Quando Slash profetizou como queria que o Guns N’ Roses fosse visto no futuro

Durante entrevista concedida no fim dos anos 1980, guitarrista criticou a indústria da época e revelou desejo de ser lembrado por fazer o diferente

Com o estouro de seu álbum de estreia “Appetite for Destruction” (1987), o Guns N’ Roses passou a experienciar a fama. Naquela época, o guitarrista Slash acreditava que, para construir uma carreira de sucesso, era necessário amar o trabalho e não fazê-lo apenas por obrigação. 

Sendo assim, durante uma entrevista dos anos 1980 ao jornalista Mike Greenblatt, resgatada no Reddit, o músico descreveu como queria que a banda fosse vista no futuro. Curiosamente, a declaração acabou mostrando-se verdade, visto que o grupo continua sendo referência até hoje. 

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Primeiramente, ele criticou a indústria dos anos 1980 e destacou o posicionamento distinto do Guns perante ao cenário do período, além de projetar a imagem futura do grupo.

“Espero que daqui a cinco anos o Guns N’ Roses não seja considerado outro Poison ou Kingdom Come. Espero que sejamos lembrados como sendo diferentes. Quero dizer, estamos em um momento ruim para o rock ‘n’ roll. Agora, no final dos anos 80, as pessoas simplesmente não fazem nada por amor. Virou uma indústria baseada em negócios e dinheiro. Espero que estejamos um pouco longe disso no que diz respeito à música.”

Em seguida, citou a maneira como ele e os colegas seguiam as próprias opiniões na tomada de decisões:

“Não se esqueça de que não precisamos de nenhuma artimanha para ter um contrato. Assinamos nosso contrato com nossas próprias regras e fizemos as coisas do nosso próprio jeito. Dissemos às pessoas que faríamos exatamente o que dissemos que faríamos e essa era a única maneira de assinarmos um contrato. E nós nos apegamos a isso.” 

Longevidade do Guns N’ Roses

Por fim, fez uma reflexão a respeito da longevidade. Mais uma vez, Slash opinou sobre a importância de trilhar um caminho na música por paixão à arte e não por qualquer outro motivo. 

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“A longevidade não é um problema para nós. A longevidade é algo que todo mundo pensa, não a gente. Vamos continuar fazendo isso até que não seja mais divertido. Eu sei que é quase um clichê, mas é verdade. Quando não for mais animador, iremos desistir. Não vamos ser uma daquelas bandas que dizem ‘bem, temos que continuar mesmo que a gente odeie cada minuto disso’.”

Slash e Poison

Na década de 80, Slash fez um teste para entrar no Poison. Contudo, não conseguiu a vaga. Conversando com Leslie West (frontman do Mountain) em 2017, o guitarrista do Guns N’ Roses destacou que não tem qualquer afinidade com a banda que o rejeitou, nem com a cena hair metal de Hollywood, consagrada naqueles tempos.

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“Sempre estava começando bandas e buscando pessoas para compor junto, mas nunca achava um cantor. Em certo ponto, esse cara, Matt (Smith), era o guitarrista original do Poison, uma banda com a qual eu não tinha a menor afinidade, me ligou e disse que estava saindo e voltaria para Pensilvânia. Precisavam de um substituto. Ao menos, eu estaria fazendo shows – eram a maior banda da Sunset Strip na época. Aprendi quatro músicas deles e saí para tocar com eles. Tínhamos uma grande diferença de opinião sobre tudo – imagem, roupas. Eu sabia que não funcionaria.”

Na opinião do guitarrista, o foco principal da cena glam metal de Hollywood não era “integridade musical”. Por isso, não conseguiu criar apreço pelo estilo.

“Eles só queriam saber das roupas e da imagem. É isso que eu odiava em West Hollywood. O Guns N’ Roses foi o resultado direto de nós odiando essa cena. Fomos atraídos por isso. Gostávamos dos Dolls, Bowie, Aerosmith e Stones da década de 1970. Não curtíamos delineador e roupas.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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