Ser fã do Sepultura é viver em uma montanha-russa de opiniões sobre uma reunião da formação clássica. De tempos em tempos, os membros da banda revisam seus posicionamentos sobre o assunto, considerando e reconsiderando as circunstâncias e possibilidades.
Semanas atrás, durante entrevista à edição grega da revista Rock Hard, Max Cavalera chegou a cultivar esperanças nos corações dos saudosistas. Embora tenha garantido não ter sido convidado a participar da turnê de despedida, o vocalista e guitarrista estabeleceu algumas condições para que a ideia se concretizasse.
Ele disse, deixando claro que não pretende forçar a barra:
“Não sei. Acho que vou deixar as coisas acontecerem do jeito que elas vão acontecer. Não vou forçar nada. Se chegar um momento em que sentirmos que devemos fazer uma reunião… ok, tudo bem, desde que façamos do jeito certo. Assim como com essas regravações que estou fazendo com Iggor para os antigos discos. Acho que as fizemos do jeito certo — honestas, adequadas, do coração. Mas, no momento, não estou pensando nisso.”
Max também disse não entender o que levou os antigos companheiros a decidir pelo fim das atividades. E se usou como exemplo para justificar.
“Eu sei que eles anunciaram o fim da banda. Eu não entendo essa ideia. Não sei se foram forçados a fazer isso, ou se é uma decisão mútua de simplesmente parar de tocar porque não querem mais. Não sei. Eu mesmo não consigo viver sem música. Eu preciso tocar ao vivo. É como o ar que eu respiro. Amo o que faço com Iggor e pretendemos continuar.”
Mudança de opinião
A repercussão foi tão grande que a solução foi jogar vários baldes de água fria nos dias seguintes. Gloria, esposa e empresária de Cavalera, fez uma nota nas redes sociais declarando que a fala havia sido tirada de contexto. Agora, em declaração ao Metal Injection, o próprio artista tratou de mudar a postura.
“Quanto mais o tempo passa, mais sinto que não preciso me reunir com o Sepultura.”
Para Max, o reencontro pelo qual seu coração ansiava já aconteceu e ele é suficiente.
“Como eu já disse, a verdadeira reunião é com Iggor. E ela já está aí. É pura magia e incrível o que estamos fazendo agora.”
Perguntando de forma enfática se isso significaria estar fechando a porta em definitivo para a possibilidade, o músico respondeu:
“Você meio que tem que perceber que se acabarmos fazendo uma reunião do Sepultura, é quase como se não pudéssemos voltar para a coisa do Cavalera, sabe? Não vai fazer muito sentido. As pessoas provavelmente vão ficar tipo, ‘Eu não quero ir assistir Cavalera se eles estiverem fazendo uma reunião de verdade.’ Para mim, eu não quero fazer isso porque eu amo o que temos agora. Então, sim, está definitivamente fora de questão.”
Os Cavalera lançaram a regravação de “Schizophrenia”, do Sepultura, dia 21 de junho. O trabalho prossegue com o projeto que já rendeu edições atualizadas para o EP “Bestial Devastation” e o álbum “Morbid Visions”.
A posição de Andreas Kisser e o Sepultura atual
Com a agenda da turnê de despedida avançando, inevitavelmente o Sepultura também precisa tocar no assunto, especialmente o guitarrista Andreas Kisser. De início, o músico parecia contrário à ideia. Quando perguntado a respeito da participação dos ex-integrantes no giro pela Billboard, apenas respondeu: “para quê estragar uma festa tão bonita?”.
Aparentemente, as coisas mudaram. Em entrevista ao canal Rockast em fevereiro, o instrumentista afirmou que “seria interessante ter todo mundo” na apresentação derradeira. Pouco depois, à revista Noize, deu uma resposta parecida, acrescentando que existe a vontade de reunir não só antigos membros, mas bandas irmãs, como Ratos de Porão e Sacred Reich.
Agora, tornou a mencionar a possibilidade. Em uma sessão de perguntas e respostas com fãs para a Metal Hammer, o guitarrista disse que “seria incrível” contar com os ex-colegas na última performance. No entanto, há uma condição para isso acontecer: os envolvidos devem apenas celebrar a história do Sepultura e não retomar brigas do passado.
“Não vou negar que seria incrível ter um último show com a participação deles. Mas precisa ser incrível. As pessoas que estão ali devem comemorar e não tentar discutir quem estava certo ou errado em decisões do passado. No final, estamos comemorando agora como o Sepultura de hoje. Se eles quiserem fazer parte disso, seria maravilhoso.”
Nas próximas semanaas, o Sepultura cumpre novas datas da “Celebrating Life Through Death Tour” no Brasil. Em setembro, o grupo parte para a América do Norte, emendando com um giro pela Europa no mês seguinte. A previsão é de que a excursão se prolongue no mínimo até o ano que vem.
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Vamos ver se ele manterá a palavra até ver o contrato.