Quando o Black Sabbath surgiu, a maneira usada para promover o trabalho da banda foi associar os músicos a um enredo satânico. Embora nunca tenham se declarado simpatizantes abertos do ocultismo, os próprios reconhecem terem se beneficiado do alvoroço criado em uma época onde era muito mais fácil sustentar uma imagem e gerar burburinho por longo tempo.
No entanto, a ideia também expôs os integrantes do grupo a uma série de perigos causados por fanáticos – tanto a favor da imagem divulgada quanto contra. Talvez o caso mais extremo tenha ocorrido em 1972, quando o quarteto se apresentou no Hollywood Bowl, em Los Angeles, Estados Unidos.
Na noite de 15 de setembro do ano em questão, o guitarrista Tony Iommi sofreu uma tentativa de assassinato. O próprio relembrou o ocorrido durante entrevista resgatada pelo Far Out Magazine. Ele começou descrevendo o cenário.
“Não recebemos nenhum aviso sobre os perigos que correríamos. Mas alguém entrou no camarim antes. Quando chegamos havia uma cruz vermelha na porta. Pensei: ‘Deus, aqui vamos nós’.”
O ataque a Tony Iommi
De qualquer modo, a banda ignorou a situação e subiu no palco. Foi quando as coisas começaram a ficar estranhas. O guitarrista conta:
“Subimos no palco e lá pela terceira ou quarta música, meu amplificador começou a aumentar o volume sozinho, aparentemente. Eu me virei, chutei ele e saí andando.”
Iommi não reparou, mas um homem começou a segui-lo naquele momento. Ele diz:
“Havia um cara atrás de mim com uma adaga. Ele estava prestes a esfaquear quem estivesse mais próximo, no caso eu. Mas não cheguei a vê-lo. Estava caminhando, irritado, gemendo e resmungando. Só escutei um grande estrondo atrás de mim, onde todos pularam nele.”
Só mais tarde que o guitarrista foi entender o significado da cruz vermelha no camarim.
“Acontece que o cara tinha cortado a mão e pintado a cruz na porta com sangue. Ele era meio doido, sabia?”
Black Sabbath e o “pânico satânico”
Os fundamentalistas religiosos continuariam perseguindo o Black Sabbath pelas décadas seguintes – assim como ao vocalista Ozzy Osbourne em sua carreira solo. Entre teorias conspiracionistas e o “pânico satânico” disseminado por fanáticos, o que se sabe é que a ideia da abordagem que os tornou famosos partiu do baixista Geezer Butler.
Escritor da maioria das letras mais famosaas da banda, o músico simplesmente teve a ideia de abordar o terror nas composições, se valendo da mesma forma de raciocínio que os filmes do gênero usavam para atrair o público. E funcionou.
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