Por que o Sepultura não trouxe um 2º guitarrista após Max sair, segundo Andreas

Segundo músico, banda conseguiu adaptar-se à nova realidade e então novo vocalista preferiu não se arriscar tocando thrash metal nas seis cordas

Depois que Max Cavalera deixou o Sepultura em 1997, a banda passou a ter um único guitarrista. Andreas Kisser ficou como responsável pelo instrumento e, segundo o próprio, os músicos conseguiram adaptar-se aos poucos à nova realidade. 

Em 2013, ao site espanhol Rafabasa.com, o instrumentista afirmou que o baixista Paulo Xisto e o vocalista Derrick Green atuaram como pontos essenciais nesse sentido. À época, explicou:

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“Paulo sempre contribui com seu jeito de tocar, ritmos e coisas muito interessantes, e o Derrick usa cada vez mais a percussão. Com o passar dos anos, aprendemos a preencher o som da guitarra de Max com outras coisas desde que ele saiu.”

Por esse motivo, não foi necessária a entrada de um segundo guitarrista. Respondendo à pergunta de um fã na edição de agosto de 2024 da Metal Hammer, Kisser ainda citou exemplos de grandes bandas que não seguiram a receita esperada e mesmo assim funcionaram, como também a presença de outros elementos complementares na música do Sepultura.

Ele disse: 

Jimmy Page usa 12 guitarras em uma única canção, mas quando toca ao vivo, ele consegue só com quatro músicos. O Iron Maiden tem três guitarristas e ninguém reclamou! O pessoal no moshpit dos shows do Sepultura está se divertindo muito. Há uma retórica de algumas pessoas de que há algo faltando no Sepultura. Desde que Max saiu, recebemos os mesmos comentários. Mas estamos fazendo coisas incríveis com outros elementos, como orquestras ou grupos de percussão.”

Derrick Green como guitarrista

Outra razão, de acordo com Andreas, envolveu o vocalista de Derrick Green. Ao entrar para o Sepultura em 1997, o então novo integrante — que também toca guitarra — tinha um repertório musical diferente, como mencionou:

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“Eu não via um motivo para fazermos isso [adicionar mais um guitarrista]. A formação de Derrick era muito mais hardcore, e eu disse a ele que se ele quisesse tocar coisas do Sepultura na guitarra, ele teria que aprender três álbuns de trás para frente.”

Por fim, o cantor entrou em cena e especificou os discos em questão: 

‘Kill ’Em All’ [Metallica], ‘Bonded by Blood’ [Exodus] e ‘Reign in Blood’ [Slayer]. E assim que me dei conta, pensei: ‘ok, vou dominar só os vocais.’”

Andreas Kisser e a presença de um segundo guitarrista

Em maio do ano passado, Andreas Kisser já havia abordado o assunto. Durante participação no Estúdio Panelaço, canal de João Gordo (Ratos de Porão) no YouTube, o músico deixou claro que a ideia de um Sepultura com dois guitarristas não faz mais sentido. 

Conforme transcrição do Confere Rock, declarou:

“Eu acho uma idiotice sem tamanho, velho. Você vê discos do Pantera, do próprio Van Halen, Led Zeppelin, por exemplo, o Jimmy Page gravava dezoito guitarristas numa música, quem se importava com isso? Ao vivo eles levavam para outro lado. Eu pelo menos respeitei isso, não vou atrás de uma fórmula que não tem mais, não existe, esse é outro Sepultura.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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