Quando Slash e Duff McKagan retornaram ao Guns N’ Roses, quase uma década atrás, o grupo optou por manter Frank Ferrer com baterista. Steven Adler e Matt Sorum, que ocuparam a função nos áureos tempos, foram desconsiderados – mesmo o segundo tendo estado com o guitarrista e o baixista no Velvet Revolver.
À época, o segundo titular das baquetas se sentiu incomodado com a exclusão. Porém, sua percepção mudou com o passar do tempo, talvez forçado pela ideia de que não adianta remar contra a maré. O próprio comentou o tema em recente entrevista à rádio americana 107.7 The Bone.
Ele disse, conforme transcrição do Blabbermouth:
“Quando as pessoas lamentam: ‘oh, você não está incluído na nova turnê’, eu reconheço que no começo foi um pouco estranho. Nem recebi uma ligação. Mas agora vejo isso de forma diferente. Eu não deveria estar lá. Tenho um filho e uma linda esposa. Não sei o que teria acontecido comigo, o velho Matt, se tivesse sido chamado.”
Sorum ainda mencionou ter feito várias atividades que não poderia caso estivesse com os antigos colegas.
“Faço outras coisas filantropicamente. Sou capaz de espalhar a palavra por ter feito parte daquela banda. ‘O baterista do Guns N’ Roses, integrante do Rock and Roll Hall of Fame, faz caridade para crianças’. Isso atrai a imprensa e repercussão. Sendo assim, estou em um lugar muito bom. Tenho muitos negócios, faço trabalho filantrópico, tenho o projeto Kings of Chaos para me divertir.”
Sem esperar pelo Guns N’ Roses
Em 2022, Matt respondeu ao site Metalsucks sobre como reagiria caso o convite pintasse hoje.
“Bem, eu realmente não sei. Quer dizer, olha, você tem que aceitar as coisas como elas vêm, um dia de cada vez, certo? Eu fiz muitas mudanças na minha vida com base no que é bom para mim. E essas mudanças também são sobre o que é certo no momento e também dentro do contexto do que está acontecendo para todos os envolvidos. Posso dizer que não estou sentado ao lado do telefone esperando uma ligação para voltar ao Guns N’ Roses ou qualquer coisa assim. Estou seguindo em frente com minha vida e curtindo imensamente.”
Assim como na conversa recente, o músico voltou a exaltar a ocupação que tem nos dias atuais.
“Eu amo o que estou fazendo agora, e isso é bom o suficiente para mim. Mas nunca se sabe. Aprendi isso na vida, nunca se sabe, e aprendi a nunca dizer nunca, porque não há como saber quais voltas e reviravoltas acontecem na curva. Mas não estou esperando por isso e está tudo bem para mim.”
Em sua biografia “Double Talkin’ Jive: True Rock ‘N’ Roll Stories”, Matt revelou ter descoberto sobre a reunião pela internet. Curiosamente, à época ele estava em turnê pela América do Sul com Slash e Duff McKagan.
Ao confrontar o baixista com a notícia, ouviu que o contrato já havia sido assinado pelos envolvidos e Axl Rose queria usar Frank Ferrer.
Sobre Matt Sorum
Nascido em Venice Beach, Califórnia, Matthew William Sorum começou a carreira tocando com artistas locais. Seus primeiros trabalhos de repercussão ocorreram na banda de Jeff Paris e no Y Kant Tori Read.
Em 1989, foi chamado pelo The Cult para a turnê do álbum “Sonic Temple”. Retornaria ao grupo na virada do século, gravando “Beyond Good And Evil” (2001).
Integrou o Guns N’ Roses entre 1990 e 1997, gravando os discos “Use Your Illusion I e II”, além de “The Spaghetti Incident?”. Continuou envolvido em atividades e projetos de membros do grupo, participando do Slash’s Snakepit, Neurotic Outsiders e Velvet Revolver.
Recentemente participou do Deadland Ritual, com o vocalista Franky Perez (Scars on Broadway), o baixista Geezer Butler (Black Sabbath) e o guitarrista Steve Stevens (Billy Idol). Também comanda o supergrupo Kings Of Chaos, além de ajudar o The Hollywood Vampires sempre que disponível.
Vegetariano, é adepto de várias causas animais, usando seu trabalho musical para propagar ideias e angariar apoio.
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