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Ozzy Osbourne entra para o Rock and Roll Hall of Fame como artista solo

Cerimônia de introdução contou com performances musicais e discurso de Jack Black; artista esteve presente, mas não cantou

Ozzy Osbourne foi introduzido ao Rock and Roll Hall of Fame como artista solo no último sábado (19). A cerimônia, que também contemplou outros artistas, foi realizada em Cleveland, nos Estados Unidos.

O discurso de entrada — que pode ser lido mais ao fim da página — ficou a cargo do ator e músico Jack Black. Osbourne não realizou performance musical, mas esteve presente em cima do palco, sentado em uma cadeira, e acompanhou uma homenagem de três músicas com vocais de Maynard James Keenan (Tool), Jelly Roll e Billy Idol.

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A banda de apoio fixa trouxe Chad Smith (Red Hot Chili Peppers) na bateria, Robert Trujillo (Metallica) no baixo, Andrew Watt na guitarra base e Adam Wakeman nos teclados. Primeiro, Keenan cantou “Crazy Train” com Wolfgang Van Halen na guitarra solo.

Depois, Jelly Roll e o guitarrista Zakk Wylde tocaram “Mama, I’m Coming Home”. Wylde foi mantido para uma execução de “No More Tears” com Billy Idol.

Assista abaixo às performances.

Ozzy, vale destacar, integra o Rock and Roll Hall of Fame desde 2006, mas como músico do Black Sabbath. A nova homenagem contemplou sua trajetória como artista solo, iniciada em 1980 com o álbum “Blizzard of Ozz” e tendo 13 discos de estúdio lançados.

Leia abaixo o discurso de Jack Black (via Rolling Stone):

“Encanador, afinador de buzina de carro, trabalhador de abatedouro, o maior vocalista da história do rock and roll. Ozzy Osbourne.

Eu me lembro da primeira vez que ouvi falar de Ozzy. Eu tinha 13 anos, andando pela loja de discos. O que eu deveria comprar? Styx? Journey? Um velho aficionado por rock percebeu minha indecisão e disse: ‘Pare de enrolar, garoto. Este é o álbum que você precisa comprar, o Blizzard of Ozz’. Cara, ele estava certo! Obrigado, aficionado por rock sem nome, onde quer que você esteja, você mudou minha vida. Lembro de olhar para a capa do álbum e para o rosto de Ozzy antes mesmo de ouvir a música. Fiquei paralisado. Ele parecia tão legal, com aquele terno vermelho e branco com franjas brancas nas mangas, aquele olhar louco nos olhos, a caveira, a cruz — p#ta m#rda. A coisa toda parecia tão f#da. Era a coisa mais metal que eu já tinha visto, e eu nem sabia o que era metal. Ele estava me ensinando. Não percebi que estava entrando em um mundo totalmente novo.

Levei aquele disco para casa e, quando a agulha atingiu, o paraíso do vinil se abriu acima de mim, ‘I Don’t Know’. Então a faixa dois, ‘Crazy Train’. Houve uma explosão de cores no meu cérebro. ‘Suicide Solution’. ‘Mr. Crowley’, ‘Revelation’ e até ‘Goodbye to Romance’. É melhor acreditar que Ozzy poderia diminuir um pouco o ritmo. Ele poderia fazer tudo. ‘Blizzard of Ozz’ foi a melhor coisa que já ouvi. Uma obra-prima do heavy metal. Aquele som era puro poder. Randy Rhodes, sim, dando trabalho para Eddie Van Halen. E Ozzy, aquela voz, poderia cortar um vidro. Magia, alegria, beleza.

Então voltei para os álbuns anteriores do Ozzy, Black Sabbath, e pensei, m#rda profana. Esse filho da p#ta inventou o heavy metal, junto com Geezer Butler, Bill Ward e o imortal Tony Iommi, a m#rda mais sombria e pesada que o mundo já ouviu. E com todo esse poder, a voz de Ozzy cortando o Sonic Blast Furnace como uma sirene de ataque aéreo, ele fez os pelos da minha nuca ficarem arrepiados em ‘Attention’. Claro e nítido como um sino matinal, e aquele sorriso, ele parecia tão feliz, parecia louco. Tanto carisma, o Jack Nicholson do rock.

Ele inventou um gênero, teve o melhor segundo ato de retorno na história do rock. E então? Que tal ‘No More Tears’ em 1991 com o deus da guitarra Zakk Wylde provando poder insano e duradouro, cinco vezes platina. Você ouviu corretamente! Cinco vezes platina. Foi então que ele decidiu tocar totalmente seu lado acolhedor. Chamou Lemmy Kilmister do Motörhead, naturalmente, e junto com Zakk, eles escreveram ‘Mama, I’m Coming Home’. E assim, Ozzy deu uma pequena guinada no Top 40 só para provar que podia. E depois? ‘The Osbournes’? Sim, ele se juntou à família para criar outro gênero, reality show, talvez a coisa mais maligna que ele já fez. Mas não há como negar, toda a família dele era hilária e intensamente divertida. Outra p#rra enorme. E depois? Ah, talvez só uma coisinha chamada Ozzfest, só o festival de heavy metal de maior sucesso de todos os tempos. Ozzy, pare de criar sucessos incrivelmente bem-sucedidos, definidores de gênero e que mudam o mundo. É muito sucesso para uma vida inteira.

E você sabe, muito foi falado sobre sua aliança maligna com o Lorde das Trevas, Satanás. Mas, na verdade, Ozzy é um pai amoroso, marido e amigo, leal à família e amigos até o fim.

E agora estou aqui, só mais um aficionado por rock sem nome. E estou falando com vocês, garotos de 13 anos, assistindo à cerimônia de entrada do Rock and Roll Hall of Fame. Todos vocês cinco, larguem seus celulares, a menos que estejam assistindo no celular, então coloquem-no mais perto do rosto. Ah, cara, o aficionado por rock está prestes a soltar alguma verdade. Claro, vocês podem fazer streaming de Post Malone e Taylor Swift e ganhar todos os abraços calorosos que precisam para seus corações partidos, ou podem ficar acordados a noite toda e ter suas mentes explodidas pelo catálogo inteiro do Ozzy pela primeira vez. P#ta m#rda, vocês, crianças, são tão sortudas.”

Rock and Roll Hall of Fame 2024

A festa do Rock and Roll Hall of Fame 2024 teve transmissão ao vivo pelo serviço de streaming Disney+ somente nos Estados Unidos. Entre os homenageados, já estão confirmadas performances de Mary J. Blige, Cher, Dave Matthews Band, Foreigner, Peter Frampton, Kool & the Gang e Dionne Warwick.

Outro celebrado, o A Tribe Called Quest optou por não tocar. O grupo encerrou atividades em 2016, após a morte de Phife DawgJimmy Buffett, MC5, Norman Whitfield e Mama Thornton receberão a honraria de forma póstuma.

Mais artistas confirmaram presença entre os que realizarão participações especiais. Dr. Dre, Chuck D, Busta Rhymes, Dua Lipa, Demi Lovato, Roger Daltrey, James Taylor, The Roots, Sammy Hagar, Keith Urban, Kenny Chesney, Method Man e Ella Mai integram a lista.

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Igor Miranda
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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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O discurso de entrada — que pode ser lido mais ao fim da página — ficou a cargo do ator e músico Jack Black. Osbourne não realizou performance musical, mas esteve presente em cima do palco, sentado em uma cadeira, e acompanhou uma homenagem de três músicas com vocais de Maynard James Keenan (Tool), Jelly Roll e Billy Idol.

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Depois, Jelly Roll e o guitarrista Zakk Wylde tocaram “Mama, I’m Coming Home”. Wylde foi mantido para uma execução de “No More Tears” com Billy Idol.

Assista abaixo às performances.

Ozzy, vale destacar, integra o Rock and Roll Hall of Fame desde 2006, mas como músico do Black Sabbath. A nova homenagem contemplou sua trajetória como artista solo, iniciada em 1980 com o álbum “Blizzard of Ozz” e tendo 13 discos de estúdio lançados.

Leia abaixo o discurso de Jack Black (via Rolling Stone):

“Encanador, afinador de buzina de carro, trabalhador de abatedouro, o maior vocalista da história do rock and roll. Ozzy Osbourne.

Eu me lembro da primeira vez que ouvi falar de Ozzy. Eu tinha 13 anos, andando pela loja de discos. O que eu deveria comprar? Styx? Journey? Um velho aficionado por rock percebeu minha indecisão e disse: ‘Pare de enrolar, garoto. Este é o álbum que você precisa comprar, o Blizzard of Ozz’. Cara, ele estava certo! Obrigado, aficionado por rock sem nome, onde quer que você esteja, você mudou minha vida. Lembro de olhar para a capa do álbum e para o rosto de Ozzy antes mesmo de ouvir a música. Fiquei paralisado. Ele parecia tão legal, com aquele terno vermelho e branco com franjas brancas nas mangas, aquele olhar louco nos olhos, a caveira, a cruz — p#ta m#rda. A coisa toda parecia tão f#da. Era a coisa mais metal que eu já tinha visto, e eu nem sabia o que era metal. Ele estava me ensinando. Não percebi que estava entrando em um mundo totalmente novo.

Levei aquele disco para casa e, quando a agulha atingiu, o paraíso do vinil se abriu acima de mim, ‘I Don’t Know’. Então a faixa dois, ‘Crazy Train’. Houve uma explosão de cores no meu cérebro. ‘Suicide Solution’. ‘Mr. Crowley’, ‘Revelation’ e até ‘Goodbye to Romance’. É melhor acreditar que Ozzy poderia diminuir um pouco o ritmo. Ele poderia fazer tudo. ‘Blizzard of Ozz’ foi a melhor coisa que já ouvi. Uma obra-prima do heavy metal. Aquele som era puro poder. Randy Rhodes, sim, dando trabalho para Eddie Van Halen. E Ozzy, aquela voz, poderia cortar um vidro. Magia, alegria, beleza.

Então voltei para os álbuns anteriores do Ozzy, Black Sabbath, e pensei, m#rda profana. Esse filho da p#ta inventou o heavy metal, junto com Geezer Butler, Bill Ward e o imortal Tony Iommi, a m#rda mais sombria e pesada que o mundo já ouviu. E com todo esse poder, a voz de Ozzy cortando o Sonic Blast Furnace como uma sirene de ataque aéreo, ele fez os pelos da minha nuca ficarem arrepiados em ‘Attention’. Claro e nítido como um sino matinal, e aquele sorriso, ele parecia tão feliz, parecia louco. Tanto carisma, o Jack Nicholson do rock.

Ele inventou um gênero, teve o melhor segundo ato de retorno na história do rock. E então? Que tal ‘No More Tears’ em 1991 com o deus da guitarra Zakk Wylde provando poder insano e duradouro, cinco vezes platina. Você ouviu corretamente! Cinco vezes platina. Foi então que ele decidiu tocar totalmente seu lado acolhedor. Chamou Lemmy Kilmister do Motörhead, naturalmente, e junto com Zakk, eles escreveram ‘Mama, I’m Coming Home’. E assim, Ozzy deu uma pequena guinada no Top 40 só para provar que podia. E depois? ‘The Osbournes’? Sim, ele se juntou à família para criar outro gênero, reality show, talvez a coisa mais maligna que ele já fez. Mas não há como negar, toda a família dele era hilária e intensamente divertida. Outra p#rra enorme. E depois? Ah, talvez só uma coisinha chamada Ozzfest, só o festival de heavy metal de maior sucesso de todos os tempos. Ozzy, pare de criar sucessos incrivelmente bem-sucedidos, definidores de gênero e que mudam o mundo. É muito sucesso para uma vida inteira.

E você sabe, muito foi falado sobre sua aliança maligna com o Lorde das Trevas, Satanás. Mas, na verdade, Ozzy é um pai amoroso, marido e amigo, leal à família e amigos até o fim.

E agora estou aqui, só mais um aficionado por rock sem nome. E estou falando com vocês, garotos de 13 anos, assistindo à cerimônia de entrada do Rock and Roll Hall of Fame. Todos vocês cinco, larguem seus celulares, a menos que estejam assistindo no celular, então coloquem-no mais perto do rosto. Ah, cara, o aficionado por rock está prestes a soltar alguma verdade. Claro, vocês podem fazer streaming de Post Malone e Taylor Swift e ganhar todos os abraços calorosos que precisam para seus corações partidos, ou podem ficar acordados a noite toda e ter suas mentes explodidas pelo catálogo inteiro do Ozzy pela primeira vez. P#ta m#rda, vocês, crianças, são tão sortudas.”

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