Cerca de 12 anos depois, o corpo de Tim Maia poderá passar por nova exumação. É o que aponta o Serviço de Perícias Genéticas do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), em processo movido pelo coreógrafo Rodrigo Rezende, que alega ter indícios de que é filho do cantor.
Os advogados de Rezende afirmam que o procedimento não é necessário, visto que o material já foi recolhido quando um processo semelhante foi movido em 2012 por uma jovem – cujo exame não apontou parentesco com o artista falecido em 1998. Com isso, solicitaram que as amostras de DNA fossem incluídas no novo processo.
Embora corra em segredo de justiça, o jornal O Globo teve acesso aos autos. Conforme as informações obtidas, a determinação do Tribunal se justifica pelo fim do convênio entre o TJ-RJ e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), em 2018.
O laboratório da UERJ foi o responsável pelo exame na ocasião e é onde o material genético do artista está guardado. Por conta do fim da parceria, uma nova coleta deverá ser realizada e enviada a outro laboratório particular conveniado.
Em resposta à declaração do órgão nos autos do processo, Maria Inês Lourenço, representante de Rodrigo Rezende, explicou:
“O Rodrigo é beneficiário da Justiça gratuita. Ele não paga para fazer esse exame. Quem paga é o Tribunal, que pagava para a UERJ. O genoma do Tim Maia já foi decifrado pela UERJ e confirmado pela UFRJ. Eu peço para pegar aquilo que já foi decifrado, decifrar o do Rodrigo e comparar. A situação é bastante simples.”
Tim Maia faleceu 15 de março de 1998, em virtude de uma infecção generalizada. Depois de passar mal durante a gravação de um show para o canal Multishow, foi levado para o Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói. Chegando no hospital, teve uma parada cardiorrespiratória e foi reanimado.
Ficou em tratamento na UTI por uma semana, até que seu estado de saúde começou a se agravar de forma irreversível. Assim, aos 55 anos, partiu precocemente deixando três filhos: José Carlos da Silva Nogueira, Carmelo Maia e Leo Maia.
A disputa pela herança de Tim Maia
Atualmente, Carmelo Maia, de 49 anos, é o único herdeiro e detentor dos direitos patrimoniais sobre a obra do pai. O filho mais velho do músico, José Carlos da Silva Nogueira, foi assassinado em 2002 e morreu sem ter o vínculo de paternidade legalmente reconhecido.
Já o terceiro filho, o cantor Leo Maia, tem 50 anos e é, na verdade, meio irmão de Carmelo. Ambos são filhos de Maria Jesus Gomes da Silva, conhecida como Geisa, mas somente o mais novo é filho biológico de Tim Maia. Embora tenha sido criado pelo músico, Leo não possui o registro oficial de adoção.
Por isso, em 2019, Carmelo entrou na Justiça contra Leo, afirmando que ele estava se utilizando da fama e do prestígio do pai, sem autorização, para obter ganhos financeiros. A alegação é referente ao projeto “Tim Maia for Kids”, em que Leo apresentava as músicas em um show para crianças.
Os advogados defenderam que se tratava de uma relação socioafetiva e reforçou as semelhanças entre Leo e Tim Maia. No entanto, em dezembro de 2023, a Justiça de São Paulo condenou Leo ao pagamento de R$ 35 mil por cada show realizado, além de R$ 10 mil de indenização, e o proibiu de explorar economicamente a imagem de Tim Maia.
O cantor moveu também um processo de investigação de paternidade, que foi julgado improcedente em primeira instância. A ação de investigação de paternidade é imprescritível, de modo que pode ser feita a qualquer tempo, mesmo após a morte do investigado.
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