Um dos festivais mais tradicionais de música pesada do Brasil, o Setembro Negro não irá acontecer em 2024. A informação foi confirmada pela Tumba Produções, responsável pelo evento paulistano, por meio das redes sociais.
O comunicado aponta que a pausa é temporária, não definitiva, e visa “permitir um planejamento para que um novo patamar seja atingido”. Leia a seguir.
“Saudações headbangers! É com um misto de emoções que vão da tristeza a empolgação, que comunicamos a não realização do festival Setembro Negro neste ano de 2024. Foram 15 edições brutais, sendo que a ultima foi um imenso passo em direção a algo maior e, por isso mesmo chegamos a conclusão que uma pausa é necessária.
Temos convicção sobre a importância do festival para a cena METAL brasileira e até mesmo mundial. É uma incrível oportunidade de intercambio com bandas de diversos países e estilos, de vermos apresentações de bandas que não frequentam o ‘mainstream’, e que talvez não tivessem a chance de se apresentar em um pais, muitas vezes distante, de terceiro mundo como é o Brasil.
Organizar o festival Setembro Negro nunca foi fácil, foram diversos desafios, mas sempre superados e, a edição de 2023 atingiu um nível de excelência sonhado por nós. Isso fez com que tomássemos essa difícil decisão, pensando no melhor para o festival, bandas, headbangers e para a cena METAL.
A não realização do festival nesse ano não é uma pausa definitiva, apenas temporária. Ela vem para permitir um planejamento para que um novo patamar seja atingido e temos certeza que headbangers e bandas que sempre estiveram presentes no festival não irão se decepcionar. O METAL underground continua sendo o motivo de nossa existência e temos certeza que em breve estaremos juntos na celebração que sempre foi o festival Setembro Negro.
No mais, a equipe da Tumba Produções, agradece as bandas, headbangers, imprensa especializada e todas as pessoas que de alguma maneira nos apoiam nessa incrível jornada que é o festival Setembro Negro.”
Sobre o Setembro Negro
*Por Thiago Zuma
O festival Setembro Negro foi idealizado pela Tumba Produções, de propriedade do baterista Edu Lane (Nervochaos), e teve sua edição inaugural em 2002, em São Paulo. Durante mais de uma década, o evento foi data fixa no calendário paulistano de metal extremo, chegando inclusive a ter algumas edições itinerantes pelo país.
Após a edição de 2012, a Tumba resolveu dar um tempo em suas atividades, e o festival também hibernou. Com a volta às atividades da produtora, o Setembro Negro retornou ao calendário em 2018. Buscando inspiração no lendário Milwaukee Metalfest, a partir de sua décima segunda edição o evento mudou de cara.
Em vez de ocorrer em data única, passou a ter mais de um dia. Também fixou residência no Carioca Club, casa de shows de fácil acesso na região oeste de São Paulo, e expandiu sua abordagem, abraçando mais vertentes dentro do heavy metal.
Uma das marcas desta renovação foi a procura por atrações não muito comuns no país — muitas delas inéditas —, além de bandas em ascensão ainda sem tanta repercussão no Brasil. A escolha do elenco brasileiro também tem se caracterizado por trazer grupos de todo o território nacional, sem se focar na região Sul/Sudeste.
Para garantir o interesse nacional do Setembro Negro, as apresentações internacionais do festival via de regra são exclusivas no Brasil, ainda que muitas excursionem por outros países da América do Sul embaladas na viagem ao continente.
Se o metal extremo continuou sendo o carro-chefe do Setembro Negro, os headliners do festival passaram a ser bandas com legado mais amplo dentro da música pesada. Já na primeira edição após o retorno, em 2018, se o At the Gates era uma escolha natural para comandar o cartaz do evento em um dos dois dias, no outro teve como headliner o Coven, banda setentista de “occult rock” e uma das progenitoras do heavy metal.
A partir de 2019, exceto pela interrupção em decorrência da pandemia de covid-19, o Setembro Negro passou a ter três dias. Para a celebrar a marca da décima quinta edição, em 2023, a Tumba aproveitou o feriado prolongado da Independência do Brasil para incluir um pré-show — de fato, um primeiro dia com menos bandas, mas não menos atrativo, já que os icônicos canadenses do Voivod comandaram a festa. Nos demais dias, os escolhidos para o posto de headliner foram Picture, Sodom e Triumph of Death, este último substituindo o Girlschool.
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