Summer Breeze: Biohazard e Brasil, feitos um para o outro
Com repertório só de clássicos, banda nova-iorquina de hardcore abre as maiores rodas do dia em show intenso no Sun Stage
*Por Thiago Zuma
O Philips Monsters of Rock de 1996 para o Biohazard foi o início de uma relação próxima com o Brasil. Antes de tocar “Down for Life” no Summer Breeze Brasil 2024, ali pelo meio do set, o baixista e vocalista Evan Seinfeld, lembrou que a Polícia Federal não queria que eles voltassem nunca mais ao país. A derradeira apresentação do Sun Stage na sexta-feira (26), parte de sua oitava passagem nestas terras, mostrou o comprometimento dos fãs com a banda — apesar da recomendação das autoridades.
A turnê atual do Biohazard marca o retorno de Seinfeld à banda após onze anos, com a reunião de sua formação clássica dos anos 90. O repertório apresentado não chegou nem a esbarrar em “Mata Leão” (1996), disco que a banda promovia naquele entardecer no Pacaembu quase trinta anos atrás. Nenhum mísero segundo foi desperdiçado. Quem deixou Gene Simmons de lado viu um rolo compressor no Sun Stage.
Ao longo da noite, a pista se tornou uma pancadaria incessante, alternando momentos em que o público pulava acompanhando a levada de bateria com mais groove, como em “Tales from the Hard Side”, ou em rodas cada vez maiores, quando as músicas aceleravam, atingindo o seu ápice no cover da primeira música do primeiro disco do Bad Religion, “We’re Only Gonna Die” e “How Could Hell Be Any Worse?” (1982), respectivamente.
Não é como se Seinfeld e Billy Graziadei, guitarrista e vocalista casado com uma brasileira, não tivessem estimulado, de forma até bilíngue, seus fãs a tocar o terror na pista do Sun Stage. Com um repertório formado apenas por clássicos de seus primeiros álbuns, era meio inevitável, ainda mais para um público não tão cansado em um dia de poucas apresentações de tendências mais pesadas.
Se o volume do Summer Breeze este ano não foi tão intenso para abalar nas estruturas dos prédios no bairro, o povo pulando a cada breakdown do hardcore nova-iorquino do Biohazard no palco talvez tenha sido suficiente. Quem sabe descarrilar algum trem, já que estávamos a menos de cinco quadras do metrô.
Repertório:
- Urban Discipline
- Shades of Grey
- Tales from the hard side
- Wrong side of the tracks
- Black and white and red All Over
- Retritibution
- Five Blocks to the Subway
- How it is
- Down for Life
- Victory
- Love Denied (sem intro)
- We’re only Gonna die
- Punishment
- Hold My Own
- Sexta, 26/04: Cultura Tres – página 2
- Dr. Sin – página 3
- Tygers of Pan Tang – página 4
- Massacration – página 5
- The 69 Eyes – página 6
- Biohazard – página 7
- Sábado, 27/04: Sinistra – página 8
- Korzus – página 9
- Jelusick – página 10
- The Night Flight Orchestra – página 11
- Dark Tranquillity – página 12
- In Extremo – página 13
- Domingo, 28/04: Torture Squad – página 14
- Battle Beast – página 15
- Ratos de Porão – página 16
- Death Angel – página 17
- Amorphis – página 18
- Bônus: Confira todas as resenhas do Summer Breeze Brasil 2024