Quentin Tarantino não é um grande fã dos Beatles. O diretor já deixou claro que sempre gostou muito mais das músicas de Elvis Presley — apesar de admirar a presença de palco do baterista Ringo Starr.
Porém, um trabalho envolvendo o Fab Four realmente o impressionou no fim da década de 1990. E não se trata de um álbum.
Em entrevista de 2021 à W Magazine, o cineasta elencou os seus filmes favoritos lançados nos anos 1960. Um deles é “Yellow Submarine” (1968) — no Brasil, “Submarino Amarelo” —, animação do quarteto de Liverpool com trilha sonora composta pelos músicos.
Ao mencionar a escolha, ele justificou:
“Eu não sou um grande fã dos Beatles. Ou você é um cara que gosta de Elvis ou um cara que gosta dos Beatles. Eu sou o que prefere Elvis. Mas em algum momento de 1999, minha então namorada e eu assistimos ‘Submarino Amarelo’ e nós amamos. Depois de ver ‘Submarino Amarelo’, finalmente criei um carinho tremendo por alguma coisa envolvendo os Beatles.”
Sobre “Yellow Submarine”
Lançado em 1968, “Yellow Submarine” é um filme de animação estrelado pelos Beatles. Apesar de contar com o Fab Four na trilha sonora e como protagonistas do desenho, os integrantes não dublaram seus personagens. Para além da música, só apareceram na cena final — gravada como live-action.
Na história, os músicos acabam em um mundo encantado chamado Pepperland. O local é dominado por criaturas malignas chamadas Blue Meanies, cujo objetivo é exterminar a alegria do mundo. Assim, a missão do quarteto é derrotá-las.
George Dunning ficou responsável pela direção. Já as empresas United Artists e King Features Syndicate assinaram a produção.
Concebido como trilha sonora do longa-metragem, um disco de mesmo nome saiu em 1969. Há apenas quatro canções inéditas no material, além das já conhecidas “All You Need Is Love” e a faixa-título.
Para o livro “Masters of Psychedelic Art” em 2012, Paul McCartney relembrou o processo de criação do filme. Por mais que, pessoalmente, preferisse uma animação no estilo Disney, entendeu porque a equipe envolvida priorizou uma abordagem mais psicodélica, como declarou (via The Paul McCartney Project):
“O filme foi feito em frente ao meu escritório em Londres. Tivemos conversas iniciais com os líderes criativos. Pensei ‘ótimo, poderíamos fazer um tipo de longa-metragem fabuloso e mágico no estilo Disney’. Mas eles – corretamente, eu acho – decidiram que tinha que refletir o espírito da época. Eles queriam fazer algo mais aventureiro. Eles então formaram uma equipe com animadores clássicos e alguns caras muito inovadores e Heinz Edelmann era o líder do grupo inovador. Eles estavam do outro lado do meu escritório, então eu simplesmente ia lá e fazia visitas. Eu dava feedbacks.”
O fim da carreira de Quentin Tarantino
No início de 2023, Quentin Tarantino revelou à CNN que deve se aposentar em breve. Ele disse:
“É hora de encerrar o show. Não quero trabalhar com retorno diminuindo. Não quero me tornar aquele velho alienado… quando, na verdade, eu já me sinto um pouco como um velho que está alienado em relação aos filmes que estão saindo agora. E é isso que acontece, é exatamente isso que acontece.”
Defensor das telonas, o cineasta também já declarou não se sentir confortável com o fato de os filmes estarem cada vez mais destinados às plataformas de streaming e suas características “caseiras”.
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