A entusiasmada opinião de Dave Grohl sobre o Sepultura e “Roots”

Durante aparição em programa televisivo no ano de 2015, líder do Foo Fighters exaltou o álbum e a banda brasileira

O impacto de “Roots” na indústria musical colocou o álbum do Sepultura entre os mais importantes da cena metálica na década de 1990. Mesmo músicos já consagrados foram arrebatados pela explosão sonora, unindo o heavy metal a influências totalmente diferentes do habitual. Dave Grohl foi uma dessas pessoas e fez questão de manifestar a admiração publicamente em vários momentos.

Um deles aconteceu em 2015, durante aparição no programa televisivo “The Late Late Show”, apresentado por James Corden. No dia, o líder do Foo Fighters apareceu ao lado da atriz panamenha Jordana Brewster, que morou no Brasil durante a infância.

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Quando o assunto girou em torno da música do país, o eterno ex-baterista do Nirvana declarou:

“Sabem o que é louco? Uma das minhas bandas de heavy metal favoritas de todos os tempos é do Brasil. É uma banda chamada Sepultura.”

Após reações de aprovação da plateia, Grohl falou sobre sua relação com o disco referencial da carreira do grupo.

“Sepultura é demais. Uma das coisas mais legais que fizeram foi um álbum chamado ‘Roots’. Eles incrementaram instrumentos musicais brasileiros… é o som mais pesado que você poderia ouvir na vida. Mudaram o jogo para sempre com essa coisa toda.”

O vídeo com o momento pode ser conferido abaixo.

O prejuízo de Dave Grohl

Apesar de admirado, “Roots” também rendeu um prejuízo a Dave Grohl, que seria ainda maior caso não se tratasse de um músico extremamente bem-sucedido. A história foi contada por Max Cavalera em 2016, durante aparição no programa “The Noite com Danilo Gentili”, do SBT.

O vocalista e guitarrista disse:

“Verdade. Essa história está até no meu livro [‘My Bloody Roots’], está na introdução do livro, ele [Dave Grohl] conta essa história. A aparelhagem do Foo Fighters, que é a banda dele. Custou 50 mil dólares, os PAs que eles compraram, parecia uns monólitos. Ele botou o CD do ‘Roots’ e o bagulho estourou. 50 mil dólares queimados. Se queimasse 50 mil dólares, seria melhor do que o que o disco fez com o aparelho dele. Mas essa história eu acho demais. O nosso disco, que a gente fez, o nosso trabalho estourou a caixa do cara, de 50 mil dólares. Essa história ficou muito legal.”

Apesar do desfalque monetário, Cavalera enfatiza que Grohl sempre exaltou o álbum.

“E ele acha, o Dave Grohl acha o ‘Roots’ o disco de Metal mais importante dessa era de Metal, dos anos 90, final dos anos 90, começo dos [anos] 2000. Ele acha o disco o mais importante dessa época.”

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Max chegou a participar de um álbum de Dave: o único do Probot, projeto com uma série de músico da cena heavy. O trabalho saiu em 2004.

O amor pela banda brasileira

Conversando com a revista Mojo em 2017, Grohl revelou sua relação com o Sepultura e o papel da banda brasileira em sua própria trajetória profissional, desde a época em que era baterista do Nirvana:

“Em determinado momento, meu melhor amigo Jimmy descobriu o Sepultura — ‘Arise’ foi o primeiro álbum que ele comprou. Eu amava essa banda. A primeira vez que eles tocaram em Seattle, eles eram ferozes. Não era aquela estética genérica do heavy metal; eles tinham dreadlocks por toda parte e as guitarras tinham afinações diferentes pra caramba. Krist Novoselic [baixista do Nirvana] começou a gostar deles também, e naquela hora nós curtíamos a ideia de ter eles abrindo pro Nirvana. Nunca deu certo. E então o ‘Roots’ foi lançado, produzido pelo Ross Robinson e mixado pelo Andy Wallace: sonoramente, o álbum mais poderoso que eu já ouvi. Fazia todo o resto soar fraco. Aquele disco virou referência para cada álbum que o Foo Fighters fez por 10 anos. ‘Isso soa muito bem, mas vamos ver como soa em comparação ao álbum do Sepultura’. Nós nunca sequer chegamos perto de fazer igual. Mas nos dava uma perspectiva — era pesado.” 

Ano passado, Dave se encontrou com o guitarristas Andreas Kisser e o baixista Paulo Xisto Júnior durante o festival The Town, em São Paulo. O momento repercutiu na imprensa nacional e pode ser conferido aqui.

Sepultura e “Roots”

Lançado em 20 de fevereiro de 1996, “Roots” é o sexto álbum de estúdio do Sepultura. Mostrou a banda intensificando suas influências experimentais, com direito a incursões na música percussiva brasileira, registros com uma tribo Xavante e as então novas vertentes do heavy metal.

Capa de "Roots", álbum do Sepultura
Capa de “Roots”, álbum do Sepultura

Foi o último trabalho de inéditas a contar com o vocalista e guitarrista Max Cavalera, que sairia após a turnê devido a desentendimentos entre os músicos e sua esposa, a empresária Gloria Cavalera.

Carlinhos Brown, Mike Patton (Faith No More), DJ Lethal (Limp Bizkit, House Of Pain), Jonathan Davis e David Silveria (ambos Korn) participaram das gravações.

Ratamahatta” é a primeira música autoral da banda totalmente em português. “Ambush” é um tributo ao ativista ambiental Chico Mendes. “Dictatorshit” fala sobre o golpe militar de 1964. “Endangered Species” alerta para a destruição da natureza no Brasil.

“Roots” vendeu mais de 2 milhões de cópias em todo o mundo. Ganhou discos de ouro no Brasil, Estados Unidos, Canadá, Holanda, Austrália, França e Áustria, além de prata na Inglaterra.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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