Por meio da inteligência artificial, o canal Art & Intel, no YouTube, havia imaginado como seriam novos álbuns do Pink Floyd caso a banda voltasse no tempo e lançasse material inédito. Até o início deste mês, o usuário disponibilizava na plataforma dois discos completos seguindo a ideia. No entanto, os músicos do grupo recentemente conseguiram tirá-los do ar.
Ao acessar os vídeos antes pertencentes aos projetos intitulados “All in All” e “The Third Kind”, a seguinte mensagem aparece:
“Vídeo indisponível: Este vídeo apresenta conteúdo de Pink Floyd, que o bloqueou com base nos direitos autorais.”
Mesmo que os registros não contivessem músicas verdadeiras do Pink Floyd, ainda assim a banda foi capaz de bloqueá-los. Provavelmente, o motivo deve envolver os princípios do YouTube ligados à IA.
Em agosto do ano passado, a companhia adotou uma série de medidas com o objetivo de preservar a propriedade intelectual dos artistas. Uma delas redobra esforços na detecção de violações de direitos autorais e marcas registradas, como pontuado pelo CEO Neal Mohan:
“Desenvolvemos políticas de conteúdo e uma área de Confiança e Segurança que são líderes no setor. Vamos ampliar sua escala para enfrentar os desafios da IA. Passamos anos investindo em políticas e equipes de confiança e segurança que ajudam a proteger a comunidade do YouTube e também estamos aplicando essas salvaguardas ao conteúdo gerado por IA. Os sistemas generativos de IA podem ampliar os desafios atuais, como abuso de marcas registradas e direitos autorais, desinformação, spam e muito mais.”
Apesar da situação, canções que integraram os “álbuns” ainda seguem disponíveis separadamente, como “You Don’t Know Life”, “A Lost Friend” e “The Shepherd’s Song”. Contudo, os títulos passaram por alterações e, agora, não citam diretamente o Pink Floyd.
Opinião do Pink Floyd sobre inteligência artificial
Diretamente, nenhum dos membros do Pink Floyd manifestou-se a respeito das criações. Mas, em maio, David Gilmour apoiou publicamente quando a família do músico Steve Marriott iniciou projeto para proibir o lançamento oficial de gravações com vocais gerados por inteligência artificial.
De qualquer forma, em setembro último, Gilmour disponibilizou o álbum “Metallic Spheres in Colour” – uma reimaginação de “Metallic Spheres”, parceria com o grupo ambient techno inglês The Orb. Para celebrar o lançamento, chegou a público o site metallicspheres.io, no qual os fãs, por meio da IA, podem criar seus próprios remixes personalizados do projeto, além de novas artes.
Em abril, o Pink Floyd também sofreu críticas ao, entre os vencedores de um concurso, selecionar vídeo criado com a ajuda de inteligência artificial. Comemorando os 50 anos de “The Dark Side of the Moon” (1973), a competição premiou clipes feitos por fãs para cada uma das faixas do álbum.
A obra em animação de Damián Gaume para a música “Any Colour You Like” contou com auxílio de IA em seu desenvolvimento. O autor afirma, em outro vídeo também publicado no canal do Pink Floyd, que a ferramenta foi calibrada com modelos criados pelo próprio.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.