Em seus 50 anos de existência, o Iron Maiden enfrentou certos desafios. Ao longo de sua trajetória, a banda passou, por exemplo, por mudanças de formação que representaram dificuldades para os membros remanescentes em tais períodos.
Segundo Steve Harris, a pior delas envolveu a saída do vocalista Bruce Dickinson em 1993. À época, o cantor decidiu deixar os colegas para dedicar-se à carreira solo, sendo substituído por Blaze Bayley.
Nas palavras do baixista e líder, o grupo precisou continuar unido em meio ao momento difícil e adaptar-se à nova realidade. Ao podcast Scars and Guitars, conforme transcrição do Ultimate Guitar, o músico destacou:
“Não sei qual foi o maior desafio que já passamos, mas acho que é sempre difícil quando alguém sai da banda. Acho que o pior, provavelmente, foi quando Bruce saiu. Precisamos tentar manter a banda unida, fazer algo diferente e contar com um vocalista que tinha um estilo distinto.”
Blaze chegou a gravar dois discos com a Donzela de Ferro: “The X Factor” (1995) e “Virtual XI” (1998). Apesar das críticas por parte dos fãs, insatisfeitos com o desempenho ao vivo do cantor, Steve não esconde a gratidão pelo período com o vocalista — creditado como um dos responsáveis por manter o grupo ativo:
“Blaze tinha um estilo muito diferente. Existiam algumas pessoas que cantavam de forma parecida com Bruce, mas qual o sentido de trazer um vocalista assim? Acabaríamos sendo como uma banda cover, então eu não queria isso. Quisemos ir para um lugar um pouco diferente. Estou muito orgulhoso do nosso tempo com Blaze. Ele ajudou a manter a banda. Foi ótimo. Foi um desafio.”
Sem mexer nos tons para Blaze Bayley
No bate-papo, a baixista ainda explicou por que a banda não alterou o tom das músicas originalmente gravadas por Paul Di’Anno e Bruce Dickinson para encaixarem melhor na voz de Blaze Bayley. Segundo o próprio, a possibilidade sequer foi cogitada:
“Na verdade, não pensamos nessa possibilidade. Talvez em algumas coisas específicas, olhando para trás, poderíamos ter feito isso. Mas não, não pensamos realmente sobre o assunto. Não nos demos conta realmente até sairmos e tocarmos ao vivo. Só então percebemos como eram algumas coisas.”
Curiosamente, o líder garante não ter reparado em nada diferente durante os ensaios. E, novamente, fez questão de elogiar o desempenho do ex-colega.
“O estranho é que Blaze estava realmente confiante quando estávamos ensaiando. Talvez houvesse um problema ou dois aqui e ali em alguma música ao vivo. Mas, em geral, ele lidou com isso muito bem.”
Iron Maiden e o retorno de Bruce Dickinson
Blaze Bayley saiu após o fim da turnê de “Virtual XI”, que se encerrou na América do Sul. No dia 10 de fevereiro de 1999, Bruce Dickinson teve seu retorno confirmado, trazendo junto o guitarrista Adrian Smith. Os dois trabalhavam em parceria na carreira solo do vocalista. Desde então, seis álbuns de estúdio foram lançados, todos com grande sucesso.
O mais recente, “Senjutsu”, saiu em 2021. A banda retorna ao Brasil em dezembro para dois shows no Allianz Parque, em São Paulo. As apresentações, nos dias 6 e 7 do último mês do ano, terão o Volbeat como atração de abertura.
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