Bruce Dickinson defende voto pelo Brexit, mas sugere volta à União Europeia

Vocalista do Iron Maiden também explicou por que foi morar na França após as mudanças

Bruce Dickinson se posicionou a favor do Brexit quando a saída do Reino Unido da União Europeia foi posta em votação. Pouco tempos depois, vendo as consequências para o ramo onde trabalha, passou a manifestar contrariedade a resoluções as quais sabia que seriam impostas.

Recentemente, em entrevista ao site France 24, o vocalista do Iron Maiden foi convidado a refletir sobre o impacto causado pelas mudanças, especialmente tendo em conta como os caminhos da indústria estão mais difíceis para novos artistas.

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Disse o cantor, conforme transcrição do Blabbermouth:

“Bem, veja, há um mercado para esse tipo de música. Há um público para esse tipo de música. Mas o problema, para mim, e há vários – um é que essa música existe para ser tocada ao vivo. A tragédia agora é o que acontece com a legislação e a tributação da União Europeia. As grandes bandas têm contadores e podem lidar com impostos e todo o resto, mas as menores não, pois há um governo dizendo: ‘Ah, sim, pegaremos 20% do seu dinheiro e investiremos em impostos.’ Uma banda que recebe 500 euros por um show não pode se dar ao luxo de ter 100 euros retirados.

Ao mesmo tempo, há falta de locais, então agora enlouquecemos com saúde, segurança e blá, blá, blá, mas as bandas precisam de locais para tocar, além de receber mais por suas músicas. Portanto, é preciso que haja uma revolução nos royalties que os músicos recebem diretamente do streaming.”

Bruce Dickinson e o Brexit

A seguir, Bruce foi questionado sobre a ironia no fato de ter votado a favor do Brexit em 2016 e agora morar na França.

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“Sou um britânico que mora na França porque tenho permissão para tal, já que me casei com uma francesa.”

Logo na sequência, o vocalista tentou explicar sua opção.

“Acho que havia uma minoria de pessoas na Inglaterra que basicamente não gostava de estrangeiros. Então, eles votaram no Brexit por causa disso. Mas havia razões muito amplas. O estranho é que o Reino Unido é uma ilha. E isso significa que pensamos de forma diferente. Como, neste momento, os corsos estão votando porque querem fazer algo para se separar da França, porque são uma ilha. As pessoas pensam de maneira diferente em locais assim. E se você não respeitar isso, há resistência. O problema com a União Europeia foi que eles decidiram que um tamanho único tem que servir para tudo. E então, tudo bem, desistimos.”

Sendo assim, a decisão deveria ser revista? Dickinson responde:

“A Grã-Bretanha deveria voltar a se envolver com a União Europeia? Sim, com certeza. Mas deveria ser uma relação baseada no pragmatismo, não no dogmatismo.”

O arrependimento do vocalista do Iron Maiden

Em 2018, à revista francesa L’Obs, o cantor do Iron Maiden disse que o Brexit “deixaria mais flexível” o Reino Unido e que “a maioria das pessoas da Europa tiraria vantagem disso”.

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“O Reino Unido sempre foi uma nação comercial com o restante do mundo. Somente a partir da década de 1960, começou a olhar só para a Europa como uma fonte de comércio – e acho que foi um erro. O Brexit abre nossas fronteiras.”

Na prática, não foi bem assim. O governo britânico não incluiu profissionais da indústria musical na série de flexibilizações que reduziriam a burocracia de viagens para outros países da Europa. Por isso, a realização de turnês ficou complicada e até astros como Elton John criticaram a medida.

Em 2021, à Sky News, conforme repercussão da Metal Hammer, Bruce reavaliou sua posição.

“A ideia é que, depois de fazer o Brexit, você tenha sensibilidade sobre as relações que se tem com as pessoas. No momento, toda essa bobagem de não poder tocar na Europa, e dos europeus não poderem tocar aqui (no Reino Unido), e as licenças de trabalho permitindo todas as outras áreas… qual é! Tomem jeito.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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