A principal crítica que Slash fazia a Buckethead como guitarrista

Músico entende que seu substituto no Guns N’ Roses não era um instrumentista de rock nem tinha “coração”

Quando Axl Rose retomou o Guns N’ Roses, no início do século, um dos guitarristas que assumiu a função de Slash na banda foi Buckethead. Visualmente, foi como trocar uma pessoa usando cartola por outra com um balde de frango frito – comentaristas das transmissões do Rock in Rio 2001 chegaram a afirmar que se tratava do antigo e atual titular disfarçado, que faria uma surpresa ao público.

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Porém, do ponto de vista artístico, são dois músicos totalmente diferentes. Um com muito feeling, outro altamente técnico e preciso. E foi justamente essa a diferença que Slash notou quando questionado pelo radialista Howard Stern, anos atrás.

Ele declarou, conforme resgate do Far Out Magazine:

“Eu realmente não conheço o trabalho dele, mas sei que é um guitarrista muito talentoso. Mas não é um cara do rock. Eu ouvi algumas coisas, são tecnicamente proficientes, mas não têm coração.”

Slash e “Chinese Democracy”

A postura se alterou em 2018, durante entrevista à Guitar World. Especialmente quando o álbum “Chinese Democracy” (2008) foi colocado em pauta. Inicialmente, Slash destacou o que tem feito para tocar músicas do disco em questão nos shows do Guns N’ Roses. Canções como a faixa-título e “Better” aparecem frequentemente nos setlists desde seu retorno à formação, em 2016.

“Sabe, é bem diferente… é muito legal, mas foi tocado por guitarristas que são muito diferentes de mim em termos de estilo. Eu meio que adaptei para o meu jeito, mas sem perder a integridade de como essas partes de guitarra são.”

Por fim, ele fez elogios a Buckethead e aos demais guitarristas envolvidos em “Chinese Democracy” – Robin Finck, Ron “Bumblefoot” Thal”, Paul Tobias e seu atual parceiro no Guns N’ Roses, Richard Fortus.

“Quero dar crédito a quem o merece: os guitarristas que tocaram em ‘Chinese Democracy’, sendo Buckethead um dos principais – eles são guitarristas incríveis. Preciso cumprimentá-los, porque aquele material é bom. Muito diferente do que faço.”

Buckethead é creditado como o principal guitarrista no material, ainda que os já mencionados Robin Finck, Ron “Bumblefoot” Thal”, Paul Tobias e Richard Fortus tenham deixado suas contribuições. O guitarrista mascarado participou de todas as faixas, com exceção de “Catcher in the Rye” e “This I Love”.

Também é ele o responsável por solos de músicas como “If the World”, “Sorry”, “Madagascar”, “Prostitute”, primeiro solo de “Better” e segundos solos da faixa-título, “Street of Dreams”, “There Was A Time”, “Scraped” e “IRS”.

Buckethead atualmente

Atualmente com 55 anos, Brian Patrick Carroll – nome verdadeiro de Buckethead – se mantém em atividade como artista solo, lançado mais de 700 álbuns de estúdio. A maioria aconteceu em uma maratona promovida entre 2011 e 2017, intitulada “Pike Series”, com intervalos diminutos e disponibilização online.

Considerando colaborações com outros músicos, participações especiais e trilhas sonoras, seu catálogo ultrapassa a casa dos mil registros. Sua vida pessoal é o exato inverso proporcional, com poucas informações públicas a respeito – e algumas dessas sendo extremamente bizarras.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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