Certo ou errado, de tempos em tempos um clichê acaba sendo repetido de forma constante: a ideia de que está faltando “perigo” na música atual. A fala é proferida a qualquer momento, por qualquer pessoa, sem muita profundidade. É como a ideia de que o rock está morto, sentença declarada desde 1958, mais ou menos.
Em recente postagem nas redes sociais, Robbie Williams embarcou na onda. O astro pop lamentou a “morte do atrito, do perigo e da personalidade” na música moderna, que ele também classifica como “chata” em sua forma atual. Apenas um artista se salva, em seu conceito: o vocalista e guitarrista do The 1975, Matty Healy.
Disse o membro do Take That, conforme registro do Guitar.com:
“Quão chata é a cena musical atual? Não estou atacando a música em si, apenas lamentando a morte do atrito, do perigo, da personalidade. Admito que me encurralei em um canto tentando perseguir o que se foi. Eu entendo que todo mundo está com medo. Ninguém sabe se o que você dirá fará com que você seja cancelado. Ninguém sabe e o que já disse ou escreveu vai acabar com você. Tanta gente para ofender.
Matt Healy é a única estrela pop/rock comercialmente viável que posso ver que está disposta a ser algo diferente de bege. Eu realmente gosto de Matt. Ele é desequilibrado, superinteligente, supertalentoso e disposto a perturbar. Perturbador por uma causa. A causa é uma vida interior complicada, uma tendência rebelde e tédio.”
Williams diz que pretende seguir o exemplo de Healy em seus trabalhos daqui para a frente, acrescentando:
“Preciso recuperar um pouco dessa energia em minha vida musical. Como eu digo: ‘tantas pessoas para ofender’. Espero ter tempo para encaixar todos eles. É hora de provocar de novo… e estou ansioso por isso.”
Matt Healy e The 1975
Em tempos recentes, Matt Healy vem se envolvendo em uma série de polêmicas por conta de seu comportamento, especialmente nos palcos. O mais famoso aconteceu quando beijou o baixista Ross MacDonald durante um show na Malásia, como forma de protestar contra as leis anti-LGBTQ+ locais.
O The 1975 acabou sendo expulso do país e o festival, que teria mais um dia de apresentações, foi cancelado. O músico foi muito criticado nas redes sociais, com os fãs alegando que a atitude faria com que a perseguição que já existia se tornaria ainda maior, enquanto ele simplesmente não voltaria mais e não teria que lidar com os efeitos práticos do que fez.
O grupo disponibilizou seu álbum mais recente em outubro de 2022. “Being Funny in a Foreign Language” chegou ao topo da parada britânica, além de ter ficado em 7º nos Estados Unidos. Foi o seu quinto trabalho de estúdio.
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