As dicas de Tom Morello para se tornar um guitarrista melhor

Músico confessa que tentou por anos encontrar o “timbre mágico”, mas se conformou com o fato de que isso não acontecerá

Não há como contestar que Tom Morello é um dos guitarristas mais criativos da história do rock. Seja no Rage Against the Machine, Prophets of Rage ou Audioslave, além de sua colaboração com a E Street Band e outros projetos, o instrumentista se destacou com seus riffs pesados e solos repletos de efeitos, manuseados por ele como ninguém.

Não à toa, Morello se destacou e influenciou todas as gerações posteriores. Porém, ninguém pode imitá-lo. Não se trata de um ar superior, apenas uma realidade que o próprio descobriu ao também tentar imitar seus heróis.

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Em entrevista à Classic Rock, o homem que mistura música com política – para desgosto de alguns – explicou sua teoria. Ele disse, deixando claro o tempo que levou para concluir:

“Durante anos tentei encontrar esse timbre mágico que estava na minha cabeça e nunca consegui. Finalmente desisti, apenas toquei com o tom ruim que tinha e disse: ‘nunca mais vou me preocupar com isso em nenhum outro dia da minha vida, só vou fazer uma música que soe bem com o timbre que eu tenho’. E consegui, acabou sendo o que se ouve no Rage Against The Machine.”

Menos timbre, mais prática

Para Morello, a maioria dos guitarristas nunca chega ao outro lado da busca pelo sonho de um timbre perfeito, geralmente através de instrumentos e equipamentos caros. E continuar tentando é se enganar.

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“Propus uma experiência para um amigo meu que é um guitarrista viciado em timbres. Fomos a um festival em Los Angeles há um tempo e eu disse: ‘vamos fazer uma experiência… vamos avaliar cada banda que vemos com base no quão bom é o timbre da guitarra e quão boa é a banda, vamos ver se há alguma correlação’. Acontece que a banda com o pior timbre de guitarra do dia, e não vou nomeá-los, foi a melhor banda do dia. Eles foram fantásticos. Então, isso simplesmente não importa.”

Mas ele deixa claro: o aspecto da prática é essencial para se chegar a algum lugar.

“Esse foi um conselho que me foi dado por um guitarrista mais avançado no ensino médio e eu tomei como um roteiro bíblico. Comecei a tocar tarde, aos 17 anos, mas fiz dessa dica o meu mantra. Pratiquei todos os dias pelo menos uma hora e percebi que a maré da minha habilidade estava aumentando por causa disso, então disse: ‘e se eu aumentar para duas horas por dia?’. E então, meu Deus, foi exponencial. No fim das contas, eram oito horas por dia, todos os dias, sem falta.”

A lição aprendida foi que é possível conciliar com o que se estiver fazendo. Além disso, não há idade certa para começar quando você se dedica de verdade.

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“Estava cursando um diploma com distinção em uma universidade da Ivy League. Era o período de quatro horas por dia naquela época. Terminava de estudar à 1h, praticava até as 5h todos os dias. 5h mesmo, nada de 4h58. Foi uma dedicação e um compromisso com um objetivo. Você pode fazer isso em qualquer empreendimento e obter resultados reais. Mesmo se começar tarde.”

Tom Morello e o Rage Against the Machine

Recentemente, o Rage Against the Machine anunciou que não voltará à estrada como esperado pelos fãs. A banda havia cancelado a agenda por conta de uma lesão sofrida pelo vocalista Zack de la Rocha. Um retorno era aguardado, mas não se concretizará mais.

A mais recente aparição de Tom Morello com algum artista foi em “Evolution”, faixa-título do próximo álbum da cantora Sheryl Crow. A música pode ser conferida clicando aqui, assim como outros detalhes do trabalho.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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