma importante lição para os músicos, utilizando como exemplo do que não fazer em seus projetos um certo disco do Metallica. Curiosamente, ele também teve a oportunidade de trabalhar com o grupo, anos mais tarde, em Death Magnetic (2008).

Como contado em entrevista ao canal de Rick Beato, certos aspectos das músicas de James Hetfield, Lars Ulrich e companhia incomodavam o profissional de estúdio. Ao seu ver, as músicas tinham elementos grandiosos demais, que atrapalhavam a percepção do andamento rápido das canções.

Conforme transcrição da Rock Celebrities, ele disse: 

“Quando ouço músicas como as do Metallica, os sons soam muito grandiosos, como em discos de rock. A distinção entre uma coisa e outra fica meio confusa e você não consegue realmente perceber o andamento acelerado da música. Não há espaço suficiente para que as coisas convivam juntas, fica uma confusão.”

Por isso, durante o processo de criação do “Reign in Blood”, o produtor quis fazer o oposto. Assim, mostrou um álbum não especificado do Metallica – “Kill ‘Em All” (1983), “Ride the Lightning” (1984) ou “Master of Puppets” (1986) – para o engenheiro de som Andy Wallace como um “exemplo do que estava errado”.

Rick, então, partiu do princípio de criar um disco curto, que soasse extremamente rápido em todas as esferas. Ele declarou:

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“Toquei para ele um disco do Metallica como exemplo do que eu achava que estava errado e disse: ‘seria possível gravar um disco de uma forma que soasse pesado, mas que ao mesmo tempo fosse curto, porque o disco é rápido e queremos que soe assim?’. Eu não queria que o que baixo soasse apagado, eu queria que pulsasse.”

Sobre “Reign in Blood”

Terceiro álbum de estúdio do Slayer, “Reign in Blood” marcou o início da parceria da banda com o produtor Rick Rubin. Com menos de meia-hora de duração (28 minutos e 58 segundos, para ser exato), o material ganhou disco de ouro nos Estados Unidos e é considerado um dos discos mais influentes da história do heavy metal. 

E um dos motivos para ter alcançado tal registro foi justamente a inexperiência de quem comandou todo o processo, no caso, Rubin. Em entrevista ao Channel 4 News (transcrição via Ultimate Guitar) no ano passado, divulgando o livro “The Creative Act: A Way of Being”, o próprio tentou explicar sua abordagem naquele momento.

“Quando você trata tudo igual, isso dilui o que aquilo significa musicalmente. O speed metal era uma coisa nova. As pessoas que estavam fazendo aquilo até ‘Reign in Blood’ gravavam com uma abordagem mais próxima do hard rock ou heavy metal. No nosso caso, fizemos diferente. O Slayer não era o Black Sabbath, eles tocavam muito rápido. Se eu resolvesse tentar fazer aquilo soar como Led Zeppelin, soaria uma bagunça.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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