A piada por trás da letra de “Drive My Car”, explicada por Paul McCartney

Música abre o álbum “Rubber Soul” e traz um eufemismo sexual tirado de velhos números do blues

O álbum “Rubber Soul” (1965) representa o momento onde a música dos Beatles começou a ganhar os primeiros toques de sofisticação e experimentalismo que caracterizariam o restante da discografia do grupo. Porém, sua faixa de abertura ainda era uma típica representante dos primórdios do quarteto.

A letra conta com a narração, sob perspectiva masculina, da história de uma mulher que anseia ser uma famosa estrela de cinema. Ela oferece à paquera a oportunidade de ser seu motorista, acrescentando: “e talvez eu te ame”.

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No livro “Many Years From Now” (1997), Paul McCartney relembra as sessões. Conforme transcrição do Showbiz Cheatsheet, ele explica:

“Foi maravilhoso porque veio essa ideia bacana e irônica. De repente tinha uma garota ali, a heroína da história. Ela meio que diz: ‘na verdade, não tenho carro, mas quando eu conseguir um, você será um ótimo motorista’. Então, para mim, eram garotas de Los Angeles falando: ‘você pode ser meu motorista’, o que também significava: ‘você pode ser meu amante’.”

A seguir, o compositor explica a figura de linguagem que utilizou na criação, além de onde a tirou.

“‘Drive My Car’ era um antigo eufemismo do blues para sexo, então no final tudo é revelado. O humor negro apareceu e salvou o dia. Acho que muitas vezes, depois que você tem uma boa ideia, as coisas se criam sozinhas. Então, essa foi minha ideia. John e eu escrevemos a letra, então eu diria que há uma distribuição de 70-30 para mim.”

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Um registro do livro “All We Are Saying: The Last Major Interview with John Lennon and Yoko Ono”, trazendo uma das últimas entrevistas de Lennon, mostra que ele reconhecia não ter feito muito na composição. O crédito é dado quase que totalmente a Paul.

“Rubber Soul” e “Drive My Car”

“Drive My Car” foi lançada como single apenas na Bélgica, onde alcançou o topo da parada. Sexto álbum do Fab Four, “Rubber Soul” mostra os Beatles explorando novas sonoridades pela primeira vez, apostando em influências de folk, soul music e psychedelic rock.

Foi a primeira vez que o nome do grupo não apareceu na capa. O título foi adaptação a uma crítica que Paul McCartney ouviu de um músico americano sobre Mick Jagger ter alma de plástico (plastic soul). A foto reflete a proposta da alma de borracha.

As sessões ainda renderam o single “Day Tripper/We Can Work It Out”. As canções não entraram no disco. O trabalho vendeu mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo. Ganhou premiação de ouro no Brasil.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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