É quase um consenso entre os fãs do Van Halen a opinião de que “Van Halen III” representa o fundo do poço da banda, discograficamente falando. Excessivamente experimental e focado na figura de Eddie Van Halen, o trabalho não consegue fluir nem para o lado roqueiro da era David Lee Roth nem ao melódico da fase com Sammy Hagar.
Ainda assim, dois fãs uniram forças na missão de tornar o álbum mais palatável. Para tal, Kevin Brown e Scott Monroe retrabalharam a obra original, procurando ressaltar seus pontos mais fortes e suprimir aquilo que consideravam falhas do ponto de vista musical.
O resultado obtido pela dupla começa a se diferenciar pela exclusão de duas faixas: “Once” e “Primary” – a segunda uma quase vinheta instrumental que antecedia “Ballot or the Bullet” no tracklist. A ordem das canções foi alterada, assim como a duração caiu de 65 para 41 minutos.
Conforme repercussão do Loudwire, Brown declarou sobre seu envolvimento no projeto ao Van Halen News Desk:
“‘Van Halen III’ foi um álbum que desconsiderei por anos. Quando Scott me perguntou se eu estaria interessado em tentar editar as músicas para torná-las mais concisas, fiquei intrigado.”
Porém, ele reconhece que a experiência foi válida, tendo ajudado a alterar suas percepções sobre o play.
“Passei a ter uma apreciação muito, muito mais profunda por um álbum que é ousado, eclético e diferente de tudo que Eddie havia tentado até então.”
Reimaginando sem desrespeitar Eddie
Jornalista além de músico, Monroe confessou ter se valido do senso crítico na hora de reorganizar o disco.
“A primeira coisa que me perguntei foi: ‘como poderíamos editar o álbum para algo mais focado em seus pontos fortes?’ Identifiquei versões de cada música que eu senti que eram… desnecessárias ou contraproducentes. Como pré-refrões ou, no caso de ‘How Many Say I’, todos os vocais.”
Scott faz questão de enfatizar que o objetivo não foi desrespeitar o esforço artístico investido nas sessões.
“Não temos a intenção de criticar Eddie ou sugerir que sabemos mais. É um trabalho motivado pelo amor… Este exercício é sobre reimaginar como a música poderia ter sido moldada ainda mais… e talvez se tornado mais acessível à base de fãs do Van Halen.”
O resultado pode ser conferido na playlist abaixo. O tracklist está disponível na sequência.
- Without You
- One I Want
- Fire in The Hole
- Neworld
- Josephina
- Dirty Water Dog
- Ballot or the Bullet
- From Afar
- How Many Say I
- Year to the Day
Van Halen e “Van Halen III”
Lançado em 17 de março de 1998, “Van Halen III” foi o único a contar com o vocalista Gary Cherone (Extreme). Em sua concepção, é considerado quase um trabalho solo de Eddie Van Halen, que chega a cantar uma música, algo inédito até então e hoje sacramentado como momento único.
Também foi o último a contar com o baixista Michael Anthony, que só gravou seu instrumento em três faixas. Com 65 minutos e 22 segundos, é o álbum de estúdio mais longo da carreira do grupo. Chegou ao 4º lugar no The Billboard 200, ganhando disco de ouro nos Estados Unidos.
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Gosto muito do Van Hallen e acho uma falta de respeito a “possibilidade” de alterar de forma profunda uma obra de qualquer artista e ainda mais com o artista em vida. Desnecessário…