Entre 4 e 7 de outubro de 1971, o Pink Floyd registrou uma série de performances no anfiteatro de Pompeia. O local foi construído por volta do ano 70 a.C. e faz parte das ruínas da cidade italiana de Pompeia, destruída por um vulcão ainda na antiguidade. O momento rendeu o filme “Pink Floyd: Live at Pompeii”, lançado no ano seguinte.
Idealizado pelo cinegrafista francês Adrian Maben, o trabalho ganhou popularidade além dos fãs convencionais da banda. Até hoje é reconhecido por seu valor histórico e cultural.
No entanto, David Gilmour não cultiva apenas boas lembranças. Em 2022, o guitarrista e vocalista falou à revista Prog sobre o que pensa do registro.
Ele disse, conforme resgate do American Songwriter:
“Eu considero isso meio embaraçoso. Tenho certeza de que é muito divertido para muitas pessoas, mas não tanto para mim.”
O problema não era com o aspecto musical em si. O músico se descreveu como um “jovem rapaz” no filme, acrescentando:
“Se o ouço falar como em ‘Live at Pompeii’, acho excruciante. Eu era pretensioso e ingênuo.”
A ausência de plateia em “Pink Floyd: Live at Pompeii”
A ideia de Adrian Maben surgiu após passar férias na região de Nápoles, na Itália, onde foi conhecer as ruínas de Pompeia. Enquanto procurava seu passaporte perdido no anfiteatro, analisou o visual e a acústica do local, considerando-o perfeito para um show do Pink Floyd – ele era fã da banda e pensava em combinar o som deles com outras formas de arte.
O silêncio, em especial, chamou atenção do cineasta para a gravação naquele local. Tudo ali parecia combinar com a pegada mais “viajada” do som do grupo.
Outro ponto de interesse para ser explorado na produção era a ausência de plateia, pois aquilo oferecia um contraste em comparação a tudo que se conhecia sobre rock até então. O filme oficial do festival de Woodstock e a produção audiovisual “Gimme Shelter”, dos Rolling Stones, mostravam bandas tocando para multidões barulhentas – nunca em espaços vazios.
David Gilmour de volta à Pompeia
Apesar da reprovação em alguns aspectos, importância do show em Pompeia é tanta que David Gilmour voltaria ao local com sua banda solo em 2016. Em duas noites, agora com público, ele produziu sua versão de “Live at Pompeii”, ganhando até um título de cidadão honorário da antiga cidade romana.
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